terça-feira, 17 de junho de 2025

A opinião de Miguel Cruz sobre "L’Or du Spectre", de Matz e Xavier e "Les Papillons ne Meurent pas de Vieillesse", de Matz e Bézian

 

L’Or du Spectre

O duo Matz (argumento) e Philippe Xavier (desenho) encontraram uma fórmula de sucesso. Com Tango – também editado em português – vão já no oitavo volume, sempre com um sucesso relevante, apoiado num duo de aventureiros desenrascados, que deambula numa embarcação propriedade de um deles (porque será que me lembrei dos nomes de Bernard e Barney? – será que o/a leitor/a saberá a quem me estou a referir?). Em 2022 publicaram um belo one shot com o título de “Le Serpent et le Coyote”, passado essencialmente num espaço desértico dos Estados Unidos, aventura com perseguição, investigação do FBI, personagens profissionais e duras. Agora temos L’or du Spectre, nova aventura em espaços agrestes, mistura de road movie com aventura policial plena de sobressaltos e volte-faces, com caça ao tesouro – o X marca o local.

Estamos no Novo México de 1970 e Chuck, acabadinho de ser libertado pelas autoridades federais, vai reencontrar Kat, a sua companheira, e juntos vão procurar recuperar o dinheiro que Chuck teve oportunidade de esconder antes de ser apanhado nas malhas da lei, cerca de 5 anos antes. O esconderijo está localizado numa pequena vila abandonada no meio de nenhures, e a sua recuperação não será fácil, pois o ambiente mudou e as referências são pouco exatas. Aliás pouco após a chegada ao local, Chuck afirma eufemisticamente, depois de se extenuar a cavar buracos no solo: “Temos um problema”. Como sabemos, tal afirmação é o prenúncio de uma “catrefada” deles.

Como seria de esperar – a esse nível, nada que não fosse antecipável – diferentes personagens aguardavam este momento para tentar deitar as suas garras à riqueza escondida, afinal a cobiça é um sentimento comum. Nada corre como previsto, e até um personagem inesperado, de motivações desconhecidas, se vai meter no meio das jogadas de antecipação, nesta aventura em que nada é certo, e em que esperamos o pior de todas as personagens.

Se é bem verdade que a base da narrativa é conhecida, desde as histórias de piratas e caças ao tesouro dos antigos romances de piratas e caça e espada, a teia narrativa, caracterização das personagens e relações causa-efeito são bem desenvolvidas com mão de mestre pelo bem conhecido Matz. 

Quanto aos desenhos, Xavier está, como se costuma dizer “em grande”. Variações de plano, desenhos de espaços do deserto, detalhes - desde as viaturas às roupas, passando por espaços decadentes - reações das personagens, tudo é de uma grande qualidade, num desenho realista que, nalguns momentos nos faz lembrar o William Vance de XIII ou de Bruno Brazil. 

Mais um one shot, mais uma centena de páginas de entretenimento puro e de qualidade. Editado pela Lombard na sua coleção Signé. Uma bela capa, e se é verdade que a moda tem momentos de revivalismo, aquelas calcinhas à boca de sino pretendem ser, efetivamente, da década de 70. Já o título faz-me lembrar, curiosamente ou talvez não, um par de episódios de Blueberry. Nada se perde, tudo se transforma.




Les Papillons ne Meurent pas de Vieillesse

Recentemente, falei aqui sobre (mais do que) uma BD de Matz, sim, o argumentista, por exemplo de “O assassino” ou de “Tango” ambos publicados em Portugal. Prolífico autor, mestre da narrativa, em particular da narrativa policial e/ou de aventuras.

Frederic Bézian é um desenhador francês, cujos livros nunca foram publicados na nossa língua, apesar de ter várias obras interessantíssimas como desenhador. Dono de um estilo “fantástico” com traço “exagerado” e “exuberante”, centrado no movimento, carregado, sombrio e contemporâneo, tem dado primazia a bandas desenhadas onde domina a critica social.

Em “As borboletas não morrem de velhice” este duo apresenta-nos uma narrativa estranha e estranhamente envolvente, de um entomologista (Camille Simon) que, pela primeira vez, se vai deslocar à selva amazónica após ter recebido de um seu fornecedor local (Candido) um espécime que deveria estar extinto.

