sexta-feira, 3 de maio de 2024

Últimos dias da 25.ª edição da CartoonXira - aproveitem este fim de semana para uma visita

A 25.ª edição da CartoonXira termina este domingo, 5 de Maio. Como nos anos anteriores, não falhámos a visita às duas exposições patentes no Celeiro da Patriarcal, em Vila Franca de Xira, desde 24 de Fevereiro. Ficam aqui algumas imagens para vos entusiasmar para uma visita nestes últimos dias.

Esta edição acolheu obras dos mais prestigiados cartoonistas nacionais, com a retrospectiva do ano de 2023. No que toca ao convidado internacional, desta vez foi o cartoonista mexicano Chubasco.

Sob a curadoria de António Antunes, a exposição manteve assim as suas duas facetas: um olhar sobre o ano que passou - “Cartoons do ano 2023” – com uma seleção dos melhores trabalhos dos artistas nacionais, e a mostra internacional que terá como título “Horizontes Imaginários”. 

A entrada é gratuita e o horário é das 15h00 às 19h00.












Quatro pré-lançamentos da ASA: O sexto volume de Águias de Roma e uma nova edição da trilogia Filipe Seems

No início do ano haviam sido anunciados para este semestre e agora já os podemos encontrar em pré-lançamento no site da Leya Online.

Trata-se do sexto volume da série "Águias de Roma", de Marini e de uma nova edição que celebra os 30 anos da Trilogia das Investigações de Filipe Seems, de Nuno Artur Silva (texto) e António Jorge Gonçalves (Ilustrações). Os três livros serão lançados em simultâneo: Ana, A História do Tesouro Perdido e A Tribo dos Sonhos Cruzados.






quinta-feira, 2 de maio de 2024

A nossa ida ao Coimbra BD (parte 2)

Faltava falar das exposições e das outras actividades do Coimbra BD. À partida poderá pensar-se que a área de gaming e jogos de tabuleiro ou mesmo o Cosplay não fazem parte de um Festival de Banda Desenhada. Até pode ser, mas o facto é que essas outras áreas de interesse trazem mais público e novos potenciais leitores. Vimos malta nova a comprar livros e interessados na banda desenhada e isso é muito positivo. O que constatámos neste festival é que o público que lá estava era diversificado. Claro que encontrámos pessoal conhecido, mas não eram só os suspeitos do costume, havia muito mais gente e nem sequer fomos no dia mais forte.

Quanto às exposições, todas elas eram pequenas, com limitações de afixação nas paredes por imposição do convento, mas estavam bem organizadas e localizadas e só os reflexos da luz natural nos dificultou a tarefa de vos mostrar em imagens. Porém, ainda assim mostramos aqui um pedaço do que vimos. 

Destaque, claro, para a exposição do Corvo e também para a exposição da Alma, protagonista da série "Umbigo do Mundo", com interpretações de vários desenhadores que responderam ao desafio de Penim Loureiro. Muitas almas de diferentes géneros e todas elas homenageando a personagem. Gostámos muito!











Gradiva BD revela edição surpresa para este mês de Maio: a novela gráfica da história verídica "O fotógrafo de Mauthausen"

 


E se o roubo do século tivesse ocorrido... num campo de concentração nazi?

Em 1941, Francisco Boix, prisioneiro número 5181 do campo de concentração de Mauthausen, e os seus camaradas delinearam um plano para roubar fotografias que testemunhassem os crimes cometidos no campo e incriminassem os mais altos dignatários nazis. Este plano arriscado é apenas o início da sua jornada para revelar a verdade...

Uma história baseada em factos reais é a proposta da Gradiva BD para o mês de Maio. A autoria desta adaptação para novela gráfica é de Salva Rubio, Pedro J. Colombo e Aintzane Landa.

Trata-se da história real da única testemunha espanhola no julgamento de Nuremberg e a sua luta pela verdade.

Francisco Boix é um jovem fotógrafo espanhol que, juntamente com vários milhares de seus compatriotas, foi deportado para o campo nazista de Mauthausen: uma sentença de morte em vida.

Porém, ao cruzar o caminho do Comandante Ricken, um esteta nazista perverso que tem prazer em fotografar o horror do extermínio, Francisco entende que tem diante de si um testemunho valioso. Tirar fotos do campo será apenas o primeiro passo para revelar ao mundo o que está acontecendo em Mauthausen.









Novidade: ASA editou o quinto volume da série Horion

 


Já está disponível o volume 5 da série "Horion", mangá da autoria de Aienkei e Enaibi, editada pela ASA. 

Neste volume: Koza e Valyu sobreviveram à prova da aranha. Ainda mal refeitos, descobrem Landgrave, uma cidade singular onde vivem indivíduos fora do normal.

Descobrem que as capacidades que agora detêm são perigosas e transmissíveis. Koza submete-se a dolorosas provas sem se preocupar com as sequelas. Integra-se rapidamente, ao contrário do amigo, que não sente que aquele seja o seu lugar.

