quarta-feira, 2 de março de 2022

A nossa leitura de "Fome"

Com uma grande lista pela frente de boa leitura, lemos agora "Fome", adaptação para Banda Desenhada da obra literária homónima do prémio Nobel da Literatura Knut Hamsun, publicada há mais de um século. 

Esta adaptação, publicada em 2021 da Cavalo de Ferro, chancela da Penguin Livros, foi concebida pelo artista norueguês Martin Ernstsen, tendo vencido o Prémio Brague 2019. 

Numa abordagem tão fiel quanto original ao romance de Hamsun, o artista norueguês Martin Ernstsen adapta para novela gráfica esta história protagonizada por um jovem escritor que deambula faminto e delirante pela cidade de Kristiania (agora Oslo), oferecendo ao leitor uma experiência estética e literária singular. E é verdade. Esta novela gráfica oferece-nos visuais incríveis e ousados, quase sempre a preto e branco, com Ernstsen a apresentar ao leitor os delírios do faminto protagonista traduzidos em desenho (a capa é um exemplo disso). Ao longo do livro podemos encontrar estéticas diferentes mas sempre desenhadas de forma exímia pelo autor norueguês. Estranho é não haver números nas páginas e confessamos que nos faz falta. 

Quanto à história, não nos alongamos muito, pois também ela é peculiar, com o jovem escritor a lutar para conseguir ganhar a vida apenas com a sua escrita, o que se revela uma batalha constante e uma tarefa quase impossível, levando-o a passar fome muitas vezes. Perturbado pela fome, acaba por ser levado a cometer por vezes desonestidades de que se arrepende e essa é outra das suas lutas interiores.









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