sábado, 26 de abril de 2025

O primeiro dia do Coimbra BD - 25 de Abril

Que bom que é voltar ao Coimbra BD e sentir que estamos em casa. Somos sempre muito bem recebidos pelos dois organizadores, seja pela Guess the Choice (obrigado Pedro, Elsa, Sónia e toda a restante equipa), ou pelos responsáveis do Município de Coimbra.

A par da calorosa recepção, também nos deixa felizes ver o evento a crescer, o que é notório pelo maior número de visitantes e pelas salas muito preenchidas de fãs de banda desenhada, cosplay, jogos de tabuleiro e muito mais ou pela área da Artist Alley que triplicou e acolhe 60 artistas.

O dia de ontem foi preenchido com a simpática conversa com Arno Monin,  desenhador da série A Adopção, painel em que a AlexandraSousa participou, a convite da Ala dos Livros. Estivemos depois na fila para os autógrafos com André Carrilho, Arno Monin e Luís Louro, mas ao longo da tarde tivemos com muitos outros autores presentes, como a Margarida Madeira, o Osvaldo Medina, o Diogo Carvalho, Daniel Henriques, André Morgado, Vasco Parracho, entre outros.

A surpresa do dia (ou não) foi que os exemplares da obra Os Filhos de Baba Yaga, de Luís Louro, se venderam que nem pãezinhos quentes, em pouco tempo. Ainda conseguimos ir a tempo de fotografar o autor com os últimos exemplares, mas não fiquem os fãs desapontados pois podem já reservar o livro no stand das editoras.

O livro será lançado precisamente esta tarde, após o lançamento de uma colecção de selos dos CTT também desenhada pelo Luís Louro, que cumpre este ano 40 anos de carreira.
Por agora ficam algumas imagens de ontem, mas podem ir seguindo outras imagens e vídeos que vamos mostrando nas redes sociais.
Agora uma palavra para nós, pois é amanhã, domimgo, que vamos apresentar, no Coimbra BD, o número 100 da nossa revista às 15h.

Se estiverem por lá, apareçam!






















sexta-feira, 25 de abril de 2025

JUVEBÊDÊ N.° 100 é apresentado no domingo dia 27 de Abril no Coimbra BD




Quis o destino que o mês do nosso aniversário coincidisse com a publicação do 100.º número do Juvebêdê. Como não podia deixar de ser, esta edição 100 é especial e contou com a participação de 44 autores nacionais e internacionais. Iremos então apresentar este número especialíssimo numerado de 250 exemplares em primeira mão no Coimbra BD, no domingo, dia 27 de Abril, pelas 15 horas. Se puderem, não percam!

A capa, também ela é especial e pela parte dela que aqui revelamos podem desde já adivinhar de quem foi a autoria...

A nossa apresentação, como dissemos, é no domingo, mas, no entanto o Festival começa já hoje e estaremos por lá durante os três dias para vos mostrarmos o que por lá se vai passando. 

 

quinta-feira, 24 de abril de 2025

A opinião de Miguel Cruz sobre "Habemus Bastard – Tomo 22", de de Schwartzmann e Vallée e "Un Putain de Salopard, Tome 4: Le Rituel", de Loisel e Pont

 


Habemus Bastard – Tomo 2

Há um pouco menos de um ano, pude dar aqui a minha opinião sobre Habemus Bastard Tomo 1 de Schwartzmann e Vallée, e nessa altura escrevi: “Veremos se o desenlace permitirá manter o excelente nível desta primeira parte…”. Não manteve, ultrapassou, na minha opinião o segundo tomo é ainda mais interessante e bem estruturado que o primeiro, talvez porque permite dar resposta a várias questões que ficavam em suspenso na primeira “entrega”.

Continuamos a acompanhar Lucien, homem de mão de um chefe de grupo criminoso, que se esconde por trás de uma batina/sotaina, depois de ter cometido um pequeno erro numa tarefa que lhe tinha sido encomendada pelo chefe.

Padre em Saint-Claude, Lucien começou, no tomo um a sua adaptação às suas tarefas e à sua nova vida, incluindo o desenvolvimento das suas relações com a comunidade local, com destaque para a mãe de um dos seus alunos de catequese, com a mulher que faz as limpezas na sua casa de função e lhe dá apoio diário, bem como com o seu filho – canal de acesso ao mercado de droga local, com o empreiteiro da região, responsável por algumas construções na vila e na igreja, com o seu invejoso colega de localidade próxima, e a uma pequena jovem que o apoio na missa, inteligente, órfã de mãe e com um pai mais dado ao consumo de bebidas no bar local. A isto vem-se juntar a visita de uma jovem do passado!

