quarta-feira, 27 de maio de 2020

Corvo: o Super-Herói de Luís Louro


Corvo (quer queiramos ou não) é uma das excelentes personagens de continuidade que Louro tem desenhado ao longo da sua já trintona carreira. Um super-herói muito especial (muito mesmo!) que defende e patrulha a noite em Lisboa. Quem acompanha o trabalho de Louro desde o início tem sempre a expectativa do que vem a seguir, pois nestes últimos anos percebeu-se que voltou a desafiar a sua criatividade e, principalmente, voltou o gosto pelo desenho e pela banda desenhada, aliás como o próprio já o admitiu. 

Deste novo Corvo já tínhamos ouvido falar pelo próprio Louro na Comic Con 2019 e recordamos o entusiasmo com que falou deste projecto e personagem que estava a desenhar na altura, que até o fazia levantar cedo nas férias de Verão para trabalhar, fazer evoluir a história e terminar este Corvo. Mas depois dos sucessos de Watchers e Sentinel não devia ser fácil manter o foco ou mesmo superá-los, também devido à inovação destes dois (quatro!) álbuns. Porém, o Corvo estava destinado a continuar nesta Lisboa que ele ama e sente como ninguém, através dos locais desenhados, dos pormenores (Spoiler Alert! um provérbio chinês numa parede: cão que ladra... uma homenagem no final do álbum a Stan Lee através da posição do Homem-Aranha) e também pelas cores que vamos vendo através do álbum. Para o Juvebêdê este regresso do Corvo com Inconsciência Tranquila tem nota muito positiva pois é mais um excelente álbum a solo do autor. O melhor é mesmo lerem o livro e perceberem o que Corvo com a sua Robim vão fazer e “passear” para salvar Lisboa, o que Combustão anda a preparar, o padre malandro e as freiras perigosas... perigosas mesmo! E já agora ficam a saber que não gosta de trotinetes!

Por fim e não podíamos deixar de referir, o “tiro na mouche” da editora Ala dos Livros ao ter resgatado o Corvo para as suas fileiras, com uma excelente qualidade e apresentação do álbum e ter conseguido imaginar, em tempos difíceis de pandemia, o lançamento do mesmo, com os 100 primeiros álbuns assinados pelo autor, enviados por correio.

PS: Apenas um pormenor menos conseguido no álbum e lá voltamos ao mesmo: o nome do autor e a marca do Corvo perdem-se um pouco na excelente imagem da capa. No entanto, aqui fica uma possível explicação: será que o Combustão propositadamente lançou estas chamas mais vivas para se destacar na capa? Possivelmente...








1 comentário: