quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Prémio: e os cinco finalistas do Prix BD FNAC France Inter são:

 


Prémio Fnac Inter

No próximo dia 8 de janeiro, tal como habitualmente, teremos novidades sobre quem será o laureado com o prémio BD Fnac France Inter deste ano. Os cinco finalistas, desta vez, são BD sobre as quais estou em condições de emitir opinião. Tendo lido todos, posso arriscar em indicar a minha preferência. Mas vou já dando nota de que não é uma escolha fácil.

Finalista Número 1: Au Dedans, de Will McPhail, um autor britânico, que já publicou desenhos humorísticos na The New Yorker. Editado pela 404 Editions, este one shot a preto e branco permite-nos acompanhar pequenos extratos da vida de Nick, e das emoções que não se atreve a ter nas suas relações sociais. Com um fino humor e um desenho cuidado. 

Finalista Número 2: Bobigny 1972, de Marie Bardiaux-Vaïente/Carole Maurel, editado pela Glénat. França, 1972 (naturalmente), uma história que parte da decisão de abortar por parte de uma jovem de 15 anos, e que vai servir de ponto de partida para um processo que pretende dar voz a um conjunto de mulheres que apelam a uma alteração da lei, uma vez que perto de 1 milhão de mulheres abortam clandestinamente e com elevados riscos, todos os anos. Um desenho expressivo, uma história bem narrada.

Finalista Número 3: Impénétrable, da nossa conhecida Alix Garin, editado pela Lombard, e em que a autora aborda, com alguma candura, o tema do vaginismo, relata os problemas que teve com essa perturbação sexual e as consequências que tal teve na sua vida, nas suas relações, na luta para desenvolver o seu trabalho, descrevendo ainda a sua relação com os agentes de saúde. Intenso e detalhado.

Finalista Número 4: La Route, de Manu Larcenet (adaptação de Cormac Mc Carthy) editado pela Dargaud e já traduzido para português. Um one shot pós-apocalíptico, adaptado de um romance duro, em que todos os dias é preciso avançar e esperar dias melhores. E, já agora, evitar encontros…. Excelente desenho, excelente narração.

Finalista Número 5: Ulysse et Cyrano, de Stéphane Servain, Xavier Dorison, Antoine Cristau, publicado (em grande formato) pela Casterman. O encontro entre um miúdo da cidade, de colégio interno, e um cozinheiro que se desencantou de estrelas Michelin, do negócio e da vida de Chef, mas que continua a sentir a comida como ninguém. Ou: a paixão pela cozinha. Ou: A comida e as paixões. Saboroso, com um desenho dinâmico e alimentício.

Portanto, e em resumo, aconselho a ler todos. TODINHOS. São mesmo bons. Mas nem todos são agradáveis. Se tivesse de apostar, creio que iria para “Au Dedans”. Se acreditasse que ganharia o que mais prazer me deu na leitura, creio que iria para Ulysse et Cyrano. Impénétrable também atrairá muita atenção. Veremos.

Por Miguel Cruz




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