Camille Simon após publicar, com o apoio da sua assistente (Geraldine) um artigo que surpreende a comunidade científica, a sua reputação está colocada em causa, o que o leva a deslocar-se ao encontro de Candido, acompanhado de Geraldine.

O essencial da BD consiste nos périplos e buscas pela floresta, o que nos permite aprofundar o conhecimento das três interessantes personagens, sonhadora, prática, cautelosa. Pelo meio, os esforços para criação de uma área protegida para a defesa da borboleta levanta inúmeros problemas na relação com corporações que exploram a selva, e acabam por levar o trio a envolver-se num verdadeiro combate pela sobrevivência entre locais e mercenários.

Uma história plena de critica social, de exploração da alma humana, de aventura e sobrevivência, de persistência e inteligência. Um desenho notável, exuberante e inquietante, maioritariamente a preto, branco e cinzento, com apontamentos de cor, especialmente nas borboletas, aparente centro da narrativa e retratadas com rara beleza.

Uma leitura algo desconcertante, mas entusiasmante. Mais de 70 páginas, mas a ler de um “trago”, um mergulho numa selva amazónica exuberante, perigosa, e excelentemente desenhada, personagem dominante desta BD. 

Não é divertido (só nalguns diálogos), nem heroico (só por breves momentos, e mesmo assim não sem consequências), nem romântico (enfim, por breves momentos, muito breves mesmo), nem dominado pela justiça poética (talvez breves vislumbres de justiça, mas pouco poética, mais de palavrões). Mas descansem, fica já aqui o spoiler: as nossas três personagens centrais sobrevivem a esta aventura desgastante e cara!

Pela minha parte, direi que para além de uma BD de qualidade, constitui uma leitura diferente do habitual, e a diversidade de narrativas é sempre bem-vinda, para não nos fartarmos! Editado pela Casterman.

Especial edição n.º 100 do Juvebêdê - a ilustração de Daniel Henriques

 


Já nos cruzámos algumas vezes com Daniel Henriques em algumas edições da Comic Con Portugal, mas foi o Festival Coimbra BD que nos juntou e que fez com que finalmente ficássemos a conhecer melhor este autor. Daniel Henriques tem uma carreira internacional e já trabalhou com a Marvel e com a DC Comics, em projectos que envolveram personagens icónicas como Batman, Aquaman, Spawn, Venom ou Liga da Justiça. E prepara-se para surpreender em breve com a série The Curse of Sherlee Johnson. A nós surpreendeu-nos também com este desenho!

Foi precisamente no Festival Coimbra BD de 2025 que tirámos esta fotografia do Daniel.

Novidade: Ala dos Livros lança o terceiro volume da série Wild West, que tem como protagonista Charlie Utter

 


Charlie Utter - Escalpes em série (da autoria de Thierry Gloris e Jacques Lamontagne), é o terceiro tomo da série Wild West, editada em Portugal pela Ala dos Livros.

Após a morte do seu marido índio, assassinado por Wild Bill Hickok, Martha Jane Cannary, a célebre Calamity Jane, é acolhida por Charlie Utter, um generoso colono que não consegue, contudo, evitar o delírio alcoólico da sua protegida, que só pensa em vingança. Entretanto, Wild Bill trabalha como responsável pela segurança do estaleiro de construção do caminho de ferro, onde tem de gerir as disputas entre brancos e negros, mas também mortes misteriosas causadas por um misterioso assassino que remove o escalpe das suas vítimas… O destino ditará a sua reunião…





segunda-feira, 16 de junho de 2025

Vêm aí mais duas novidades da ASA que já estão em pré-lançamento

A ASA tem mais duas novidades em pré-lançamento: Vertigeo, de Amaury Bündgen, Emmanuel Delporte e Lloyd Chéry e Zorro - O regresso de entre os mortos, de Sean Murphy. Aqui ficam as capas e as sinopses.



Um cataclismo. Já não há sol. Já não há vida. A humanidade esteve perto da extinção. Os últimos homens construíram as fundações da torre Vertigeo. Assim começou… a construção em altura.

