sábado, 26 de abril de 2025
O primeiro dia do Coimbra BD - 25 de Abril
sexta-feira, 25 de abril de 2025
JUVEBÊDÊ N.° 100 é apresentado no domingo dia 27 de Abril no Coimbra BD
quinta-feira, 24 de abril de 2025
A opinião de Miguel Cruz sobre "Habemus Bastard – Tomo 22", de de Schwartzmann e Vallée e "Un Putain de Salopard, Tome 4: Le Rituel", de Loisel e Pont
Habemus Bastard – Tomo 2
Há um pouco menos de um ano, pude dar aqui a minha opinião sobre Habemus Bastard Tomo 1 de Schwartzmann e Vallée, e nessa altura escrevi: “Veremos se o desenlace permitirá manter o excelente nível desta primeira parte…”. Não manteve, ultrapassou, na minha opinião o segundo tomo é ainda mais interessante e bem estruturado que o primeiro, talvez porque permite dar resposta a várias questões que ficavam em suspenso na primeira “entrega”.
Continuamos a acompanhar Lucien, homem de mão de um chefe de grupo criminoso, que se esconde por trás de uma batina/sotaina, depois de ter cometido um pequeno erro numa tarefa que lhe tinha sido encomendada pelo chefe.
Padre em Saint-Claude, Lucien começou, no tomo um a sua adaptação às suas tarefas e à sua nova vida, incluindo o desenvolvimento das suas relações com a comunidade local, com destaque para a mãe de um dos seus alunos de catequese, com a mulher que faz as limpezas na sua casa de função e lhe dá apoio diário, bem como com o seu filho – canal de acesso ao mercado de droga local, com o empreiteiro da região, responsável por algumas construções na vila e na igreja, com o seu invejoso colega de localidade próxima, e a uma pequena jovem que o apoio na missa, inteligente, órfã de mãe e com um pai mais dado ao consumo de bebidas no bar local. A isto vem-se juntar a visita de uma jovem do passado!
Apanhado no meio de uma disputa entre dois gangs, sendo um deles aquele para o qual trabalhou e que o procura, e o outro um gang rival que procura vingar uma morte, tentando eliminar um padre que, por azar, é aquele cuja batina Julien está a usar!
E vamos ter bastante ação, mas sempre com um humor que nos diverte e torna a leitura agradável e difícil de interromper.
Esta história vai num crescendo interessante, bem desenvolvido, com diálogos cortantes e uma narrativa magistralmente elaborada. O desenho de Vallée é excecional, ágil, apelativo, cinematográfico, marcante e reconhecível.
A ler e reler, e voltando a uma referência que fiz no anterior comentário, espero que esta bela edição da Dargaud (Tome 2: Un Coeur sous une Soutane) veja um dia a luz em versão portuguesa.
A nossa leitura de "Fábulas das Terras Perdidas" ciclo 1, de Dufaux e Rosinski - edição Arte de Autor
Tínhamos dito que esta era uma obra de peso. E assim é em vários sentidos. Porque é uma edição integral contendo quatro volumes, o primeiro ciclo completo das Fábulas das Terras Perdidas, de Jean Dufaux (argumento) e Rosinski (desenho) - edição portuguesa da Arte de Autor. É de facto um grande livro e pesado! Porém, é também uma obra de peso pela qualidade do seu conteúdo, pois a série afirmou-se como uma referência na banda desenhada europeia, especificamente no género de fantasia.
Criada em 1993, a história é um clássico de fantasia que junta a magia das lendas celtas e neste caso o lado bom e o lado mau (negro) da magia. Não estamos perante uma história leve. O argumento é denso com personagens complicadas e a guerra entre o bem e o mal está presente de forma constante, assim como o mistério e o horror, a ambição e a violência, mas também o amor e algum humor.
Sioban é o nome do primeiro ciclo e também o nome do primeiro volume e a versão portuguesa do segundo ciclo será lançada em breve. Ao longo dos quatro volumes (Sioban, Blackmore, Dona Gerfaud e Kyle de Klanach) há uma pergunta sempre presente cuja resposta só obteremos no final: é o amor que está no coração do mal, ou é o mal que está no coração do amor?
Esta saga remete-nos para uma linha tipo "Guerra dos Tronos". A protagonista é Sioban, uma adolescente corajosa, princesa sem reino, que defronta um poderoso feiticeiro maquiavélico. Ela pertence ao clã Sudenne e, alguns anos depois da morte do seu pai, está determinada a reivindicar o seu lugar legítimo e em proteger o seu povo de forças obscuras e ameaçadoras. Porém, a sua coragem não se revela suficiente e vê-se envolvida no meio de traições e de segredos muito antigos, que a fazem descobrir muito mais sobre as suas origens, do que alguma vez imaginava e ser vítima de um feitiço que muda o rumo à história.
Perante um cenário tão negro e sinistro não vemos soluções à vista, mas algo vai acontecer para uma nova reviravolta. Porque mais uma vez o mal substima o poder do amor.
Um trabalho fantástico de Rosinski e Dufaux, um universo muito rico, que também se reflete ao nível visual, desde os cenários interiores, às paisagens, batalhas, armas e vestuário. Tudo isto contribui para uma leitura imersiva e quase compulsiva.
quarta-feira, 23 de abril de 2025
Novidade Casterman: On ne parle pas de ces choses-là - um livro sobre o incesto de Marine Courtade e Alexandra Petit
A Casterman acaba de lançar um livro que aborda o tabu dos tabus. A jornalista Marine Courtade descortina os mecanismos do silêncio à volta do incesto. O seu terreno de pesquisa foi a sua própria família. Com uma mistura inteligente de rigor e escárnio, ela embarca numa ousada viagem por França para confrontar os seus tios e tias, um por um, com a mesma pergunta: por que vocês ficaram calados?
