sábado, 22 de fevereiro de 2025

Novidade Devir: Boa noite, Punpun está de regresso com o volume 3 a partir de 27 Fevereiro nas livrarias

 


Apesar de já estar em pre-order no site da Devir desde o dia 5 de Fevereiro, o volume  três da série Boa noite, Punpun vai estar disponível nas livrarias a partir de 27 de Fevereiro.

Esta série da autoria de Inio Asano vai já no terceiro volume e conta-nos uma história dramática sobre o crescimento. Punpun e os membros da sua família são humanos “normais”, mas são retratados por Inio Asano na forma de pássaros, com traços muito simplificados, que quase parecem anedóticos, mas são na realidade uma forma brilhante de tratar temas como a depressão, amor, trauma, isolamento social, morte e família.

Uma história que nos faz chorar e rir, que nos surpreende a cada passo da narrativa.

A sinopse

Preso no corpo de um monstro em que se transformou sem querer, Kaneki é forçado a reexaminar o seu passado enquanto luta para recuperar a consciência.  

Toka consegue localizar o marido no meio do monstro, mas a libertação de Kaneki tem consequências inesperadas...

Boa noite, Punpun 3
426 páginas
Formato: 14,5X21 cm
ISBN: 978-989-559-694-2
PVP: 20,00€






sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Amanhã, nas Caldas da Rainha - Workshop de Desenho para Banda Desenhada

 


Integrado nos Encontros de Artes e Banda Desenhada Jorge Machado-Dias, decorre amanhã, na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha, um Workshop de Desenho para Banda Desenhada, orientado pelo Hugo Teixeira. A organização é em estreita colaboração com as Associação Tentáculo.

Na imagem têm os dados para obter informações.


Novidade: ASA BD lançou o quinto volume da série ARENA


A ASA BD prossegue com a edição desta série de mangá "Arena" e o quinto volume saiu neste início de 2025.

A sinopse:

Enquanto o Gabriel e a equipa dos 666 desfrutam de uma ligeira pausa entre dois combates, os seus futuros adversários aparecem para os provocar, e o choque é incrIvel, pois um deles é o Cédric!

Nada mais nada menos!

Ele, que voltou dos mortos, conta iniciar a luta antes de entrarem na arena! Com um primeiro golpe psicológico cruel, o Cédric revela a todos o segredo da Fiona e do Kévin… nestas condições, como é que os 666 podem preparar-se com serenidade para um combate? É que desta vez, a técnica não será o suficiente para vencerem!

Sobre os autores:

Clarity interessa-se pela arte de contar histórias e decidiu dedicar a vida à banda desenhada, logo na escola primária. Ela começou a sua carreira como desenhadora de BD em 2011, tendo trabalhado diferentes géneros e tipos de grafismo. O seu pai foi quem influenciou o gosto que ela tem pelas histórias de ação.

Le chef Otaku: É apaixonado pela narrativa e pela estética de mangas, além de ser argumentista e cinegrafista autodidata. Le chef Otaku inaugurou o seu canal de YouTube em 2013, e em pouco tempo tornou-se um dos influencers de animé com mais seguidores

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Novidade Iguana: nova edição portuguesa do Snoopy - Volta Snoopy!



A Iguana volta a apostar no famoso cãozinho de Charlie Brown. Snoopy, a personagem de banda desenhada que conquistou várias gerações com as suas tiras repletas de humor está de volta, juntamente com o seu grupo de amigos.

Descubra o mundo de Snoopy enquanto ele luta para salvar a sua estimada casota, se faz de abutre para impor respeito, chuta bolas para aliviar a alma, põe óculos para assumir um estatuto superior… isto quando não está a dançar, a evitar gatos ou a refletir sobre os caprichos da vida.

Este livro reúne uma seleção de tiras dos Peanuts publicadas em diferentes jornais entre 1962 e 1965, criadas com o humor inteligente, irónico e único de Charles M. Schulz.

