sábado, 19 de outubro de 2024

A nossa leitura de "O Segredo dos Mártires", de Jorge Mateus e Paulo Caetano - edição Iguana

 


Muito nos surpreendeu esta novidade recente da Iguana e estas nova aposta em autores portugueses. Jorge Mateus (desenho) e Paulo Caetano (argumento) não são dos autores mais conhecidos, mas já não são estreantes. Já havíamos lido outra obra da sua autoria, intitulada "Urso", editada pela Bizâncio em 2019.

Apresentam agora uma nova novela gráfica, intitulada "O Segredo dos Mártires", que dá a conhecer um episódio real e desconhecido da época dos Descobrimentos, mais precisamente um acontecimento que teve a Índia, Lisboa e o imenso oceano como palcos principais. O segredo dos Mártires conta o naufrágio da caravela Nossa Senhora dos Mártires ao largo de Lisboa, que deixou o Tejo negro por uma semana, por conta do carregamento de pimenta preta que o barco levava. Porém, para além da pimenta transportava algo secreto, num baú misterioso, bagagem do vice-rei das Índias, que também era amante da rainha.

A título de curiosidade, sabe-se que o que restou dessa caravela, encontra-se hoje no Museu da Marinha, em Belém.  

Relativamente ao livro, começou por nos cativar nas badanas/guardas do livro e a sua originalidade marcou logo pontos positivos. A badana da capa dá as boas vindas ao leitor e fornece uma espécie de aviso ao que vamos e a badana da contracapa constitui um agradecimento aos leitores.

Os desenhos têm um estilo muito próprio, muito estilizados, apostando nas cores escuras ou cores fortes e quentes, para acentuar os climas sombrios e sinistros, de tempestades, dos interiores do navio, reuniões secretas e conspirações, violência e combates, ajudando também a dar ainda mais expressividade a sentimentos de raiva, medo, desespero ou terror.

A história é cativante, bem documentada, e com ingredientes fortes como intrigas, segredos, combates com piratas, relacionamentos suspeitos e tudo isto é cativante, o que nos fez gostar bastante do livro no seu todo. No entanto (há quase sempre um senão), a balonagem/legendagem é muito pequena o que causa esforço na leitura. Ainda assim, e porque a história vale mesmo a pena, não desistimos de ler o livro integralmente.









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