sábado, 31 de maio de 2025

A nossa leitura de "Uzumaki", de Junji Ito - edição Devir

 


Foi o segundo livro que lemos de Junji Ito, um dos mestres de manga japoneses, conhecido pelo escrever histórias de terror.

Não sendo bem o nosso género preferido, a verdade é que esta capa quase hipnótica nos hipnotizou mesmo e mergulhámos nas quase 700 páginas, prontos para o que desse e viesse.

Esta história leva-nos a Kurouzu, a pequena localidade onde a jovem Kirie Goshima, a protagonista nasceu e cresceu. Pela cidade começam a multiplicar-se acontecimentos estranhos e sobrenaturais, todos eles ligados a um fenómeno helicoidal (em forma de espiral). Começa de uma forma mais inocente com o vento a redopiar e vai crescendo em intensidade violência e consequências. A cada capítulo da história a maldição das espirais vai piorando, com os próprios habitantes a transformarem-se em caracóis. Só a própria Kirie e o seu namorado é que parecem ainda ter alguma sanidade mental no meio de tudo isto e tentam fugir, mas não é fácil escapar de uma cidade assim, pois por mais quilómetros que estejam percorridos, o percurso é feito em círculos.

Toda esta fantasia é de tal forma exagerada que é quase trágico-cómica, e a meio do livro só queremos é que Kirie se salve,  mas a cada passo que ela dá a situação piora cada vez mais.

Destacamos a originalidade do tema e o sentido de observação do autor que acaba por nos relembrar a quantidade de espirais que existem na natureza e que aqui ocupam um papel fundamental, como os caracóis, os remoinhos na água, os furacões.

Junji Ito é conhecido por suas histórias de terror psicológico e esta é uma obra de referência, onde para além de tudo o que é estranho, também estranhámos a serenidade da protagonista perante tudo o que acontece em seu redor, inclusive com os membros da sua família.

Em breve vamos contar-vos um segredo sobre o autor Junji Ito...







sexta-feira, 30 de maio de 2025

Akira: o clássico cyberpunk que revolucionou a manga e a banda desenhada, está de volta!


A chancela Distrito Manga prepara-se para lançar a 9 de Junho, a edição definitiva de uma obra-prima da banda desenhada japonesa! Com sobrecapa, versos de capa ilustrados e páginas a cores, juntos numa edição totalmente revista.

Sinopse:

Na megalópole hostil e caótica de Neo-Tóquio, as vidas de Tetsuo e os seus companheiros mudam para sempre quando se veem envolvidos no enigma de Akira e no terrível segredo que ele esconde.

Estamos em 2019, em Neo-Tóquio, uma cidade construída sobre as cinzas de uma Tóquio aniquilada por uma explosão de origem desconhecida que desencadeou a Terceira Guerra Mundial. As ruas estão povoadas por jovens delinquentes que se dedicam a espalhar o terror e o caos.

A vida de dois amigos adolescentes malandros, Tetsuo e Kaneda, muda para sempre quando habilidades paranormais começam a despertar em Tetsuo, tornando-o alvo de uma agência sombria que fará de tudo para evitar outra catástrofe como a que destruiu Tóquio.

No centro da motivação da agência está um medo cru, e que tudo consome, de um poder impensável e monstruoso conhecido apenas como Akira.




XX Festival Internacional de BD de Beja abre hoje as portas!


 

Hoje, pelas 21 horas será inaugurado o XX Festival Internacional de BD de Beja e esta edição promete ser quente (em todos os sentidos). 

São muitos e bons os autores que irão estar presentes este fim de semana, conforme podem ver nas imagens. 

Quanto a nós, a equipa do Juvebêdê estará presente e terá o prazer de participar em conversas com:


José Lopes - Sábado 31 de Maio, pelas 11h00

Rui Pimentel - Sábado 31 de Maio, pelas 15h15

Paulo J. Mendes - Domingo, 1 de Junho, pelas 10h00

Venham assistir!





quinta-feira, 29 de maio de 2025

Amadora BD já tem datas e apresentou hoje o cartaz, da autoria de Jorge Coelho

 


Depois do Festival Maia BD e na véspera do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, o Amadora BD lançou hoje um comunicado de imprensa com a imagem do cartaz, da autoria de Jorge Coelho e já com a indicação das exposições que estarão patentes na sua 36.ª edição.

O Amadora BD tem data marcada para 23 de Outubro a 2 de Novembro, e volta a abrir portas aos protagonistas da banda desenhada nacional e internacional.

A cidade da Amadora recebe a 36.ª edição do Amadora BD no Parque da Liberdade, na Galeria Municipal Artur Bual e na Bedeteca da Amadora com 14 exposições que celebram carreiras e comemoram aniversários de alguns dos mais importantes autores do universo da banda desenhada.

O Amadora BD’25 apresenta, no Núcleo Central situado no Parque da Liberdade, exposições individuais que celebram as carreiras de Paco Roca, Luis Louro e Fábio Moon & Gabriel Bá. Ainda no Núcleo Central, está também confirmada a presença de heróis que celebram os seus aniversários em 2025 – 150 Anos de Zé Povinho, 85 Anos de Spirit, 75 Anos da série Peanuts e 65 Anos da Liga da Justiça. Ainda haverá lugar para conteúdos que nos revelam envolventes e impactantes histórias de mulheres, com exposições dedicadas aos mais recentes trabalhos das autoras Cy, Bea Lema e Zeina Abirached. Na Galeria Municipal Artur Bual, estarão patentes duas exposições retrospetivas de Alice Geirinhas e Diniz Conefrey, ficando a Bedeteca reservada para o álbum vencedor do Prémio Revelação na edição de 2024 dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora: Amor, de Filipa Beleza.