«A poesia dos Peanuts resulta do facto de encontrarmos nas suas personagens infantis todos os problemas e sofrimentos dos adultos, que só são verbalizados pela boca das crianças após passarem pelo filtro da inocência.» - Umberto Eco






WC/BD - Exposição de Fevereiro é de Inês Garcia e Tiago Cruz


Todos os meses vamos ver a exposição no espaço WCBD. Este mês fomos surpreendidos pelo desaparecimento do cubo, instalação no exterior que anunciava cada exposição. Ao que parece, num dia de tempestade soltou-se e foi pelos ares no jardim. Felizmente não aconteceu nada de grave, mas por precaução, a Junta de Freguesia de Santo António, fez a sua retirada. Esperemos que encontrem uma nova situação da sua fixação, pois o cubo servia de sinalização da exposição (assim parece que nem existe) e dignificava a iniciativa.

Adiante e vamos falar da exposição de Fevereiro que ainda pode ser vista, como de costume, de terça a sábado entre as 13h e as 19h00. Este mês a exposição intitula-se "Quando se apaga a Luz ou Não há um paraíso à tua espera, com trabalhos de Inês Garcia e Tiago Cruz. 

Dizem os artistas: "As noites são mais longas dão origem aos dias mais solarengos. Dia e noite são sempre inseparáveis. E das noites das civilizações sempre surgiram histórias de arrepiar. E queremos arrepiar com elas. Com esta exposição e trabalhos queremos mergulhar neste imaginário e refletir nele a nossa forma de experenciar este mundo. Ou de o tolerar. Se há monstros no nosso universo? Sim. Até mais reais do que estes. Estes são só pedaços deles. E cada fragmento deles conta também uma história tua. Enquanto os outros não chegam até ti, contempla os nossos". 

Deixamos aqui algumas imagens. Entretanto, se quiserem conhecer melhor o trabalho de Inês Garcia e Tiago Cruz, podem ler o livro SINtra, editado pela Escorpião Azul ou visitar as suas páginas no Instagram: inesgarcia_artwork e theriomourne












quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

A opinião de Miguel Cruz sobre "Revoir Comanche", de Romain e "Islander 1", de Rouge e Férez

 

Revoir Comanche

“Voltar a ver Comanche” mais do que “Rever Comanche” é o objetivo deste one shot, um “road movie” nostálgico que nos permite reencontrar um Red Dust envelhecido, na segunda década do século XX, marcado pela preocupação de não conseguir contacto com o Rancho triplo 6 e, portanto, não ter notícias de Comanche.

O belga Renard Romain, que nasce no ano da publicação do tomo 4, e talvez dos mais marcantes da série Comanche, “O Céu está vermelho sobre Laramie”, aproveita a lenda e os episódios marcantes da série para imaginar o “futuro” das personagens centrais da série. O episódio publicado em 1975 é a peça central das referências e dos acontecimentos desta BD de homenagem a uma série realista, humana, de transição de épocas, e claramente marcante na história da BD franco-belga (obrigado senhores Greg e Hermann).

Vivienne, uma jovem bibliotecária em estado de gravidez avançada, procura Red Dust na California (tendo descoberto que este se esconde agora com o falso nome de Cole Hupp), para obter deste um relato da vida aventurosa do “faroeste” e pormenores picantes da construção da lenda de Red Dust no Wyoming.

Para o convencer, a jovem diz-lhe que o rancho da sua querida Comanche está há vários dias sem contacto. Vivianne e Red põem-se a caminho, de carro, atravessando vários Estados, para chegar até ao nosso conhecido rancho. Pelo caminho várias coisas acontecem – incluindo vários sinais de mudança dos tempos –, até um nascimento antecipado.

Red Dust é acompanhado de vários fantasmas do seu passado. As interrogações sobre o que mudou e sobre se valeu a pena são centrais nesta BD nostálgica, triste, mas focada na redenção.

