Anita Conti foi uma figura extraordinária e com uma vida extraordinária. Aqui muito bem contada e desenhada pela dupla de José-Louis Bocquet (argumento) e Catel Muller (desenho). Já tínhamos lido outro livro da mesma colecção e dos mesmos autores, mas dedicada a Alice Guy, primeira cineasta francesa.
Anita Conti é outro livro biográfico e também de uma mulher notável e pioneira, tal como o primeiro que tínhamos lido. A leitura leva-nos a percorrer a longa vida de Anita, desde criança e até à sua morte, uma vida de paixão e luta a desbravar caminhos. Foi a primeira oceanógrafa francesa e pioneira em ecologia.
Apaixonada pelo mundo aquático, foi justamente apelidada de Senhora do Mar e terá mesmo passado mais dias em alto mar do que em terra. Foi oceanógrafa, fotógrafa, cineasta, jornalista, ensaísta. Muito à frente no seu tempo, desde a década de 1930 que ela começou a alertar para os perigos da poluição do mar e da pesca excessiva. Foi igualmente pioneira na aquacultura.
Privou com marinheiros e políticos e tornou-se amiga do comandante Cousteau, com quem partilhava muitas ideias e esperanças. São tantas as personagens que no final do livro podemos encontrar informações sobre cada uma delas, para além de factos e feitos organizados por ordem cronológica, que reforçam a importância que esta mulher teve não só em França, mas no mundo.
A sua história merecia, de facto, ser contada e para além disso desenhada. A sua vida, foi toda ela um grito de alarme universal: se os mares representam 3/4 da superfície do nosso planeta, o futuro do mesmo depende da sua preservação.
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