A organização da Comic Con anunciou ontem os primeiros nomes confirmados, ligados à BD e à Literatura. No que diz respeito à banda desenhada, são três presenças de peso: Paco Roca, Miguelanxo Prado e Peter van Dongen.
Recordamos que a edição de 2021 decorrerá entre 9 e 12 de Dezembro, no Parque das Nações, em Lisboa, e os bilhetes já se encontram à venda.
Um clássico é sempre um clássico e na banda desenhada também. Aqui ficam as sugestões de leitura para as férias dos clássicos que foram publicados nos últimos meses.
Bruno Brazil - Black Program
Este é o segundo volume da colecção As Novas Aventuras de Bruno Brazil (editado pela Gradiva) e a continuação da história Black Program, de Philippe Aymond e Laurent Frédéric Bollée, iniciada no primeiro volume e em que "os agentes da Brigada Caimão, do WSIO, têm em mãos um caso sério de ameaça à segurança nacional." Pelo meio, todas as componentes que criam um imperdível thriller cheio de suspense, com acção e crimes sofisticados.
O Raio U
Este álbum é uma reedição do que se pode considerar o antecessor da famosa série de Edgar P. Jacobs (1904-1987) Blake & Mortimer.
A história: Esta é a aventura de uma equipa de exploradores norlandianos em busca de uradio, um novíssimo minério muito promissor. Enganados pelo infame Dagon, agente secreto dos serviços austradianos, eles vão ter de enfrentar múltiplos perigos até descobrirem o tão desejado minério…
Blake & Mortimer - O Grito do Moloch
Michel Vaillant - Duelos
Duelos é o nono volume da nova temporada da série Michel Vaillant, e, como sempre, foi editado pela ASA. O argumento continua da responsabilidade de Denis Lapière, os desenhos são de Benjamin Benéteau, com a participação de Vincent Dutreuil, que já tinha iniciado a sua colaboração no volume anterior.
Neste álbum, Daniel Farid, jovem prodígio francês, é escolhido para pilotar o segundo Vaillante Cervin no WRC, o Campeonato Mundial de Ralis. Fazendo equipa com Michel Vaillant, ambos se vão bater ao longo de toda a temporada contra Neuville, Ogier e Tänak… Mas Michel Vaillant depressa se apercebe de que o seu verdadeiro adversário não é senão o seu companheiro de equipa, já que o objetivo deste último é efetivamente “mandar o veterano para a reforma”!
Lucky Luke - Um cowboy no negócio do algodão
"A Quinta dos Animais", também conhecida por "O Triunfo dos Porcos" e "1984" são as obras mais conhecidas de George Orwell. E são muitas as diferentes edições que têm vindo a ser publicadas ao longo dos anos. Nos últimos tempos surgiram adaptações para banda desenhada, novelas gráficas, livros ilustrados e obras inspiradas nos livros do escritor inglês. É o caso destes livros de que aqui mostramos a capa. O mais recente, é a biografia de Orwell em banda desenhada.
Orwell - Argumento de Pierre Christin e desenhos de Sébastien Verdir - Ala dos Livros
1984 - Alfaguara - Adaptação e Ilustrações de Fido Nesti
A Quinta dos Animais - Ilustrações de Ralph Steadman - Cavalo de Ferro
A Quinta dos Animais - Adaptação e ilustrações de Odyr - Relógio de Água
O Castelo dos Animais - 1 e 2 - Argumento de Xavier Dorison e desenhos de Félix Delep - Arte de Autor
O filme do D'Artacão é um grande acontecimento para os mais pequenos e para os mais saudosistas. Estreia hoje no cinema o desenho animado que foi um ícone da infância de muitos de nós. De tal forma que podemos apostar que muitos que estão a ler este texto saberão cantar de cor e salteado a canção do genérico.
D’Artacão é um jovem (cão) impulsivo e idealista que vive retirado do mundo numa pequena quinta da Gasconha. Alheio às intrigas de poder e às ameaças de guerra que pairam entre França e Inglaterra, ele tem um único objetivo na vida: juntar-se aos melhores espadachins do país e contribuir para as lendas e façanhas dos Moscãoteiros de Suas Majestades o rei Luís XIII e a rainha Ana de Áustria.
Montado no seu desastrado cavalo Rofty, D’Artacão parte rumo a Paris, a capital do mundo,
para tentar alistar-se. Uma vez lá chegado, a sua ingenuidade e tendência
natural para combater as injustiças vão trazer-lhe alguns problemas. Quando
entra ao seu serviço o escudeiro Pom, um rato brigão e fura-vidas, os problemas
tornam-se ainda maiores.
Uma aventura de capa e espada repleta de amizade, honra, justiça, ação e, acima de tudo, muitíssima comédia, com o inesquecível lema: Um por todos e todos por um!
Quem gosta de uma boa investigação, tem aqui várias opções de histórias que envolvem detectives já nossos conhecidos: Dylan Dog, Hercule Poirot e Dex Parios.
Dylan Dog, personagem criada por Tiziano Sclavi, que ganhou leitores em todo o mundo, é um célebre investigador do paranormal, considerado como o detective do pesadelo. Por cá a série faz parte da colecção Aleph, da Cooperativa Editorial A Seita.