Seguindo a mais pura tradição da ficção científica distópica e pós-apocalíptica, Vertigeo é uma metáfora brutal sobre a sociedade do trabalho, digna herdeira de referências como Soleil Vert e Transperceneige.


Diego é um jovem que está convencido que é o Zorro. Em criança, Diego sofre uma crise psicótica depois de assistir ao cruel assassinato do seu pai pelo Barão do cartel de droga da sua cidade – De la Vega. Para lidar e recuperar do trauma, encarna na lenda com mais de 200 anos do ZORRO colocando uma máscara, treinando a arte da esgrima, e declarando guerra aos “Narcos” como forma de salvar o povo da sua cidade.

Este é um livro onde o Dom Quixote se encontra com Narcos (cartel da droga sul-americano) no livro de Sean Gordon Murphy’s “Zorro: O regresso de entre os mortos”



Especial edição n.º 100 do Juvebêdê - a ilustração de Daniel Garcia


Daniel Garcia é um ilustrador português que tem vindo a trabalhar para mais de 100 publicações e organizações oriundas de mais de 24 países, entre os quais The New York Times, Financial Times ou Amnistia Internacional. Vamos vendo os seus trabalhos nas redes sociais, onde a actualidade política mundial e questões culturais estão sempre em evidência. Não conhecemos pessoalmente o artista, mas sabemos que acompanha e conhece bem o nosso trabalho e foi com enorme satisfação que recebemos este seu desenho.

Autor de BD Luís Diferr deixa-nos ao 69 anos (1956-2025)


Foi com grande tristeza que recebemos a notícia da morte de Luís Diferr, no passado dia 11 de Junho, pouco depois de completar 69 anos (nasceu a 26 de Maio de 1956, em Angola).

Era um autor com quem tivemos algum contacto e seguíamos o seu percurso, pois no número 10 do Juvebêdê, de Março de 1999, publicámos como destaque uma entrevista com ele, com imagem da capa da sua autoria e ainda uma banda desenhada de três páginas, com o título "Breves aventuras do Sr. Sansão", de 1983.

No seu percurso destacamos para a sua primeira publicação em álbum em 1991, com "Uma aventura de Herb Knox: O Homem de Neandertal", edição da ASA e que em 1998 veria esta personagem protagonizar  "Os Deuses de Altair - I" numa edição da Baleiazul, e que o Juvebêdê teve o prazer de apresentar na nossa sede da Associação Juvemedia, em Lisboa, como podem ver na foto a preto e branco. Escreveu para o desenho de José Abrantes uma aventura em duas partes de "Dakar, o Minossauro", numa vertente infantil: "O Lago iluminado" em 1997/1998.

Mas a obra com mais destaque foi a edição em França (Casterman) e Portugal (ASA) em 2010, do título "Portugal", na colecção As Viagens de Loïs, criada por um dos autores mais conhecidos, Jacques Martin (pai do personagem Alix) onde desenha com muita qualidade e faz os textos do álbum, entre os séculos XVI e XVIII sobre a História portuguesa.

Nos últimos anos estava dedicado a um grande projecto pessoal, a publicação em português das aventuras da romana Kallilea, que viu lançados em França em 2019, dois volumes com os títulos "Au nom de la déesse" e "Collateral" (edição da Sandawe e através do sistema crowdfunding) e que iria editar pela Ala dos Livros, "Kallilea, a Amazona" cuja primeira história seria dividida em dois álbuns com os títulos:

1 -  "A morte do lobo" (114 páginas)

2 - "O dia do Centauro" (96 páginas)

Que esteja em paz!






domingo, 15 de junho de 2025

Trouxemos de Beja o n.º 10 do fanzine Impulso

 


Esta é mais outra publicação que veio parar às nossas mãos no Festival Internacional de BD de Beja. Foi-nos oferecida por Lança Guerreiro e trata-se do n.º 10 do fanzine Impulso, uma edição da Associação Cultural Clicando.

