Concluímos a leitura de Boa noite, Punpun, com o segundo volume. Neste livro continuamos a assistir à transição de Punpun da infância para a adolescência e a todas as suas angústias próprias da idade. Com o seu crescimento, cresce também a complexidade emocional e também não é para menos porque Punpun tem uma família disfuncional e isso aumenta a sua fragilidade emocional.
Além de sofrer com o distanciamento do pai e ter de lidar com a sua mãe que não regula muito bem da cabeça, Punpun também assiste à degradação e problemas psicológicos do seu tio. Aliás, este volume parece-nos muito mais centrado na história do tio do que na do protagonista, o que nos pareceu um pouco estranho.
Esta obra tem relevância por trata de temas que devem ser falados como a depressão nos adolescentes, os distúrbios psicológicos e comportamentais, dramas familiares, etc. Mas, por vezes a história tem tanta informação que se torna demasiado confusa, principalmente quando salta da vida de Punpun para a do seu tio.
A verdade é que Punpun não teve uma infância normal e a adolescência avizinha-se igualmente complicada e aos poucos ele vai perdendo a inocência e dando os seus primeiros passos na sexualidade e relações amorosas. O abandono emocional de que padece levam-no a ser altamente carente.
Resumindo, a obra tem importância pelos temas que aborda, mas é demasiado estranha e confusa, começando pela representação de Punpun e da sua família (uma espécie de passarinhos estilizados e minimalistas), por algumas coisas que nos parecem demasiado bizarras e absurdas e também pela representação de Deus, demasiado surreal, apesar de aparecer sempre quando Punpun tem necessidade de orientação, como se fosse um refúgio mental.
Sem comentários:
Enviar um comentário