A nostalgia é levada ao extremo de termos um “velho” Red Dust a sugerir que o bebé de Vivienne tome o nome do seu pai: Hermann.

Um desenho elegante em fundo a preto e branco, rostos crispados num fundo nostálgico de mundo em decadência e de revolta da natureza. Um belo álbum que retrata o fim de uma vida, o fim de uma época, o fim de uma lenda, a passagem do testemunho, a importância dos valores.

Editado pela Le Lombard, esta BD de quase 150 páginas será brevemente editada em português. 




Islander 1

Islander de Corentin Rouge (desenho) e Caryl Férey (argumento), editado pela Glénat é um três em um: um relato de antecipação (não é pós-apocalíptico, mas tem os elementos essenciais do género), pessimista e baseado na evolução climática e nas pressões migratórias; uma BD de aventura, com um fundo de intriga política e muita ação num contexto marcado pelo frio; uma história marcada pela crítica social. Mais de 156 páginas para um tomo 1 (de seu título “O Exilo”) permitem esta abordagem ambiciosa.

Para além de recomendar fortemente a leitura, também direi que a mesma me entusiasmou. A capa é excelente e comercialmente bem escolhida, a narrativa é inteligentemente estruturada, sabiamente desenvolvida, sempre com o objetivo de nos envolver nas emoções, tomar lados e querer saber para onde vamos. Falta ainda desenvolver um pouco mais os personagens, mas o tomo 1 pretende estabelecer as bases da narrativa. O desenho é atraente, realista, dinâmico, por vezes explosivo, os grandes espaços ocupam partes importantes das páginas, fazendo bem o contraste das imagens focadas nas faces e emoções das personagens. O enquadramento e a sequência narrativa são muito cinematográficos. Do ponto de vista visual, este álbum é um prazer.

A BD Islander é, chame-se a atenção, intencionalmente perturbadora. Constitui um aviso, marcada pela violência, pelo desespero, pela manipulação da informação, pela morte do senso comum e do respeito pelos outros em detrimento da sobrevivência de pequenos grupos.

Neste primeiro tomo, não sabemos bem, mas intuímos diversas catástrofes naturais que fazem com que a população da Europa tente migrar para as ilhas. Inglaterra fechou as fronteiras, a Escócia continua a receber migrantes, mas em condições dramáticas, com passagem por sucessivos campos de detenção, sem condições. Na Islândia também as fronteiras estão fechadas, o país está dividido, e os migrantes “ilegais” continuam a chegar. Uma verdadeira mudança de perspetiva.

Liam faz tudo para se juntar a um grupo de migrantes autorizados, roubando a autorização a uma jovem integrante de um grupo que acompanha o professor Zyzek. Tendo sucesso nesta operação, acaba por embarcar num navio com destino à Escócia, mas que, de maneira particularmente dramática (por ação dos elementos, mas principalmente humana), acaba por chegar à Islândia. O grupo sobrevivente acaba detido, e é transportado para um campo de refugiados controlado por um grupo violento, sendo que Liam acaba por conseguir fugir durante o transporte (na única parte um pouco mais rocambolesca). 
Liam, esta personagem que provou já ser capaz do melhor e do pior, mas de origem e motivações desconhecidas, junta-se a um grupo que contesta a política de emigração, e acaba por se encontrar com aqueles que procuram o professor Zyzek, sendo que este se encontra no campo de refugiados onde a revolta contra as forças de segurança acaba por ter sucesso.

Vamos ver qual o desenlace desta narrativa, mas para já, o melhor que posso dizer é que espero o tomo 2 com interesse.



A nossa leitura do segundo volume de "O Meu Casamento Feliz" - edição Presença Comics

 


Terminámos a leitura do segundo volume "O Meu Casamento Feliz", série da Presença Comis e entretanto foi já lançado o terceiro. A série tem texto e conceito original de Akumi Agitog, mangá de Rito Kohsaka e Tsukiho Tsukioka é responsável pelo design das personagens.