A ilustração da capa é um detalhe do trabalho colectivo de Laura Bento, Mariana Afonso e Maria Martins e a publicação conta com a participação de Antero Valério, António Lança Guerreiro, Carlos Ferreira, Jorge Delmar, José Eduardo Miranda (Zico), José Manuel Sousa Bastos, José Sanina, Leonor Barros, Vasco Parracho, Venerando Aspra de Matos.

Este número contem alguns trabalhos das escolas preparatórias e secundárias do concelho de Torres Vedras, no âmbito do Concurso de Banda Desenhada e Cartoon João Sarzedas. Mas não só, nesta edição há várias histórias curtas, um artigo sobre a banda desenhada que se faz na Ucrânia, outro sobre uma visão diferente de leitura do Pato Donald e companhia e também uma homenagem a João Sarzedas.







Especial edição n.º 100 do Juvebêdê - a ilustração de Carlos Sêco




Jonas, o Reguila, é uma personagem de banda desenhada que existe online, num blogue intitulado As peripécias de Jonas, o Reguila, desde 2006. Esta obra é da autoria de Carlos Sêco e conforme escreveu Geraldes Lino, trata-se de "Um blogue com BD inserido no quadrante infantil, coisa rara na componente bedéfila da blogosfera, esse é logo um dos seus méritos." Um projecto extraordinário, de entretenimento puro, sobre o qual tivemos o prazer de falar com o autor, numa edição do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja. E aqui temos o Jonas a dar os parabéns ao Juvebêdê!

BDs da estante - 638 - Déogratias, de Jean-Philippe Stassen - ASA

 


No caos do Ruanda encontramos Déogratias, um pobre diabo tolhido pelo álcool que se arrasta pelas ruas de Butare, onde reina o terror presente em 1994, ano que marcou os bárbaros acontecimentos que dizimaram a etnia tutsi. São 80 páginas que não deixarão ninguém indiferente pela sua objectividade em mostrar a transformação sofrida que tinha todo o futuro pela frente e deitou tudo a perder, como o seu país. O álbum foi distinguido com o Prémio René Goscinny e da rádio France Info em 2001. Em Portugal, foi editado pela ASA em 2004. 


sábado, 14 de junho de 2025

Novidades: O Penteador tem nova edição com extras e Toxic West é mesmo novidade - edição Escorpião Azul


 O Penteador, de Paulo J. Mendes tem nova edição com extras, bem como um prefácio do Júlio Eme e nova capa e contra capa. 

A outra novidade é Toxic West, de João Gil Soares e como a anterior já está disponível nas livrarias independentes e brevemente no Grupo Almedina. Podem encontrá-los ainda na Feira do Livro de Lisboa no stand da Ala dos Livros D49.

Especial edição n.º 100 do Juvebêdê - a ilustração de Bastien Loukia

 


Conhecemos Bastien Lokia em 2024, no Festival Amadora BD, por ocasião do lançamento de Crime e Castigo, novela gráfica adaptada e ilustrada pelo autor, a partir da obra homónima de Fiodor Dostoiévski.  Pintor, desenhador, cartoonista e argumentista, iniciou a sua carreira no mundo das artes com a idade de 17 anos. Contactado pelo Juvebêdê, para se juntar à celebração do número 100, não hesitou em enviar-nos esta sua ilustração onde juntou a imagem da personagem de capa do livro referido, com a mascote do Juvebêdê. 

Fábula edita "Para sempre", uma novela gráfica juvenil

 



Para sempre é uma novela gráfica para os mais jovens, da autoria de Assia Petricelli e Sergio Riccardi, dois autores já premiados por outro trabalho. Editado pela Fábula, este livro estará disponível a partir de dia 23 de Junho.

Para sempre é uma novela gráfica irresistível que trata temas como a magia do primeiro amor, as alegrias e desilusões na adolescência e a diversidade. Uma história coming of age que vai conquistar o coração dos leitores e acompanhá-los no seu próprio caminho de descoberta. De autora e ilustrador premiados.

A sinopse:

Numa tarde de verão, numa povoação onde passa férias com os pais, Viola conhece um rapaz que pretende restaurar um velho barco. Viola percebe que tem afinidades com ele e oferece-se para ajudá-lo. Em pouco tempo apaixonam-se. Os seus dias passam a ser divididos entre programas com amigas que também estão de férias por lá e encontros secretos com Ireneo.