Apanhado no meio de uma disputa entre dois gangs, sendo um deles aquele para o qual trabalhou e que o procura, e o outro um gang rival que procura vingar uma morte, tentando eliminar um padre que, por azar, é aquele cuja batina Julien está a usar!

E vamos ter bastante ação, mas sempre com um humor que nos diverte e torna a leitura agradável e difícil de interromper.

Esta história vai num crescendo interessante, bem desenvolvido, com diálogos cortantes e uma narrativa magistralmente elaborada. O desenho de Vallée é excecional, ágil, apelativo, cinematográfico, marcante e reconhecível.

A ler e reler, e voltando a uma referência que fiz no anterior comentário, espero que esta bela edição da Dargaud (Tome 2: Un Coeur sous une Soutane) veja um dia a luz em versão portuguesa.





Un Putain de Salopard, Tome 4: Le Rituel

Vou traduzir para português o título desta série para “Um Filho da Mãe”. Outras traduções, se calhar mais adequadas, não seriam próprias para este texto!!!?

Escrever sobre o tomo 4 e último de “Un Putain de Salopard” constitui uma oportunidade de falar sobre uma excelente série, talvez das melhores que alguma vez li e que tive a oportunidade de apreciar das mais recentes.

A história é passada em território brasileiro, em plena selva da Amazónia, na década de 70, numa zona onde há apenas um agente da lei por muitos km quadrados. No caso, o nosso agente da lei (Régo) é 5 estrelas e dotado de um grande bom senso, se bem que um pouco estrábico…

Max regressa a este território de onde saiu com três anos, acompanhando a sua mãe, recentemente falecida, que nunca quis falar sobre o passado ou sobre as suas origens. Max não conhece o seu pai, e vem iniciar uma busca tendo como única pista duas fotografias de sua mãe com dois homens diferentes. Qual deles será o seu pai? E como encontrar esses homens?

A chegada de Max é simultânea com a de duas jovens enfermeiras, Christelle e Charlotte, que vão tomar conta do dispensário local, durante três meses. Os três vão ao encontro de Corinne (Sim, C-C-C), uma jovem que vive há alguns anos no local e que vai servir de base para os contactos necessários.

Neste território selvagem, a violência que nele grassa vai fazer com que Max acabe perdido na selva, acompanhado de Baia, uma jovem muda, que felizmente conhece a medicina das plantas e sabe desembaraçar-se na selva. Com tudo isto, os jovens vão enredar-se numa velha história de tráfico, de roubo e de rapto da jovem filha de Hermann que dirige com mão de ferro uma exploração mineira local, e que agora vive apenas para encontrar os restos mortais da sua filha, que se sabe morta num acidente de aviação. Nesse avião iam também os dois “candidatos” a pai de Max.

E pelo meio temos um verdadeiro e c*#r!o “filho da mãe” tal como é chamado logo no tomo 1 por Margarida, a proprietária “faz tudo” do bar “O Tucano” onde Corinne trabalha.

Enfim, tenho pouco espaço para descrever uma história rica de detalhes e de personagens, conduzida com mão de mestre por Regis Loisel, sempre convincente, interessante, entusiasmante, credível, com boa caracterização da generalidade dos “atores e atrizes” principais, e com excelentes diálogos. Apenas posso apontar uma ou outra incorreção nas tentativas de acrescentar palavras ou frases em português do Brasil, mas nada que tenha impacto na agradabilidade da leitura.

O grafismo de Olivier Pont é excelente, dinâmico, elegante, consistente ao longo dos 4 tomos, e as pranchas passadas no meio da selva são muito bem conseguidas sem exageros ou artifícios. As cores têm verdadeiro valor acrescentado. Bonito, agradável, excelentes sequências, qualidade narrativa total.
Quatro tomos de nível consistente, uma série IN-DIS-PEN-SÁVEL, de Loisel (Armazém Central, Peter Pan, Em Busca do Pássaro do Tempo) e de Pont (de que me recordo quando em 2004 publicou uma excelente série, “Où le Regard ne Porte Pas…”). Editado pela Rue de Sévres.

A nossa leitura de "Fábulas das Terras Perdidas" ciclo 1, de Dufaux e Rosinski - edição Arte de Autor


Tínhamos dito que esta era uma obra de peso. E assim é em vários sentidos. Porque é uma edição integral contendo quatro volumes, o primeiro ciclo completo das Fábulas das Terras Perdidas, de Jean Dufaux (argumento) e Rosinski (desenho) - edição portuguesa da Arte de Autor. É de facto um grande livro e pesado! Porém, é também uma obra de peso pela qualidade do seu conteúdo, pois a série afirmou-se como uma referência na banda desenhada europeia, especificamente no género de fantasia. 