A série apresenta-nos uma história romântica, inspirada na Cinderela, mas ambientada no Japão e na era Taisho (época que decorreu entre 30 de julho de 1912 até 25 de dezembro de 1926).

Em traços gerais, tem como protagonistas:

Miyo Saimoíi uma jovem ignorada pelo pai, que foi criada e pela madrasta e pela meia-irmã, de quem sofreu maus tratos a vida toda. Por esse motivo é submissa, tem uma fraquíssima auto estima, vive amedrontada e tem dificuldade em aceitar carinho e amor por ter medo que tudo seja um sonho e que, sentindo-se um lixo, acha não ter direito a ser feliz. Uma espécie de Cinderela do Japão do início do século XX. Acresce que nasceu de uma longa linhagem com super-poderes, mas aparentemente parece não ter herdado nenhum.

Do outro lado temos Kiyoka, o chefe de família da casa Kudo, um jovem belíssimo, todo poderoso com fama de frio e cruel, mas que afinal de revela sensível e carinhoso. E assim, temos um casal improvável de noivos. Miyo e Kiyoka ficam mais próximos a cada dia que passa e Kiyoka está determinado em proteger a frágil noiva e a fazê-la feliz. 

Claro está que a felicidade do casal causa inveja, principalmente na meia-irmã de Miyo, Kaya que começa a fazer tudo para atrapalhar a felicidade de Miyo.

Portanto estamos perante uma leitura levezinha, uma história de amor e fantasia, uma história de bons e maus, e em que ficamos a torcer para que o amor vença contra tudo e contra todos.

A par do argumento, os desenhos são bonitos e ternurentos e queremos prosseguir com a leitura desta série que, calculamos, ainda terá muitas voltas e reviravoltas.





terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

A opinião de Miguel Cruz sobre "American Parano - Black House t.1 e t.2" de Bourhis e Varela e "The Kong Crew - Intégrale", de Herenguel

 



American Parano – Black House t.1 e t.2

Dois tomos constituem esta aventura centrada na Black House onde, na década de 60 em São Francisco, se realizam missas negras conduzidas pelo seu proprietário, e fundador da igreja de satã, Baron Yeval. American Parano é uma criação de Hervé Bourhis no argumento, e de Lucas Varela no desenho. Bourhis já é conhecido pelo seu humor desconcertante e a sua busca da simplicidade das BD de outrora. Lucas Varela era-me desconhecido, confesso, embora tenha sido a oportunidade de uma conversa com este autor argentino que me levou a adquirir os dois tomos de American Parano.

A história é centrada na investigação de um conjunto de mortes com rituais satânicos, em plena revolução hippie de São Francisco, e na personagem de Kim (Kimberley) Tyler, uma inspetora de polícia novata e recém-chegada a São Francisco, onde o seu pai também esteve até à sua morte (suicídio?). Kim Tyler é de uma ingenuidade notável, mas curiosa, inteligente, séria, resistente – única mulher num departamento exclusivamente masculino.

O seu “adversário” mais óbvio, Baron Yeval, é inteligente, manipulador, carismático, completamente tresloucado, resta saber se, para além de vigarista, será efetivamente um criminoso.
O primeiro tomo é muito interessante, entusiasmante. O segundo tem uma conclusão que nos deixa um pouco desapontados, talvez porque as expectativas são muito altas quanto à originalidade. A leitura é muito interessante (a BD propõe, via QR Code, uma banda sonora para a leitura, com várias músicas apropriadas à época e aos ambientes, começando pela excelente e bem conhecida San Francisco (Be Sure to Wear a Flower in Your Hair) de Scott McKenzie), a personagem principal é cativante, e a forma como o ambiente é retratado é delicioso.

