quinta-feira, 31 de março de 2022

As opiniões de Miguel Cruz sobre: "Le Poids des Héros", de David Sala e "La Terre, Le Ciel et Les Corbeaux", de Teresa Radice e Stefano Turconi


Le Poids des Héros, de David Sala

David Sala já nos visitou no Festival de Beja, e recordo-me de lhe ter levado dois livros para autografar. Um editado na nossa língua, O Jogador de Xadrez, adaptado da obra de Stefan Zweig, e o outro o primeiro volume de Nicolas Eimerich, Inquisiteur, qualquer delas obra complexa, na história, nas diferentes camadas de leitura, nas personagens e na leitura sobre a raça humana. Recordo-me, também da satisfação de todos com os autógrafos cheios de cor de aguarelas, realizados por um autor muito simpático.

E é tudo isso que podemos constatar na obra biográfica deste autor nascido e criado em França, mas descendente de Espanhóis, cujos avós, paterno e materno, foram verdadeiros heróis, passaram pela Guerra Civil Espanhola e pela II Grande Guerra, e dela trazem as marcas. O avô materno, que morreu aos 68 anos, pura e simplesmente recusava-se a morrer antes desse … de Francisco Franco, o que conseguiu, vitória derradeira de quem tudo sofreu e tudo perdeu, mas não se dá por vencido.

O jovem David cresce e cria os seus valores com este peso dos heróis, e uma leitura familiar do mundo que, como refere, é como se a raiva e a angústia se partilhassem geneticamente. Para quem foi adolescente nos finais da década de 70, década de 80, embora o ambiente cultural seja distinto, é muito fácil identificar-nos com este jovem e com várias das suas experiências – quem se esquece dos óculos para o primeiro filme 3D passada na televisão, com o monstro da lagoa???

A década de 70 e 80, e uma imaginação extraordinária, permitem várias páginas de explosão de cores, por vezes contrastantes com o ambiente, mas que tornam este livro numa exaltação de valores, numa história simples plena de ternura e, essencialmente, uma exaltação da importância da memória e de a manter viva. Sincero, muito direto e excelente! A edição é da Casterman.




La Terre, Le Ciel et Les Corbeaux

Com 208 páginas, este é uma BD de dois autores italianos, Teresa Radice (texto) e Stefano Turconi (desenho e cor), um casal que depois de vários anos de colaboração com a Disney, criou um livro que já tive oportunidade de mencionar na revista como uma excelente obra: O Porto dos Marinheiros Perdidos.

Gostei tanto dessa publicação, que este "La Terre, le Ciel et les Corbeaux" é a terceira BD que leio destes autores. Editado no final de Janeiro deste ano, trata a história de três fugitivos de uma prisão Russa no período da II Grande Guerra. Um é Alemão e tem um plano bem definido, o outro é Italiano e aproveitou a oportunidade, embora não tenha plano, mas muitas memórias e uma grande dose de nostalgia, como ficamos a saber, e o terceiro é Russo, fugitivo forçado.

As aquarelas de Turconi e o poderoso, por vezes pesado texto de Radice, acompanham o périplo deste grupo improvável, cuja união se vai cimentando gradualmente em função das necessidades, dos perigos e, particularmente, de um ambiente absolutamente gélido e inóspito.

O Alemão fala quase sempre em alemão, o russo na sua língua, e a única personagem cujo diálogo eu (que não sei alemão nem russo) consigo acompanhar totalmente é o Italiano, sobre quem ficamos gradualmente a conhecer o passado e o que o levou até esta situação. E é isso que se pretende, pois o entendimento entre estes três personagens é linguisticamente limitado, mas perfeitamente bom para o que é necessário, e a necessidade facilita a adaptação.

Como é referido numa das mensagens aos leitores, e numa tradução minha, “nestes tempos que recomendam distâncias de segurança, a lição de proximidade oferecida pelas histórias tem um valor essencial, um papel de empatia: descobrir-se semelhante aos outros, precisamente porque somos todos diferentes. Encontrar-se para lá de si”.

E é a terra, o céu e a fauna, neste caso os corvos, que acabam também por desempenhar um papel fulcral no percurso das três personagens, com destaque para uma delas. Novamente citando os autores: “Por vezes, o meio mais eficaz de estar em paz com a realidade é frequentar a ficção. Ou a natureza. Ou mesmo ambos”.

