quinta-feira, 12 de maio de 2022

A nossa leitura de "À procura Anne Frank" - Edição Porto Editora

Quando recebemos a notícia deste livro pensámos que seria mais do mesmo. No ano passado a Porto Editora lançou o livro "O Diário de Anne Frank" em Banda Desenhada e agora publica este "À procura de Anne Frank", do mesmo autor, o multifacetado isrealita Ari Folman, argumentista, realizador de cinema e compositor. Começámos a leitura com um pé atrás, mas aos poucos e poucos o argumento foi-nos conquistando e o dinamismo da história também.

Personagem silenciosa no verdadeiro Diário de Anne Frank, a amiga imaginária Kitty, para quem Anne escrevia no seu diário e a quem contava e confessava tudo, os sentimentos, medos, revoltas, alegrias, amores e incertezas, ganha agora vida nesta história e torna-se a sua protagonista. 

"E se a «querida Kitty» ganhasse vida?" é a grande questão deste livro, que conta com desenhos de Lena Guberman, que também trabalhou com o argumentista no filme homónimo do livro, que foi lançado praticamente em simultâneo (última imagem). "À procura de Anne Frank", conta-nos a história de Kitty, que salta do livro para a realidade actual e tem dificuldade em perceber que passaram tantos anos, que Anne Frank morreu e até que ela própria é uma personagem imaginária. Esta novela gráfica constitui uma nova perspectiva da história trágica e verídica de de Anne Frank, através do olhar da tal "rapariga misteriosa", a confidente a quem Anne deu nome e traços de personalidade.

«Procurámos expandir os limites da história e fazer uma ligação com o nosso mundo atual», confessa Ari Folman no posfácio da obra, consciente de que «as aventuras de Kitty têm lugar na Europa, mas as verdades que ela descobre refletem a dura realidade em muitas partes do mundo». Ódio cego, ataques violentos, discriminação de minorias e negacionismo dos horrores da História continuam a colocar em perigo milhões de crianças em todo o mundo, alerta este livro.

Este novo livro é também mais um hino à coragem e resiliência dos mais jovens, com o exemplo da Anne Frank, mas também de Kitty que vai percebendo aos poucos a sua própria personalidade criada pela sua autora. Quanto a nós, leitores, vamos dando conta de que apesar de muito diferentes, as duas têm a coragem e a necessidade de serem amadas, como grandes pontos em comum, não fossem elas o reflexo uma da outra.







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