Hercule Poirot dispensa apresentações. É o carismático detective criado por Agatha Christie. A editora Arte de Autor já editou quatro livros de adaptações para banda desenhada das obras da autora e este é o mais recente, sendo um duplo, com duas histórias: Morte no Nilo e O Misterioso Caso Styles.
Por último a detective Dex Parios, detective privada que se esconde sob o nome de Stumptown Investigations. Uma série editada em Portugal pela G. Floy, um policial contemporâneo que inspirou a série televisiva da ABC.
São muitas e variadas as opções para criar nas crianças e jovens o gosto pela leitura, pela ilustração e pela banda desenhada. Ficam aqui sugestões para estas férias, de géneros para todo o tipo de pequenos leitores:
- Ser pequeno na cidade, de Sydney Smith - Fábula
- Noa, de Susana Cardoso Ferreira e Raquel Costa - Oficina do Livro
- Livros dos Cinco, adaptações para BD por Béja e Nataél - Asa Editora
- A Orquestra, por Avalon Nuovo e David Doran - Fábula
- O Diário de um Banana (Bater no Fundo), de Jeff Kinney - Booksmile
- Rosa, minha irmã Rosa, adaptação para BD de João Amaral - Asa Editora
- A menina com os olhos ocupados, de André Carrilho - Bertrand Editora
- O menir de ouro, de Jean-Yves Ferri e Didier Conrad - Asa Editora
- Cristiano Ronaldo - Striker Force - Oficina do Livro
- A Sinfonia dos Animais, de Dan Brown e Susan Batori - Bertrand Editora
- Como ser um leão, de Ed Vere - Fábula
Lemos recentemente o livro "Vazio", editado em Maio pela Escorpião Azul. Esta obra da autoria de Carlos Páscoa, apesar do título, não tem falta de imaginação. E é precisamente sobre imaginação e criatividade de que nos fala este livro e sobre como podemos vencer períodos menos bons da nossa vida, em que essas nossas vertentes ficam mais adormecidas. Na verdade, o argumento retrata um pouco da própria história recente do autor que, como nos conta em nota introdutória, após ter ficado sem trabalho, a sua busca exaustiva de conseguir um novo emprego o levou a um esgotamento.
Há fases da vida assim, em que parece estarmos num beco sem saída ou num deserto difícil de atravessar e sem fim à vista. Nessas alturas não é fácil darmos a volta por cima e a inspiração, imaginação e criatividade são chutadas ficam para segundo plano.
Este livro traduz precisamente essas fases, esse partir pedra, essa luta interna que temos de vencer para ultrapassarmos o Vazio, e voltar a preenchê-lo.
Pelo argumento, pela fantástica capa e pelos bons desenhos a preto e branco, vale a pena continuarmos atentos ao percurso de Carlos Páscoa, que já tinha participado em obras colectivas, mas surge agora com este primeiro álbum de uma só história, pelas mãos da editora que aposta, precisamente em obras de autores portugueses pouco conhecidos.
Eis a sinopse:
Eric vive no meio de um deserto cinzento, vazio e árido, há tanto tempo que nem sabe como foi lá parar. O que resta da sua imaginação e das suas memórias regressa inesperadamente, para lhe mostrar como existe mais mundo para lá do horizonte, e que vale a pena todo o esforço para tentar lá chegar.
Juntem-se a nós numa viagem aos confins da imaginação, onde os únicos limites são o medo e a vontade de permanecer imóvel, no que se conhece, na desilusão e no torpor, que são, no final de contas, o sal desta planície sem fim, deste deserto, grande, imenso e vazio...
Mort Cinder, o vagabundo do tempo, vem assombrar o pacato quotidiano de Ezra Winston. Ao mesmo tempo, prepara-se uma terrível maquinação que ameaça toda a humanidade. Ezra, o pequeno antiquário, e Mort, o herói de mil combates, têm de lutar juntos para vencer o mal absoluto. Com argumento de Héctor Oesterheld, Mort Cinder é unanimemente considerado uma obra-prima da BD mundial e foi editado em Portugal pela ASA.
Começamos hoje com uma série de sugestões de leituras de férias. E se é para começar, que seja com chave de ouro. Já não é novidade, mas se anda não leram esta obra da dupla Filipe Melo e Juan Cavia, aproveitem estas férias, até porque depois de meses esgotado e dos autores terem mudado de editora, foi recentemente publicado pela Companhia das Letras (Penguin Random House Grupo Editorial). Esta edição tem um formato ligeiramente mais pequeno e o lettering do título de capa também foi modificado. No entanto, a qualidade e a excelência da obra mantem-se.
Este não é um livro qualquer. É um dos melhores livros de banda desenhada que alguma vez nos passou pelas mãos.
Lemos o livro de um só fôlego, mas recomendamos uma segunda leitura para saborear cada página. A história é de uma beleza ímpar, tão bem escrita por Filipe Melo, tão intimista e envolvente, que nos faz rapidamente sentir que nos acolhe, que estamos quase a viver as mesmas emoções que os protagonistas. Tão comovente que nos vieram as lágrimas aos olhos no final, o que nunca nos tinha acontecido num livro "aos quadradinhos". Os desenhos de um Juan Cavia no seu melhor, com código de cores para o momento presente e para o passado. E o livro físico, em si, belíssimo. São mais mais de 300 páginas de puro prazer em que apenas lamentamos a nossa falta de instrumentos e de conhecimento musical para poder interpretar e ouvir a balada mais vezes.