Criada em 1993, a história é um clássico de fantasia que junta a magia das lendas celtas e neste caso o lado bom e o lado mau (negro) da magia. Não estamos perante uma história leve. O argumento é denso com personagens complicadas e a guerra entre o bem e o mal está presente de forma constante, assim como o mistério e o horror, a ambição e a violência, mas também o amor e algum humor.

Sioban é o nome do primeiro ciclo e também o nome do primeiro volume e a versão portuguesa do segundo ciclo será lançada em breve. Ao longo dos quatro volumes (Sioban, Blackmore, Dona Gerfaud e Kyle de Klanach) há uma pergunta sempre presente cuja resposta só obteremos no final: é o amor que está no coração do mal, ou é o mal que está no coração do amor? 

Esta saga remete-nos para uma linha tipo "Guerra dos Tronos". A protagonista é Sioban, uma adolescente corajosa, princesa sem reino, que defronta um poderoso feiticeiro maquiavélico. Ela pertence ao clã Sudenne e, alguns anos depois da morte do seu pai, está determinada a reivindicar o seu lugar legítimo e em proteger o seu povo de forças obscuras e ameaçadoras. Porém, a sua coragem não se revela suficiente e vê-se envolvida no meio de traições e de segredos muito antigos, que a fazem descobrir muito mais sobre as suas origens, do que alguma vez imaginava e ser vítima de um feitiço que muda o rumo à história.

Perante um cenário tão negro e sinistro não vemos soluções à vista, mas algo vai acontecer para uma nova reviravolta. Porque mais uma vez o mal substima o poder do amor.

Um trabalho fantástico de Rosinski e Dufaux, um universo muito rico, que também se reflete ao nível visual, desde os cenários interiores, às paisagens, batalhas, armas e vestuário. Tudo isto contribui para uma leitura imersiva e quase compulsiva.










quarta-feira, 23 de abril de 2025

Novidade Casterman: On ne parle pas de ces choses-là - um livro sobre o incesto de Marine Courtade e Alexandra Petit


A Casterman acaba de lançar um livro que aborda o tabu dos tabus. A jornalista Marine Courtade descortina os mecanismos do silêncio à volta do incesto. O seu terreno de pesquisa foi a sua própria família. Com uma mistura inteligente de rigor e escárnio, ela embarca numa ousada viagem por França para confrontar os seus tios e tias, um por um, com a mesma pergunta: por que vocês ficaram calados?

Um livro que seguramente será difícil de digerir, mas com atrativos desenhos de Alexandra Petit.


A presença da Ala dos Livros no Coimbra BD e as suas novidades

A Ala dos Livros é uma das editoras que marcará presença no Festival CoimbraBD e aproveita a ocasião para promover uma campanha de descontos que variam entre os 10% e os 40%.

Entretanto, das várias novidades com lançamento agendado para Abril e início de Maio, algumas já estarão disponíveis durante o festival e em pré-venda no site.

Aqui ficam as capas das novidades da Ala dos Livros.

No Festival estará presente o desenhador Arno Monin, da série "A Adopção", sobre a qual estará patente uma exposição e com quem iremos participar numa conversa que decorre no dia 25 de Abril pelas 16h30.







A nossa leitura de "Borboleta", de Madeleine Pereira - edição ASA

 


A primeira vez que tivemos contacto com a divulgação deste livro, ficámos apaixonados pela capa e curiosos sobre a sua autora, tendo em conta que o nome é franco-português. Por isso, assim que o livro nos chegou às mãos iniciámos a leitura e ficámos felizes quando pouco tempo depois soubemos da vinda de Madeleine a Portugal e fomos assistir à apresentação do livro "Borboleta", da ASA, na Fnac do Colombo.

Em boa hora o fizemos pois foi um pedaço de tarde bem passado. A sessão foi conduzida pelo editor Luís Saraiva e a conversa foi muito interessante e divertida.

Madeleine é jovem e descontraída e contou-nos de forma franca e simples, no seu charmoso português afrancesado todas as fases da criação desta sua primeira novela gráfica, que nos leva ao tema da emigração portuguesa para fugir à ditadura e à guerra colonial. A história, na verdade é composta por várias histórias, contadas pela sua tia e por amigos da família, mas ela, Madeleine é o fio condutor entre elas. A sua presença neste livro inicialmente não estava prevista, mas às tantas, as várias histórias pareciam-lhe não ter uma ligação entre elas e mesmo com o risco de que a achassem presunçosa por ser protagonista (nunca o pensaríamos, mas são dúvidas que assaltam os autores), decidiu ela própria ser o elo de ligação entre os vários relatos. E fez muito bem, pois também ela é uma parte muito importante, sendo descendente de um emigrante e sofrer também ela do mal de em França ser chamada de portuguesa e em Portugal ser chamada de francesa.