Recomenda-se a leitura desta edição da Glénat, sendo que o texto narrativo é extenso, mas a história é muito bem construída e estruturada, com um fim credível e interessante, credibilidade muito reforçada por um grafismo de alto nível.



Barreiro Ilustra BD - de 30 de Abril a 29 de Maio


É tão bom quando começamos a ver os eventos retomarem as suas versões presenciais. É o caso da exposição Barreiro Ilustra BD, organizada pela Câmara Municipal do Barreiro. Regressa dia 30 de Abril e estará patente até ao dia 29 de Maio, no Parque da Cidade do Barreiro e no Auditório Municipal Augusto Cabrita. 

Serão várias as exposições de mais de uma dezena de autores nacionais. Este “encontro” de BD e Ilustração surge mais uma vez com o intuito de proporcionar a todos os amantes e interessados nesta área um contacto privilegiado com os artistas que fazem o mundo da BD e Ilustração.

Fica a sugestão para marcarem nas vossas agendas (a entrada é gratuita) e o cartaz da autoria de Pedro Brito.


quarta-feira, 30 de março de 2022

Gradiva já tem em pré-venda o volume 2 da série LONESOME - Os Ruffians!


A Gradiva tem a partir de hoje disponível para pré-venda o volume 2  - "Os Ruffians" da excelente série LONESOME, da autoria de Yves Swolfs. 

De recordar que ainda recentemente foi editado o primeiro volume da série "A Pista do Pregador" que podes relembrar aqui no Juvebêdê: 

http://juvebede.blogspot.com/2022/03/novidade-lonesome-e-nova-serie-editada.html 

Aqui fica a capa deste volume 2 para "aguçar" a curiosidade e ainda o Booktrailer do mesmo: 

https://www.youtube.com/watch?v=mraJixHcGkw

Em breve voltaremos a falar desta novidade!

Novidade: Miss Marple - Crime no Hotel Bertram, mais uma adaptação da obra de Agatha Christie

 


Esta semana chega às livrarias mais um livro de Banda Desenhada adaptado de um romance de Agatha Christie, editado pela Arte de Autor, que conta com argumento de Dominique Ziegler e desenho de Olivier Dauger. Desta vez voltamos a ter a ajuda de Miss Marple na resolução de mais um mistério. 

Uma série de assaltos abala a Inglaterra. A polícia está num impasse e não quer a ajuda da velha senhora. É altura de tirar férias. E porque não no Hotel Bertram, um local que não muda – verdadeiramente tranquilizador?

Agatha Christie (1890-1976) conhece o sucesso desde o seu primeiro romance de mistério, "O Misterioso Caso de Styles" (também já editado pela Arte de Autor em Banda Desenhada). Foi designada como a «duquesa da morte» e escreveu sessenta e seis romances, e uma centena de novelas que foram traduzidas numa centena de línguas e venderam até hoje mais de dois milhões de exemplares em todo o mundo.







terça-feira, 29 de março de 2022

As opiniões de Miguel Cruz sobre: "Le Petit Pape Pie 3,14" da autoria de François Boucq e "La Ballade de Hugo" da autoria de Bepi Vigna e Mauro de Luca






Diverti-me. Importante, nos dias que correm, e tratando-se de uma paródia burlesca originalmente publicada na revista Fluide Glacial. Le Petit Pape Pie 3,14 – ou seja, O Pequeno Papa Pio 3,14 – é uma das duas publicações de François Boucq neste primeiro trimestre de 2022, sendo a outra (tradução à letra) Um General, vários Generais, uma obra humorística, muito crítica, num período final colonial Francês.
 
Sobre esta segunda obra, prometo comentar brevemente. Já sobre o pequeno Papa que quando pequeno queria ser Papa quando fosse grande, mas que já o é sendo ainda pequeno, vale a pena acrescentar que o desenho de Boucq, só por si vale o interesse. Editado em duas versões, a cores e a preto e branco, tive a oportunidade de “dar uma vista de olhos” a ambas, mas a leitura recaiu sobre a versão a preto e branco que me foi oferecida por um amigo. 
A qualidade de desenho é um regalo, com um traço a tinta da china absolutamente e artisticamente fantástico… De tal forma que li o livro, imediatamente após receção, por duas vezes: uma normalmente e outra ignorando os textos e apreciando apenas o que os franceses costumam chamar de “coup de patte”.