O desenho constitui um dos elementos centrais da atração por esta BD. Confesso que primeiro se estranha – os olhares fixos, as cores, principalmente o foco no vermelho (acastanhado) e no azul, no profundo azul dos olhos de Kim, a arrumação de página, a clareza de leitura – e depois se entranha – a simplicidade da leitura o estilo pop art, o desenho caricatural, mas tão expressivo, o detalhe arquitetural, a exatidão (imagino eu) no retrato da época e do ambiente. Original.

Apesar de o desenlace, com a descoberta da identidade do assassino, parecer colocar termo a esta história, os autores deixam-nos, com a morte do parceiro de Kim, e com as revelações de Yeval, pistas sobre a morte, a personalidade e as relações do pai da nossa jovem detetive, que indiciam uma continuação das aventuras American Parano.

Editada pela Dupuis, esta BD merece o destaque pela abordagem inovadora principalmente no desenho. Esperemos que continue a surpreender os leitores.




The Kong Crew - Intégrale

Já conhecia esta série e, mais do que uma vez, cheguei a pensar em adquirir para leitura, até porque o seu autor, Éric Herenguel, é dono de um traço notável e já, no passado apresentou obras merecedoras de destaque, especialmente no desenho. Mas nunca foi prioridade e, quer a compra quer a leitura lá se ficaram pelo inferno das boas intenções.

Eis senão quando (tinha de usar esta expressão pelo menos uma vez na vida), no passado mês de novembro surgiu um terceiro tomo, seguido, em dezembro, pelo integral da série.
Ponto de partida para esta série: King Kong ganhou a sua luta, em plena Nova York, mais concretamente Manhattan, contra o exército americano, levando a que o espaço fosse abandonado e, passados quase 15 anos, se encontre ocupado por uma vegetação luxuriante.

Os elementos da Kong Crew são essencialmente aviadores que vão fazer o reconhecimento aéreo da zona, nuns Estados Unidos marcados pela II Guerra Mundial. Ping bang crash, a ação é intensa, o grafismo é dinâmico, o desenho é atraente, ligeiramente caricatural, tudo nos diverte tanto que até nos esquecemos de “franzir o nariz” aos excessos pouco credíveis que atravessam as mais de 200 páginas desta “absoluta maluqueira” editada pela Editions Caurette (os três tomos editados pela Ankama).

Há pranchas absolutamente espetaculares que fazem a delícia de qualquer leitor ou leitora, a sequência narrativa é uma verdadeira montanha-russa e tal como esta, também a leitura é bem divertida.

Um gorila mauzão de proporções épicas, dinossauros, uma vegetação ameaçadora, amazonas, pilotos mais ou menos aselhas, jornalistas mais ou menos propensos ao risco, cientistas maravilhados e alheados, alguns flashes back imaginativos e bem integrados. Delírio completo.




20 anos do Fórum Fantástico serão celebrados em Outubro

 


Este ano, o Fórum Fantástico irá celebrar 20 anos.

A organização revelou um pequeno detalhe do cartaz do FF2025, com ilustração de Miguel Jorge e design de Pedro Daniel. 

As datas foram também já anunciadas, 3 a 5 de Outubro, na Biblioteca Orlando Ribeiro, em Lisboa.

A nossa leitura de Harlem, de Mikaël - edição Ala dos Livros


Completámos a leitura da trilogia de Nova Iorque, da autoria de Mikaël e com edição da Ala dos Livros. Depois de Giant e Bootblack, foi a vez de Harlem.

Neste capítulo final, o autor transporta-nos à época da Grande Depressão e ao bairro pobre de Harlem, dando-nos a conhecer, como protagonista, uma mulher tão forte quanto enigmática: Stéphanie St. Clair, conhecida como Queenie. Oriunda das Índias Ocidentais, carrega o peso do seu passado de escravidão e ao longo da história voltamos com ela às suas origens. Tendo chegado ainda muito jovem a Nova Iorque, esta imigrante negra teve de lutar para sobreviver e vencer na vida. Vinte anos depois, vemos uma Queenie poderosa, à frente do negócio de uma lotaria clandestina. É respeitada e temida tanto pela autoridade como pelas máfias locais até à chegada de Dutch Schultz, um mafioso sem escrúpulos, conhecido como "o holandês". Schultz quer de tal maneira assumir o controlo da zona onde Queenie é dona e senhora, que tudo faz para lhe dar cabo da vida, com denúncias, ameaças e até assassinatos de pessoas próximas do reino da "francesa" e com a conivência das forças policiais, corruptas. 