Gostámos do argumento que nos leva à busca de Madeleine, para conhecer um pouco mais das suas raízes, pois considerava que o conhecimento que tinha de Portugal era muito básico. Limitava-se a Cristiano Ronaldo, piadas xenófobas e a língua, mesmo assim, algo que o seu pai lhe transmitiu. Porém, faltava-lhe conhecer os motivos que levaram o seu pai a sair do seu país e fugir da ditadura.

Entre muitas curiosidades, após a leitura do livro, ficámos com uma pergunta na ponta da língua, uma curiosidade que ficou satisfeita nessa sessão da Fnac e tem a ver com o porquê do título. Madeleine explicou que o livro se chama Borboleta devido ao episódio ocorrido no Stade de France, quando Portugal defrontou a França na final do Campeonato Europeu de Futebol e uma Borboleta pousou no Cristiano Ronaldo caído no relvado (jogo que Madeleine assistiu ao vivo no Estádio). Embora nada disto apareça no livro, o nome ficou.

Quanto aos desenhos, num estilo a dar para o naif, transportam-nos ora para cenários de décadas mais atrás, ora para Portugal e Lisboa de agora.

A sua história, dentro dela outras histórias e ao mesmo tempo um pouco da História de Portugal. Leitura recomendada!

Entretanto, quem não conseguiu estar com a autora em Abril, saiba que ela volta e estará presente no Maia BD no final de Maio.




terça-feira, 22 de abril de 2025

Novidade ASA: O Ditador e o Dragão de Musgo é uma história verdadeira sobre cinema passada na Coreia Norte

 


Esta é uma das novidades da ASA neste mês de Abril e que ficou já disponível desde dia 15 deste mês. 

O Ditador e o Dragão de Musgo, de Fabien Tillon e Fréwé é mais uma surpresa pela positiva da ASA e que nos conta uma história verdadeira sobre cinema passada na Coreia do Norte e que marcará a sua história. 

Sinopse 

Hong-Kong, 1978. O realizador e produtor Shin Sang-Ok - estrela da Coreia do Sul - anda à procura da sua mulher, a atriz Choi Eun-hee, desaparecida há várias semanas. Até que acaba por ser, também ele, raptado.

Tal como muitos outros artistas japoneses, chineses ou coreanos antes dele, foi levado para servir a Coreia do Norte. A sua missão: realizar, em nome da ditadura, filmes que marcarão a história do cinema de Pyongyang.

Com base numa história incrível, mas verdadeira, os autores concebem um thriller cativante que é, simultaneamente, uma homenagem ao cinema asiático dos anos 70.

O Ditador e o Dragão de Musgo, de Tillon e Fréwé, ASA, 144 p., 22,41 €





Papa Francisco (1936-2025) - parte II - Uma inesgotável fonte de inspiração

Dando continuidade à nossa publicação anterior, não resistimos a partilhar convosco mais estas imagens que fomos encontrando nas redes sociais, provando uma vez mais, que a muitos níveis o Papa Francisco era uma inesgotável fonte de inspiração.

A autoria ou a nossa fonte relativa às imagens, pela ordem é a seguinte: Chloe Cushman para @politico; André Carrilho; @resaltandoamor; Michael Sanlaville; @doomsartooficial; Raquel Pina Design & Illustration; @aiaimatilde; @maestradicarta; Nando Motta; @touuu_so_a_ver














Papa Francisco (1936-2025) - Homenagens ilustradas

O Papa Francisco era um homem único e um homem bom. Por isso não é de estranhar a quantidade de homenagens que tantas pessoas lhe querem prestar em jeito de agradecimento por tudo o que foi e representou. No mundo da banda desenhada e da ilustração essas homenagens também acontecem e nas redes sociais temos visto algumas delas. Aqui fica uma amostra.
Os autores das imagens (ou as páginas onde as encontrámos), pela ordem são os seguintes:
Turma da Mônica; Vasco Parracho, Cartuns.alpino; Vasco Gargalo, Jules_sparniard, Patrícia Furtado, Ricardo Campus - Loja das Caricaturas; autor desconhecido; Rita Correia Ilustradora; Carolina Branco.