Ainda agora o livro “Estes dias que desaparecem” ficou disponível nas livrarias e já estamos aqui a dar a nossa opinião! E porquê? Quando a Devir divulgou que ia editar este livro, chamou-nos logo a atenção pela história e a pergunta que fez, “O que farias se, de repente, te apercebesses que só vives dia sim, dia não?”.
Por isso quando recebemos o livro começámos logo a ler, tamanha era a curiosidade de ver como esta história se ia desenvolver. Após a sua leitura, em nossa opinião, podemos dizer já que é um dos melhores livros editados em 2025 até agora.
O livro “Estes dias que desaparecem” (2017), do autor francês Timothé Le Boucher, recebeu um grande reconhecimento crítico tanto em França como noutros países onde foi editado, tendo sido considerado, em França, um dos melhores lançamentos do ano de 2017, tendo ganho vários prémios como o Prix des Libraires de Bande Dessinée 2018, bem como considerado como uma das BDs desse ano, no Canal BD, Télérama, BDGest, entre outros. Não podemos deixar de referir que vários outros leitores elogiaram a sua trama envolvente, o estilo de arte expressivo e a abordagem única do tema de identidade e percepção.
Existem vários pontos por onde podemos começar a falar sobre a história do livro, entre elas a mistura de ficção científica psicológica com drama emocional e, claro, o dilema existencial do protagonista, que vê o seu dia-a-dia passar a ter dias sem existência própria ou seja na pele do seu outro “eu” ou vice-versa.
A convivência entre os dois “eu” começa na tentativa de entendimento e de se conhecerem, encontrando maneiras de perceber como podem comunicar um com o outro, já que a vida alternada afecta a vida quotidiana de cada um. Mas tudo se vai complicando com a passagem dos dias, meses e anos e as diferenças entre cada um vão aniquilando o entendimento e a entreajuda entre as duas personalidades.
É, pois, uma história intensa que vai aumentando a carga emocional, de uma forma dramática até, e essa crescente intensidade faz com que seja lida quase como um filme, onde a dupla consciência e dias alternados dos dois “eu” transforma tudo à sua volta, tanto as amizades, como as relações familiares ou amorosas e, claro, profissionalmente, pois cada “eu” tem uma vida e uma personalidade próprias.
Em relação ao desenho de Timothé Le Boucher é detalhado, especialmente nos rostos e expressões e que nos vai contando a história num crescendo emocional de cortar a respiração e que por vezes nos deixa na expectativa e na surpresa do que vai acontecer, culminando num final impactante e inesperado.
Por ser, como referimos no início, um dos melhores lançamentos de 2025, recomendamos vivamente!
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