A única saída que Queenie tem é associar-se a outros elementos da máfia que estão a entrar com o negócio da droga, mas ela recusa e como mulher e negra, continua a dar luta, tentando tudo o que está ao seu alcance, até denunciar a polícia e alertando situações que têm a ver com questões raciais, através do que escreve para um jornal. Porém, mesmo dotada de uma grande coragem, a vida não lhe corre de feição, pois continua na mira da violência e da sede de poder do holandês.

Não nos adiantamos mais no argumento, para não estragar o gozo da leitura de quem ainda não abriu o livro, mas a verdade é que Mikaël termina com mestria esta sua trilogia de Nova Iorque, conseguindo quer com a narrativa, quer com o desenho, criar uma atmosfera da época e altamente cinematográfica, mais uma vez com uma história pesada, violenta e triste. O autor utiliza, como nas edições anteriores, os tons de castanho, mudando para o azul acinzentado com toques de amarelo, quando viajamos com a protagonista para as suas recordações.

No final do livro, um caderno gráfico com esboços e estudos sobre personagens e ambientes.




segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

UDERZO – From Asterix to Magic Potion - uma exposição no Museu das Comunicações de Berlim

 

Até ao dia 15 de Junho, o Museu das Comunicações, em Berlim, acolhe a exposição "UDERZO – From Asterix to Magic Potion". 

A exposição percorre a incrível jornada de Albert Uderzo (1927-2020) desde a infância em que admirava Walt Disney até se tornar um dos maiores artistas da era de ouro do mundo das histórias aos quadradinhos. Pela primeira vez fora da França, estão em exibição páginas originais, esboços, primeiros trabalhos e itens pessoais do estúdio de Uderzo. A exposição mostra várias personagens criadas por Uderzo, como Tanguy e Laverdure, Humpá-Pá ou João Pistolão. Mas o destaque vai, claro está, para o maior projecto da sua vida, criado com o seu amigo de longa data, René Goscinny. Falamos de Astérix e Obélix e todos os outros habitantes da aldeia gaulesa.

Novidade ASA BD: Bobigny 1972, de Marie Bardiaux-Vaïente e Carole Maurel foi premiado em Angoulême



Já tínhamos aqui falado deste álbum, como novidade da ASA e por ter ganhou recentemente, no Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême, o Prix des Lycées 2025. - Bobigny 72 de Carole Maurel et Marie Bardiaux-Vaïente, originalmente publicado pela Glénat, chegou agora na versão portuguesa e já se encontra à  venda nas livrarias.

Eis a sinopse:

Em 1972, Marie-Claire Chevalier, grávida na sequência de uma violação, foi denunciada por aborto clandestino pelo seu próprio agressor. Nessa época não tão distante, o aborto ainda era um delito punível com multa muito elevada e até prisão.
A sua mãe, faz de tudo o que pôde para ajudá-lo, assim como as mulheres que participaram dos acontecimentos, também compareceram aos tribunais por cumplicidade.
Este caso dramático, tristemente banal, torna-se um dos grandes julgamentos históricos com a ajuda de Gisèle Halimi, advogada de todas as principais causas feministas e anti-racistas. A história de Marie-Claire e da sua mãe cria uma onda de choque na imprensa, no público e na sociedade. Giséle já não defende uma jovem “culpada” de aborto, mas ataca sim as leis e políticas anti-aborto em França. Com o apoio de grandes estrelas, atrizes, intelectuais, jornalistas franceses, mas também de figuras políticas, Gisèle Halimi pretende provocar uma jurisprudência da qual o tribunal de Bobigny se torna palco.
Tratando de um assunto que poderia ter permanecido notícia, esta história, serve de base para aquilo que mais tarde se irá apelidar de lei do Véu, promulgada em 1975.