De facto, as noites são agitadas para Valyu, atormentado por sonhos inquietantes. Valyu ignora o pacto que o liga agora a um desperto sombrio. Impaciente para regressar a casa, descobre que terá de dominar as suas novas aptidões, sob pena de perder a vida.

Por seu lado, Koza evolui rapidamente, e crescem nele capacidades atípicas. Desejoso de alcançar o nível dos despertos de classe D, defronta o último guardião da classe, Rano, que derrota violentamente.

Ao mesmo tempo, Valyu, enclausurado na obscuridade, submete-se à sua primeira prova. Durante esse tempo, longe de Landgrave, o capitão Sifre investiga em nome do senhor de Rozmar.

Anda em busca de um homem que parece ter laços secretos com a cidade dos despertos…

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Faleceu ontem o conhecido escritor Paul Auster - um nome maior da literatura mundial


Paul Auster, o conhecido escritor norte-americano, que tinha um grande carinho por Portugal, faleceu ontem aos 77 anos, vítima de doença prolongada. 

Recordamos uma das suas grandes obras, Cidade de Vidro, a primeira história da famosa Trilogia de Nova Iorque, que era por si só considerada uma história fascinante. A sua adaptação a “novela gráfica” por Paul Karasik e David Mazzuchelli, mereceu a distinção do Comics Journal como “um dos 100 melhores ‘comics’ do século”. Esta é uma investigação que nos conduz a uma história bizarra e opressiva que nos prende até à última página.

A edição é da ASA e data de 2006.

O sexto e último volume da série "O Árabe do Futuro", já está em pré-venda na Leya Online

 


Ansiosos por ler este sexto e último álbum de "O Árabe do Futuro", obra biográfica de Riad Sattouf, editada pela Teorema. O livro está já em pré-venda no site da Leya, com entregas previstas a 5 dias úteis após a data de 7 de Maio.

O Árabe do Futuro, conta a vida de um jovem no Oriente Médio (1978-2011) numa série em BD dividida em seis volumes, escrita e desenhada por Riad Sattouf.

Vendeu mais de 3 milhões de exemplares e foi traduzido para 23 idiomas, conta a infância e a adolescência do autor, filho mais velho de mãe francesa e pai sírio.

A história leva-nos da Líbia do Coronel Gaddafi à Síria de Hafez Al-Assad, passando pela Bretanha, de Rennes ao Cabo Fréhel. Este sexto volume cobre os anos 1994-2011.

terça-feira, 30 de abril de 2024

A nossa ida ao Coimbra BD (parte 1)

O Corvo invadiu o Convento de São Francisco, em Coimbra, mas pela porta grande. Foi a primeira vez que estivemos no Coimbra BD neste local e ficámos impressionados por várias razões. Bem localizado (mesmo em frente ao Portugal dos Pequenitos), espaço lindíssimo e bem recuperado, com estacionamento próprio, zona de restauração e excelente organização. Já lá iremos. Antes voltemos ao Corvo.

A celebração dos 30 anos do Corvo foi de arromba neste evento de Coimbra. A imagem do Corvo junto ao convento, estava um pouco por todo o lado, nas mais diversas indicações de salas, programação, merchandising, etc. Aliás há que tirar o chapéu à organização, pois todas as atividades do programa estavam indicadas em grandes painéis estrategicamente localizados, coisa que não vemos em nenhum outro festival. Super prático, várias vezes recorremos a esses painéis para consultar horários e salas. Acresce ainda a Ala dos Livros, editora de Luís Louro, autor do Corvo, ter produzido vários outros painéis para que os fãs pudessem usar para tirar fotografias divertidas (foi o que fizemos, como podem ver).

Estivemos apenas no dia 25 de Abril, respondendo prontamente ao convite para conduzir a conversa com o Luís Louro sobre a sua faceta de argumentista. Um agradecimento ao Corvo, perdão ao Luís e também à Luísa. Antes dessa conversa, porém, ainda participámos com Ricardo Magalhães, editor da Ala dos Livros, na conversa sobre a obra "O Mundo sem fim", em substituição de Rui Cartaxo, que escreveu o prefácio do livro, mas não conseguiu estar presente, num dia de tantos acontecimentos. Estivemos ainda a assistir à apresentação do sétimo álbum de Undertaker, com Ricardo Magalhães e Hugo Pinto. Três conversas super agradáveis e interessantes, que só pecaram por ter pouca assistência.

Quanto às exposições e outras matérias, ficam para outra publicação.

Para já, importa dar os parabéns a toda a equipa da Guess The Choice e agradecer à Elsa, ao Pedro, à Sónia e ao António, pelo enorme profissionalismo aliado a uma grande simpatia e entusiasmo. Este evento tem tudo para crescer. Tudo bem organizado, apenas sentimos falta de sinalética exterior e no hall de entrada do Convento, apesar de sabermos das restrições existentes do monumento.

Ficámos fãs e para o ano esperamos voltar!












