Que belo livro de Banda Desenhada! AVA, de Ana Miralles e Emílio Ruiz, autores que estiveram no Amadora BD, foi editado recentemente pela Ala dos Livros e retrata 48 horas alucinantes na vida da diva do cinema Ava Gardner, passadas no Rio de Janeiro, em 1954.
Foi um prazer ter estado com os autores e falar com eles depois de termos lido a obra. Tínhamos a dúvida se a história era imaginada ou verídica, mas o argumentista Emílio Ruiz disse-nos que a história é verídica e quando a descobriu, viu que tinha ali uma mina para explorar. Pôs mãos à obra, fez inúmeras pesquisas, consultou jornais e revistas da época, reuniu imensa documentação e lançou-se na escrita deste livro, brilhantemente desenhado por Ana Miralles.
A história é incrível e tem todos os ingredientes que prendem um leitor. Há erotismo, fama, glamour, romance, violência, tristeza, intrigas, política e cenários incríveis, quer de interiores, quer de exteriores. Uma narrativa muito dinâmica e atraente, com desenhos de época muito elegantes, não só da protagonista e restantes personagens, como de tudo o que as envolve.
A par da sua relação pessoal é evidente a excelente química dos autores Emílio Ruiz e Ana Miralles em termos de trabalho, e a prova é este álbum que confirma mais uma aposta ganha da Ala dos Livros. Será que irá editar as outras obras da dupla que já existem?
Recordamos a sinopse de AVA:
1954. Ava Gardner é uma das maiores estrelas de cinema a nível mundial. O filme “A Condessa Descalça” acaba de estrear e, numa deslocação ao Rio de Janeiro para a sua promoção, a presença da actriz gera um grande interesse por parte do público. No instável contexto político do Brasil dos anos 50, a estrela de cinema é recebida de forma entusiástica, mas vê-se também envolvida em diversas controvérsias e sujeita ao assédio constante da imprensa. São os acontecimentos dessas 48 horas da sua estadia no Rio que os autores seguem para desvendar a personalidade de Ava Gardner, uma mulher dona de uma beleza estonteante que enfrentou todos numa época em que desfrutar da mesma liberdade que um homem era uma verdadeira transgressão.
Ava Gardner é a imagem da mulher fatal e de ícone inacessível. A imprensa concentrou-se na sua vida privada, nos seus romances e num impressionante número de amantes. Criticada pelos seus três casamentos e divórcios, nunca ninguém censurou que os seus três ex-maridos tenham somado 20 casamentos ao longo da vida.
“Ava” é uma visão de uma vida manchada pela violência: a dos homens e do seu desejo de a possuírem que Ana Miralles ilustra segundo o argumento de Emílio Ruiz. Uma mulher fatal, generosa, com grande sentido de humor e, ao mesmo tempo, uma vulnerabilidade que a tornava irresistível. Um retrato íntimo daquela a quem chamaram “a mais bela criatura do mundo”.
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