A sua relação amorosa é reprovada pelos pais, enquanto a relação de sua amiga Valéria com o namorado é considerada por todos como correta, quase perfeita, coisa que só no final se percebe que não é de todo verdade.

Com este amor de verão, Viola descobrirá mais sobre o amor e sobre si própria. Importantes lições e memórias que vão guardar para sempre.








sexta-feira, 13 de junho de 2025

Novidade A Seita: Sete Mulheres, Sete Musas - Lírica de Camões em BD apresentada na Feira do Livro de Lisboa

 


Está semana, na Feira do Livro de Lisboa, A Seita apresentou o mais recente livro da colecção Comic Heart, dedicada a autores portugueses e projectos nacionais: "Sete Mulheres, Sete Musas: Lírica de Camões em BD", apropriadamente no dia de Portugal e de Camões!

Criado no âmbito de um projecto (e com o apoio) do King's College de Londres, e do Instituto Camões/Camões Center for Portuguese Language and Culture, este livro reúne sete histórias em BD que celebram a figura feminina que surge na poesia camoniana, universal e inovadora. Reinterpretadas por sete artistas portugueses, estas musas de Camões, sete mulheres – Lianor, Dinamene, Bárbara, Violante, Francisca, Catarina e a Menina dos Olhos Verdes – ganham novos rostos, corpos e vozes, na nossa imaginação.

Entre homenagem e reinvenção, esta obra celebra a universalidade e intemporalidade da poesia camoniana, ligando o verso à imagem e desafiando os leitores a descobrir as múltiplas dimensões do feminino em Camões.

A coordenação do projecto é de Alexandra Lourenço Dias e as ilustrações de Amanda Baeza, Daniela Viçoso, Miguel Rocha, Jorge Marinho, José Smith Vargas, Rita Mota, e Susa Monteiro, com argumentos de Pedro Moura, e textos de apoio de Cátia Verguete e Janek Scholz.

Ontem dia 12, às 16 horas, na Praça Roxa houve nova apresentação do livro com a presença de alguns dos autores. 

Especial edição n.º 100 do Juvebêdê - a ilustração de André Diniz



É do Brasil, mas também é de Portugal, pois já mora no nosso país há alguns anos. Com a simpatia que lhe é tão característica e com o seu traço inconfundível, André Diniz participa com este desenho na celebração do nosso 100.º número. Argumentista e desenhador, produziu mais de 30 obras, publicadas não só no Brasil, como em Portugal, França, Reino Unido, entre outros países, tendo o seu trabalho sido reconhecido e premiado múltiplas vezes.

Foi no Festival Coimbra BD que estivemos com o André e lhe tirámos esta fotografia.




A nossa leitura de "A Beleza da Erva por Cortar," de Trevor Noah - edição Iguana

 


Este é mais um bonito livro ilustrado editado pela Iguana. Não é tão profundo como os anteriores, mas ainda assim constitui uma fábula para leitores não de todas as idades, mas apto para ser lido por muita gente adulta.

A autoria é do autor bestseller e reconhecido apresentador de televisão Trevor Noah, com ilustraçoes muito bonitas e singelas de Sabina Hahn. Trata de uma primeira escapadela de uma criança par além dos limites do terreno da sua casa. A viagem é pequena, mas parece enorme aos seus olhos, e acontece devido à sua insaciável curiosidade. Com ele está o seu companheiro, um ursinho de peluche que aqui funciona um pouco como a consciência. Ele é a voz medrosa e prudente, contrapondo a inquietação e a rebeldia da criança. Juntos vão viver uma pequena aventura, fazer novos amigos, aprender um pouco mais sobre a partilha e a união, mas no final vão dar ainda mais importância ao sentimento de paz e de pertença que temos junto das pessoas que amamos. 

Este livro contem também pequenas lições de bondade e de companheirismo e de como tudo corre melhor se nos ajudarmos uns aos outros. Um livro cheio de sentimentos bons, que é o que mais precisamos neste mundo estranho em que agora vivemos.