Novidade: Ala dos Livros lança o sétimo volume de Undertaker, com o título "Mister Prairie"

 


"Mister Prairie" é o sétimo volume da série Undertaker, editada em Portugal pela Ala dos Livros. Este título inicia um novo ciclo da série assinada por Xavier Dorison (argumento) e Ralph Meyer (desenho). Pelo que ouvimos dizer na apresentação do livro, no Coimbra BD, promete!

Sinopse:

Um inesperado telegrama, a solicitar os seus serviços numa pequena povoação do Texas, vai levar Jonas Crow a largar tudo. Esse telegrama apresenta duas características muito peculiares: a primeira, é que lhe pedem que para fazer um caixão para um bebé ainda por nascer; a segunda, é o facto de a mensagem estar assinada por R. Prairie…

Mas nem tudo é o que parece… E rapidamente serão precisos mais caixões para além do pequeno caixão que inicialmente lhe pediam para executar. Para além disso, quando na cidade surge um novo adversário que quer proteger “a moral e os bons costumes”, Jonas terá de recorrer a muito mais do que o seu sarcasmo e os seus evangelhos para conseguir enfrentar toda uma cidade que fica em polvorosa.





segunda-feira, 29 de abril de 2024

A opinião de Miguel Cruz sobre "L’ Oeil du Marabout", de Pendanx e "Havana Connection", de Viau e Morissette-Phan

 


L’ Oeil du Marabout

Passada num campo de refugiados no Sudão, esta Banda Desenhada bebe da experiência do seu autor, Jean-Denis Pendanx, que esteve na região, ao serviço de uma ONG para animar ateliers de desenho.

Após uma longa separação, a pequena Nialony vai para o campo de refugiados de Bentiu, onde reencontra os seus pais e o seu irmão Georges. O reencontro é feliz, claro, mas os sentimentos são limitados por preocupações, sofrimento, pobreza, medo… (na capa encontramos Nialony e o seu irmão Georges). Não há festejos.

Ao longo desta BD, a jovem que assume o papel central de testemunha de uma realidade terrível e sofrida, percorre o campo de refugiados, o que nos permite conhecer algumas interessantes personagens, forma de organização, riscos e ameaças, e ainda um marabu africano (ou marabuto), um pássaro africano, um pouco descarnado, sério e pouco animador.

A determinada altura, e apesar de nunca sentirmos a nossa jovem em grande perigo, o autor aborda, de forma crua, o tema do rapto dos jovens habitantes dos campos de refugiados, seja para trabalho escravo, seja para engrossar os números de crianças-soldados.

Graficamente, os planos, os enquadramentos e as perspetivas são muito bem-adaptadas ao objetivo desta BD – dar-nos uma noção do ambiente geral do campo. O desenho realista é de qualidade, e as cores são acastanhadas, de terra e lama.

Ao nos apresentar uma realidade que nos está relativamente longe – não tanto geograficamente, mas mais culturalmente – Pendanx presta-nos um serviço importante, e permite-nos uma leitura verdadeiramente enriquecedora. Sem nos querer doutrinar e sem clamar por qualquer necessidade de intervenção, o autor encontra um tom informativo e correto para abranger um número alargado de leitores. Editado pela Daniel Maghen.







Havana Connection

Lucien Rivard vai chegar, em 1956, à Cuba do regime do déspota Batista, que sobrevive à custa do jogo, da relação com interesses Norte-Americanos, e de uma corrupção generalizada. Rivard, de origem Canadiana, chega a Cuba para tomar conta de um negócio de jogo florescente, mas também com o objetivo de gerir algumas atividades muito pessoais, associadas ao tráfico de armas e de drogas.

Para trás Lansky deixa vários problemas relacionais com alguns perigosos associados. Em Cuba vai cruzar-se com o bem conhecido Meyer Lansky, o financeiro das máfias Norte-Americanas, e mais alguns outros infelizmente célebres líderes mafiosos.

O seu encontro com uma bela e rica viúva, que detém uma das maiores explorações agrícolas do país, e mais tarde o cruzar de caminhos com um grupo de revolucionários liderados por um então pouco conhecido Fidel Castro, vão constituir dois momentos marcantes na experiência Cubana de Lucien Rivard.

Os também “Quebecquois” Michel Viau (argumento) e Djibril  (Desenho) vão relatar com muito detalhe, credibilidade, e evidente trabalho de recolha, todo o ambiente pré revolução cubana, bem como a tomada de poder por Fidel Castro, e ainda os meandros mafiosos que suportavam Batista. Muito interessante e realista. 

Ficamos também a conhecer a importância que Rivard e o seu tráfico de armas tiveram para a revolução. No final da BD, um dossier histórico permite percorrer os detalhes de algumas das personagens centrais, desde Rivard a Ernesto Che-Guevara.

O desenho realista é excelente, tal como os detalhes históricos e de época. Ficam aqui os parabéns a este desenhador habitualmente associado à Marvel. A narrativa, já o referi, é viva, historicamente detalhada, cuidadosamente realista, criando protagonistas romanceados para melhor colocar em evidência acontecimentos, personagens e detalhes históricos que sabemos reais. Uma edição cuidada da Glénat, com mais de 220 páginas, a que acresce um dossier final de 16 páginas.