Um livro que seguramente será difícil de digerir, mas com atrativos desenhos de Alexandra Petit.
A presença da Ala dos Livros no Coimbra BD e as suas novidades
A Ala dos Livros é uma das editoras que marcará presença no Festival CoimbraBD e aproveita a ocasião para promover uma campanha de descontos que variam entre os 10% e os 40%.
Entretanto, das várias novidades com lançamento agendado para Abril e início de Maio, algumas já estarão disponíveis durante o festival e em pré-venda no site.
Aqui ficam as capas das novidades da Ala dos Livros.
No Festival estará presente o desenhador Arno Monin, da série "A Adopção", sobre a qual estará patente uma exposição e com quem iremos participar numa conversa que decorre no dia 25 de Abril pelas 16h30.
A nossa leitura de "Borboleta", de Madeleine Pereira - edição ASA
A primeira vez que tivemos contacto com a divulgação deste livro, ficámos apaixonados pela capa e curiosos sobre a sua autora, tendo em conta que o nome é franco-português. Por isso, assim que o livro nos chegou às mãos iniciámos a leitura e ficámos felizes quando pouco tempo depois soubemos da vinda de Madeleine a Portugal e fomos assistir à apresentação do livro "Borboleta", da ASA, na Fnac do Colombo.
Em boa hora o fizemos pois foi um pedaço de tarde bem passado. A sessão foi conduzida pelo editor Luís Saraiva e a conversa foi muito interessante e divertida.
Madeleine é jovem e descontraída e contou-nos de forma franca e simples, no seu charmoso português afrancesado todas as fases da criação desta sua primeira novela gráfica, que nos leva ao tema da emigração portuguesa para fugir à ditadura e à guerra colonial. A história, na verdade é composta por várias histórias, contadas pela sua tia e por amigos da família, mas ela, Madeleine é o fio condutor entre elas. A sua presença neste livro inicialmente não estava prevista, mas às tantas, as várias histórias pareciam-lhe não ter uma ligação entre elas e mesmo com o risco de que a achassem presunçosa por ser protagonista (nunca o pensaríamos, mas são dúvidas que assaltam os autores), decidiu ela própria ser o elo de ligação entre os vários relatos. E fez muito bem, pois também ela é uma parte muito importante, sendo descendente de um emigrante e sofrer também ela do mal de em França ser chamada de portuguesa e em Portugal ser chamada de francesa.
Gostámos do argumento que nos leva à busca de Madeleine, para conhecer um pouco mais das suas raízes, pois considerava que o conhecimento que tinha de Portugal era muito básico. Limitava-se a Cristiano Ronaldo, piadas xenófobas e a língua, mesmo assim, algo que o seu pai lhe transmitiu. Porém, faltava-lhe conhecer os motivos que levaram o seu pai a sair do seu país e fugir da ditadura.
Entre muitas curiosidades, após a leitura do livro, ficámos com uma pergunta na ponta da língua, uma curiosidade que ficou satisfeita nessa sessão da Fnac e tem a ver com o porquê do título. Madeleine explicou que o livro se chama Borboleta devido ao episódio ocorrido no Stade de France, quando Portugal defrontou a França na final do Campeonato Europeu de Futebol e uma Borboleta pousou no Cristiano Ronaldo caído no relvado (jogo que Madeleine assistiu ao vivo no Estádio). Embora nada disto apareça no livro, o nome ficou.
Quanto aos desenhos, num estilo a dar para o naif, transportam-nos ora para cenários de décadas mais atrás, ora para Portugal e Lisboa de agora.
A sua história, dentro dela outras histórias e ao mesmo tempo um pouco da História de Portugal. Leitura recomendada!
Entretanto, quem não conseguiu estar com a autora em Abril, saiba que ela volta e estará presente no Maia BD no final de Maio.
terça-feira, 22 de abril de 2025
Novidade ASA: O Ditador e o Dragão de Musgo é uma história verdadeira sobre cinema passada na Coreia Norte
Esta é uma das novidades da ASA neste mês de Abril e que ficou já disponível desde dia 15 deste mês.
O Ditador e o Dragão de Musgo, de Fabien Tillon e Fréwé é mais uma surpresa pela positiva da ASA e que nos conta uma história verdadeira sobre cinema passada na Coreia do Norte e que marcará a sua história.
Sinopse
Hong-Kong, 1978. O realizador e produtor Shin Sang-Ok - estrela da Coreia do Sul - anda à procura da sua mulher, a atriz Choi Eun-hee, desaparecida há várias semanas. Até que acaba por ser, também ele, raptado.
Tal como muitos outros artistas japoneses, chineses ou coreanos antes dele, foi levado para servir a Coreia do Norte. A sua missão: realizar, em nome da ditadura, filmes que marcarão a história do cinema de Pyongyang.
Com base numa história incrível, mas verdadeira, os autores concebem um thriller cativante que é, simultaneamente, uma homenagem ao cinema asiático dos anos 70.
O Ditador e o Dragão de Musgo, de Tillon e Fréwé, ASA, 144 p., 22,41 €
Papa Francisco (1936-2025) - parte II - Uma inesgotável fonte de inspiração
Dando continuidade à nossa publicação anterior, não resistimos a partilhar convosco mais estas imagens que fomos encontrando nas redes sociais, provando uma vez mais, que a muitos níveis o Papa Francisco era uma inesgotável fonte de inspiração.
A autoria ou a nossa fonte relativa às imagens, pela ordem é a seguinte: Chloe Cushman para @politico; André Carrilho; @resaltandoamor; Michael Sanlaville; @doomsartooficial; Raquel Pina Design & Illustration; @aiaimatilde; @maestradicarta; Nando Motta; @touuu_so_a_ver