domingo, 16 de fevereiro de 2025

Senhor Lobo, exposição de André Carrilho na Casa da Imprensa

 


Esta patente desde 6 de Fevereiro, na Casa da Imprensa, em Lisboa, "Senhor Lobo", uma exposição de André Carrilho que estará aberta ao público até 7 de Março. Pode ser visitada de segunda a sexta-feira, entre as 10h00 e as 18h00. A entrada é livre.

A mostra reúne uma seleção de ilustrações criadas para a imprensa ao longo de 2024, retratando as personagens e os acontecimentos que marcaram o ano.

Este é o terceiro ano consecutivo em que a Casa da Imprensa convida um cartunista para apresentar a sua visão sobre o ano findo, sucedendo a Luís Afonso (2023) e Cristina Sampaio (2024). A iniciativa sublinha a importância do cartoon e da ilustração na imprensa, enquanto formas visuais de análise crítica e narrativa dos factos.

A exposição estrutura-se de forma a revelar o processo criativo do artista, desde o briefing inicial aos esboços e ao desenho final. Complementando a mostra, é apresentada uma seleção de vídeos com animações dos seus desenhos de 2024.


BDs da estante - 621: Murena #1 - A Púrpura e o Ouro, de Dufaux e Delaby - edição ASA


Estamos em plena Roma Antiga. Agripinia, depois de ter conseguido casar com o Imperador Cláudio, procura formas de o eliminar. Ela tem um filho, Néron, de um outro casamento, que Cláudio adoptou ao casar com Agripinia; contudo, Cláudio aproxima-se do seu verdadeiro filho, Britannicus, e decide que este último será o seu sucessor, decisão que Agripinia não pode aceitar, pois pretende que a coroa de louros vá para Néron. Cláudio tem também uma amante, Lolia Paulina, por quem já está apaixonado há bastantes anos e coloca mesmo a possibilidade de repudiar Agripinia e casar com Lolia, a mãe de Murena. Informada dos projectos do imperador pela acção de Pallas, seu espião, Agripinia está decidida a reverter a situação em seu favor e está disposta a tudo para que o seu filho aceda ao trono…

Uma edição da ASA, de 2004.

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Tintin C'est l'Aventure n.º 23 sai a 26 de Fevereiro


A revista GEO e as Éditions Moulinsart revisitam o universo de Hergé e partem com Tintin à descoberta do mundo de hoje. Tintin c'est l'aventure, é uma revista trimestral de aproximadamente 150 páginas disponível em algumas livrarias e bancas de revistas.

No dia 26 de Fevereiro irá sair o n.º 23 desta revista e desta vez o tema são os lugares imaginados por Hergé.

Da Syldávia a San Theodoros, Hergé afirmou-se como um verdadeiro criador de geografias. Graças aos fascinantes países fictícios por onde Tintin andou em pesquisas, o autor fez os leitores viajarem por lugares imaginários, ao mesmo tempo que ia destacando realidades do seu tempo.

Este 23.º número contem um grande dossier sobre os lugares imaginados por Hergé, entrevistas exclusivas com Vincent Munier e Ugo Gattoni e ainda: esquissos, croquis e desenhos preparatórios de Hergé sobre as terras fictícias das Aventuras de Tintin e oito pranchas de BD de Nicolas Puzenat, extraídas do tomo 2 de Mégafauna.  

A revista tem ainda duas novas rúbricas: "La culture c'est l'aventure", com apaixonantes crónicas culturais para descobrir lugares imaginários através de uma selecção de livros, filmes e acontecimentos e "L'aventure des idées" que propõe uma análise filosófica de Laurence Devillairs sobre o tema: Tintin, mais forte do que a morte?