O álbum de BD é composto por várias histórias curtas publicadas na revista Fluide Glacial (a começar pela eleição do Papa após o conclave, e que quando vem saudar a multidão à varanda se depara com um pequeno problema: ninguém o consegue ver) e é reconhecido pelo autor como “uma descontração”, apesar do sucesso que a personagem, um Papa de altura muito reduzida, mas com um grande coração. Boucq apostou no humor imprevisível e por vezes poético ou filosófico, com alguns laivos de crítica social, mas sem qualquer abordagem agressiva ou relevante crítica à Igreja.
Mesmo sendo esta uma mera “brincadeira” na prolífica carreira desse grande autor François Boucq, a qualidade do albúm merece a nossa atenção – lembro-me da sua presença no Festival de Banda Desenhada da Amadora, creio que na estação de Metro da Falagueira, a dar autógrafos, mas pedindo que cada um de nós lhe fizesse um desenho no seu livrinho/sketcbook. Nesse ano, o meu pai que, não sei porquê, quis ir a um dia do festival, lá teve de fazer o desenho e perguntou-me se “isto é sempre assim”… Será que Boucq ainda tem o caderninho?






Editada no passado mês de fevereiro, a obra “La Ballade d’Hugo” é apresentada como um One Shot (Será? Eu cá diria que vai depender do sucesso de vendas, porque “a porta” foi claramente deixada aberta para uma segunda parte) que pretende retratar a vida aventurosa desse Grande da Banda Desenhada que foi Hugo Pratt.
 
Os italianos Bepi Vigna e Mauro de Luca tomaram as rédeas deste projeto, sendo que a escolha do último, identificado como um aquarelista, deve-se à ligação que, em termos gráficos, foi pretendido fazer às extraordinárias capacidades de Hugo Pratt nessa mesma matéria. Foi uma boa escolha.
Não é tarefa fácil, a realização de uma biografia que não seja maçadora - nunca é tarefa fácil, nem mesmo quando o autor teve uma vida que pouco deve a um romance de aventuras. O que é certo é que os objetivos são razoavelmente bem atingidos. Para quem quiser conhecer um pouco mais os meandros da vida de Pratt, identificar aqueles que com ele mais privaram e que, naturalmente, contribuíram para que se tornasse num dos mais célebres autores de BD, num volume de fácil leitura, com desenhos excelentes e agradáveis, contendo ainda algumas referências biográficas explicativas e fotos, tem aqui uma obra merecedora de referência.

A biografia é concentrada no seu período de juventude, passado em grande medida na África Italiana da década de 30 do século passado, e focada em experiências que a nossa imaginação rapidamente associa a episódios marcantes das aventuras de Corto Maltese ou aos ambientes (e cores) dos Escorpiões do Deserto. Hugo, nascido em 1927 em Rimini perto de San Marino e não muito distante de Veneza, é um jovem apaixonado pela literatura, com uma imaginação extraordinária e uma grande curiosidade que, como sabemos era um apaixonado por Veneza, mas se estabeleceu como um viajante por (e autor de) vários continentes e diversos países.

A leitura, como já referi, foi informativa, muito agradável, os nossos olhos perdem-se no calor que emana das aguarelas de Mauro de Luca, sendo que, pela minha parte, assim que acabei a leitura fiquei com a sensação de pouco (que explica a utilização do razoavelmente, dois parágrafos acima). Falta muita história, queremos saber um pouco mais, achamos o livro demasiado curto (apesar de ter mais de 128 páginas), tal é a estatura do homem que em 1967 criou a mítica Balada do Mar Salgado.


Charlène do Mónaco reaparece... mas em Banda Desenhada


No dia 25 de Fevereiro, a princesa Charlène do Mónaco fez uma reaparição pública, mas em Banda Desenhada. Tal aconteceu por ocasião do lançamento do sexto volume de "Blitz", um mangá monegasco dedicado ao mundo do xadrez, onde a princesa aparece em algumas páginas. 

A propósito disto, a princesa, ainda a recuperar na Suíça, fez o seu primeiro comunicado, desde há vários meses.

Segundo Charlène: “Estou encantada com o lançamento do sexto volume de Blitz, magnificamente inspirado e com a participação de Garry Kasparov e desenhado por Daitaro Nishihara. A ideia de participar na aventura Blitz agradou-me de imediato e agradeço a Cédric Biscay (criador e argumentista) por me ter convidado a descobrir o mundo do mangá".





segunda-feira, 28 de março de 2022

Novidade: terceiro volume de "O Mercenário" - "As Provas"

Depois de manhã termos falado do segundo volume da série "O Mercenário", aqui fica também o terceiro volume de “O Mercenário”, com o título "As Provas", que também já está disponível para os leitores e fãs da série. Esta série é da autoria de Vicente Segrelles e tem a chancela da Ala dos Livros. Assim ficam editados do primeiro ao terceiro volumes e ainda o décimo volume da série (o mais recente), sendo que há o compromisso da Ala dos Livros continuar a editar os restantes de tempos a tempos até a terminar.

Aqui ficam a sinopse, a capa e imagens do interior:

O Mercenário recebe uma interessante proposta que não pode recusar: ajudar Nan-Tay na protecção e segurança da Ordem da Cratera. Mas primeiro terá de superar algumas provas bastante duras, tão duras que porão em risco a sua própria vida.

O Mercenário terá de enfrentar guerreiros gigantescos, animais monstruosos, espíritos fantasmagóricos e dilemas morais para conseguir o que tanto ambiciona e que é, simplesmente, participar nos segredos desses monges que parecem ter as chaves da sabedoria universal.

Sobre o autor:

Vicente Segrelles nasceu em Barcelona, Espanha, em 1940, no seio de uma família ligada às artes (é sobrinho do pintor e ilustrador valenciano, Joseph Segrelles), tendo iniciado a sua carreira profissional como desenhador industrial. A par de inúmeros trabalhos de ilustração e capas, realiza, em 1970 e para a editorial Bruguera, a adaptação da novela picaresca Lazarillo de Tormes.

É, no entanto, nos inícios dos anos 1980 que cria para as páginas da então revista Cimoc, editada pela espanhola Norma, um personagem que lhe granjeará projecção internacional (a sua publicação na revista Circus, em França, data de 1981) e a admiração do cineasta Federico Fellini: O Mercenário. Quando surge, esta série chama de imediato à atenção pela sua qualidade e particularidade: cada uma das suas vinhetas é uma pintura a óleo.

Entretanto, e para intercalar com o trabalho lento e demorado, a óleo, de O Mercenário, Segrelles desenvolve El Sheriff Pat, uma banda desenhada que se insere na linha humorística e que virá a ser publicada em 1991 pela editora espanhola Ediciones B.

Apaixonado pela ilustração, por armamento e por armaduras medievais, com obra publicada em todo o mundo e internacionalmente reconhecida, Vicente Segrelles é um dos autores mais importantes da banda desenhada espanhola e europeia do século XX.






Novidade: segundo volume de "O Mercenário" - "A fórmula"

A Ala dos Livros informou que já se encontram disponíveis os volumes 2 e 3 da colecção "O Mercenário", uma obra essencial da Banda Desenhada fantástica, da autoria de Vicente Segrelles. Falamos agora do segundo volume, intitulado "A fórmula" e logo falaremos do terceiro volume.

Aqui fica a capa, a sinopse e algumas imagens.

O Mercenário é contratado por Claust, um brilhante alquimista que granjeou fama graças aos seus inventos e fórmulas excepcionais. Através dele, o Mercenário conhecerá um mosteiro secreto situado muito para lá do País das Nuvens Permanentes, uma zona extremamente inóspita e povoada de perigosas criaturas, à qual ninguém ousa deslocar-se. Uma vez aí, descobrirá o obscuro segredo de Claust e que o alquimista é muito mais perigoso do que aquilo que se poderia imaginar. Mas descobrirá, sobretudo, que aqueles monges possuem conhecimentos inquietantes.






domingo, 27 de março de 2022

BDs da estante - 470

 


As coisas mudaram muito desde a sua edição há mais de 10 anos, pela ASA. Mas o espírito é o mesmo! 

 Os Informáticos é um programa e peras! Com o Fil, o ignorante, que espatifa o computador ao menor bug, o Mike, o especialista a sacar filmes em chinês sem legendas, e o Kevin, o estagiário que conhece o verdadeiro significado da expressão “SO” (só ócio), não se percebe como é que a firma Trempa continua a funcionar sem bloquear. O chefe desta empresa familiar, especializada na concepção de produtos informáticos, tem de andar de olho no pessoal, porque, como toda a gente sabe, “com o patrão fora, é dia santo para o servidor...

sábado, 26 de março de 2022

Concurso Sardinhas 2022 - propostas até dia 4 de Abril

 



Já teve início o concurso “Sardinhas Festas de Lisboa’22” e, segundo a organização, este ano há duas boas razões para criar sardinhas brilhantes: o regresso das Festas de Lisboa e a comemoração dos 100 anos do Parque Mayer. 

Espera-se, assim, uma edição glamorosa, cheia de cor e talento.

A competição está oficialmente aberta e é dirigida a um universo criativo sem fronteiras. Portugueses e estrangeiros, de todas as idades, individualmente ou em coautoria, estreantes ou repetentes. Estão todos convidados a participar nesta iniciativa promovida pela EGEAC.

Cada candidato, individual ou em coautoria pode apresentar a concurso um máximo de três sardinhas, e as propostas devem ser submetidas até às 18h do dia 4 de Abril. Os vencedores serão anunciados até 31 de Maio.

Podem consultar o regulamento aqui.

Coimbra BD decorre este fim de semana

A partir das 10 horas iniciam-se as actividades da Coimbra BD e não faltará o que fazer aos visitantes. Aqui ficam algumas ideias para fazerem por lá entre hoje e amanhã na Casa Municipal da Cultura, em Coimbra.

Podem ainda aproveitar para assistir a lançamentos de livros e conseguir os tão desejados autógrafos dos autores presentes.








sexta-feira, 25 de março de 2022

Novidade: Urlo - Grito no escuro - novo livro da Escorpião Azul

 


Aí está mais uma novidade da Escorpião Azul e que vai estar à venda na Coimbra BD. "Urlo - Grito no escuro" é uma obra da autoria de Luca Conca (desenho) e Gloria Ciapponi (argumento).

Eis a sinopse da história e um pouco mais sobre os seus autores.

Uma densa e exuberante floresta. Edifícios  industriais e máquinas em aparente estado  de abandono. Um homem foi levado para  uma casa no meio da floresta por criminosos. O horror que aquele lugar esconde é o motivo pelo qual os dois patifes fazem um jogo louco  e sádico: se o homem for mais rápido do que aquilo que o persegue e conseguir chegar ao  barracão além da ponte, prometem libertá-lo. A fuga começa com uma corrida de tirar o fôlego. A sobrevivência é a única coisa que importa neste lugar que parece ter sido completamente abandonado pela humanidade. A caça começa!

Luca Conca, nasceu em 1974 em Gravedona. Fez da sua paixão pela BD e pela ilustração a razão de ter frequentado a Academia de Belas-Artes  de Brera, onde descobriu o seu amor pela pintura. Licenciou-se nesta disciplina em 1998, continuando a praticá-la constantemente. Faz exposições individuais e participa em diversas exposições  colectivas. Destaca-se “Il Velo Dipinto” de 2016  e a sua participação nas exposições regionais da Bienal de Veneza em 2011. O autor volta a fazer BD, em 2011 com “Il Ritratto” em parceria com Giorgio Giacconi pela Passenger Press. Entre 2012 e 2013 cria “Urlo” e a impressão desta obra numa edição integral foi lançada em 2016.

Gloria Ciapponi, nasceu em 1973. É editora da  revista cultural “Sei in Valle”, além de escritora e argumentista. Após o seu primeiro romance de estreia em 2005, "Riscatto", publicou também  "Il Cantodella Mantide", seguido de "Adelaide Prux" e por último "Il Marchio". Participa também, na colecção de contos "Caino". Juntamente com Luca Conca cria o argumento de “Urlo”. A sua paixão pela literatura nasceu desde tenra idade, quando leu pela primeira vez o "IT" de Stephen King. Depois devorou tudo, de Italo Calvino a Michel Houellebecq, de Witold Gombrowicz a  Raymond Chandler. Agora, a sua paixão são as obras de Martin Amis.




A reedição de Calvin & Hobbes "É um mundo mágico" - Edição Gradiva

 

Para além das apostas recentes em vários títulos que temos vindo a divulgar, a Gradiva reeditou recentemente um clássico da série Calvin & Hobbes. Entretanto, há outros livros da colecção que se encontram promoção, sendo que é previsível a reedição de mais títulos que se encontram esgotados. Aconselhamos uma visita ao site da editora. Quanto a este "É um mundo mágico", é um livro incontornável. Sabem aqueles filmes que não resistimos a ver novamente, mesmo que já tenhamos visto quatro ou cinco vezes? Com os livros do Calvin passa-se exactamente o mesmo. Lemos uma e outra vez com a mesma satisfação.

"É um mundo mágico" é o décimo quarto e último livro de Calvin & Hobbes. Foi lançado pela primeira vez em Outubro de 1996 e reúne as tiras publicadas de 20 de Março de 1995 a 31 de Dezembro de 1995, com excepção de algumas tiras de Abril que surgem no volume "Há tesouros por toda a parte".
O livro inclui a última tira de Calvin e Hobbes que dá o titulo ao livro e em que Calvin diz ao seu tigre-companheiro Hobbes - «É um mundo mágico, Hobbes, velho amigo... vamos explorar!».


O autor, Bill Watterson
Bill Watterson nasceu em Washington DC em Julho de 1958 tendo mudado para Changrin Falls, em Ohio, aos seis anos de idade. Formou-se em Ciências Políticas no Kenyon College em 1980 tendo começado a trabalhar de seguida no Cincinnati Post como cartoonista. As tiras Calvin e Hobbes só foram publicadas pela primeira vez em Novembro de 1985. Bill Watterson aposentou-se em Novembro de 1995, dedicando-se desde então à pintura.




quinta-feira, 24 de março de 2022

A opinião de Miguel Cruz sobre: Le Spirou de... Christian Durieux – T.16 - Pacific Palace



Hoje decidi corrigir um erro de julgamento meu (de entre muitos certamente), sobre uma BD de 2021 (T.16 - Pacific Palace, da autoria de Christian Durieux), que expressamente tinha decidido ignorar, depois de ter olhado para a capa e de o ter folheado. Não o fiz sequer, tanto, por não ter gostado do desenho ou por ter achado a capa um pouco sombria (agora percebo que tem uma razão de ser). Fi-lo porque se trata de uma BD integrada na série “Uma aventura de Spirou e Fantasio por …”. E se é verdade que nesta série há algumas obras de que gosto bastante – aliás já tinha falado na revista Juvebêdê de uma delas (em quatro volumes, o quarto sai em maio) da responsabilidade de Émile Bravo (L’Espoir Malgré Tout) que ganhou o prémio de Angoulême para a melhor série – a sequência recente de verdadeiras “borracheiras” levou-me a “olhar de lado” para cada novo álbum editado.

Um bom amigo ofereceu-me recentemente este livro. Se o erro de avaliação não foi corrigido, o lapso está sanado. É uma história um pouco fora do contexto habitual de Spirou e Fantasio, uma vez que é toda passada num hotel, Spirou não corre, não salta e não salva o dia, Fantasio é muito irritante e, portanto, ainda mais irritante do que habitualmente, e Spirou “perde-se” completamente apaixonado. E, no entanto, é uma história bem imaginada, magistralmente construída, na sequência e no ritmo, na construção das personagens e na apresentação do ambiente.

Não é uma obra feliz ou de humor, é a história de um hotel, fechado durante dias, com um gerente e 4 empregados, para acolher um ditador/autocrata, com um historial particularmente sanguinolento, que estabeleceu uma rede de interesses internacionais, de que se aproveita para poder pedir asilo, durante o período de negociação da atribuição desse asilo. Esse ditador de cabelos em pé, vem acompanhado das suas mulher e filha, e dois guarda-costas.
É, portanto, um história romanceada de natureza política, em que o conjunto de pessoas fechadas no hotel, ao mesmo tempo que lá fora se forma uma tempestade, não se entendem, enervam-se umas às outras até ao ponto de a pressão dentro e fora do hotel atingir níveis insuportáveis.

Muito interessante, realista qb., é uma obra de qualidade. Mas para quem seja muito tradicionalista de Spirou e Fantasio, não posso aconselhar. Para os restantes, é uma história diferente e surpreendente.









Coimbra BD abre amanhã as portas!

A edição de 2022 da Coimbra BD abre amanhã as portas com uma programação recheada para todo o fim de semana. Esta edição, conta com a presença de vários autores portugueses*, alguns dos quais com exposições patentes sobre as suas obras. Em paralelo, várias outras atividades como workshops de desenho, lançamentos, Cosplay, exibição de curtas metragens, entre outras iniciativas, como a entrega de prémios dos Troféus Central Comics que decorrerá este sábado, 26 de Março. O melhor mesmo é rumar a Coimbra este fim de semana!

*Eis os autores confirmados:

Carlos Silva, Filipe Melo, Joana Rosa, João Fazenda, João Mascarenhas, Miguel Jorge, Paulo J. Mendes, Paulo Vaz de Carvalho, Pedro Brito e Penim Loureiro. Infelizmente Derradé, um dos primeiros nomes a ser anunciado, foi apanhado pela Covid 19 e não irá estar presente. A equipa do Juvebêdê deseja-lhe rápidas melhoras.