Jorge Coelho – vencedor em 2024 do Prémio para a Melhor Banda Desenhada de Autor Português nos Prémios de BD da Amadora – é o criador da ilustração original da 36ª edição do Amadora BD, destacando não só o trabalho dos criadores, mas também os principais protagonistas que este ano ocupam o palco do Festival.

Esta edição irá trazer novidades: 

Atento ao entusiasmo e interesse demonstrado pelo público, o Amadora BD vai alargar, em 2025, o horário dedicado às sessões de autógrafos com autores. Para além dos habituais períodos disponíveis durante o fim de semana, o Festival passa a ter sessões adicionais nas duas sextas-feiras do evento, entre as 18h e as 20h.

Outra novidade deste ano é a Hora da BD, que acontece de segunda a quinta-feira, das 18h às 20h. Durante este período, os visitantes poderão beneficiar de um desconto adicional de até 15% na compra de livros.

Para além de tudo isto haverão os habituais Concursos de Banda Desenhada promovidos pelo Município: o Concurso Municipal de Banda Desenhada da Amadora (dirigido à comunidade escolar e que pretende estimular a criatividade e promover as artes visuais como ferramenta pedagógica sob o tema ‘Sorri, és um Super-Herói!’) e o Concurso de Banda Desenhada da Amadora (dirigido a novos jovens autores e que pretende incentivar a criação artística das novas gerações sob o tema ‘O Humor na Banda Desenhada’). As inscrições para ambas as iniciativas estão já abertas (para mais informações, consultar o site da  Câmara Municipal da Amadora).

O Amadora BD’25 culmina com a habitual cerimónia de entrega dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora (PBDA), que mais uma vez atribui um prémio pecuniário no valor de €5.000, à Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português. As inscrições para os PBDA serão oportunamente anunciadas.


Novidade: Tomahawk, de Patrick Prugne é mais uma novidade da Ala dos Livros que está prestes a chegar


Em 1756, a França encontra-se no centro de um grande conflito que se alastra a toda a Europa e que a opõe, uma vez mais, à Inglaterra, sua inimiga de sempre. É a Guerra dos Sete Anos.

Para as colónias francesas do Novo Mundo, esta guerra, a que os Britânicos chamaram "The French and Indian War", começara há já dois anos. Os súbditos do rei George, encurralados nas suas colónias, provocam escaramuças constantes contra os fortes franceses estabelecidos na sua fronteira Oeste. Mas os seus ataques terão muitas vezes de enfrentar o ímpeto e a determinação dos milicianos canadianos e dos seus aliados ameríndios sob o olhar <> dos padres jesuítas.

É num desses fortes tão cobiçado pelos túnicas vermelhas, situado nas profundezas das florestas índias, que marcamos encontro com estes estranhos da Nova França.

Ameríndios, canadianos, colonos, soldados que aí viveram sonhos, desilusões e dramas, sem se preocuparem com o vento da História que em breve os aniquilaria.

A nossa leitura de "Intriga em Bagdad", de Frédéric Brémaud e Alberto Zanon (de uma obra de Agatha Christie) - edição Arte de Autor


A dupla Frédéric Brémaud (argumento) e Alberto Zanon (desenho) já tinha dado provas de muito bons resultados na adaptação de obras de Agatha Christie para banda desenhada. Depois de Os Crimes do ABC, Crime no Campo de Golf e Drama em Três Actos, a mais recente obra é este "Intriga em Bagdad", editada pela Arte de Autor. Trata-se de uma versão integral, pois a versão francesa foi publicada em dois volumes.

Intriga em Bagdad é uma história de espionagem, que tem como protagonista Victoria Jones, uma jovem inglesa ambiciosa que, quando se vê desempregada, resolve viajar para Bagdad em busca de um homem por quem se apaixonou. Sem dinheiro, consegue urdir um estratagema para viajar, mas ao chegar ao destino continua a lutar pela sua sobrevivência financeira e as contas vão-se acumulando. Só que, o que não esperava era que tudo lhe saísse tudo ao contrário do que havia sonhado e sem saber como vê-se envolvida numa série de eventos misteriosos, incluindo a morte de um homem no seu quarto de hotel e uma conspiração ao nível internacional.

Num ambiente exótico e com uma história de amor pelo meio, Victoria vai viver aventuras e a sua história, bem como de outras personagens, vai sofrer várias reviravoltas, bem ao estilo de Agatha Christie.

Mais um excelente volume da colecção da Arte de Autor de adaptações para banda desenhada dos romances policiais e de espionagem de Agatha Christie, este com a particularidade de não ter nem Hercule Poirot nem Miss Marple.








quarta-feira, 28 de maio de 2025

A nossa ida à Cartoon Xira 2025 - se puderem, não percam!

Como sempre, fomos visitar as duas exposições integradas na Cartoon Xira: O cartoons do ano e a exposição de um cartoonista estrangeiro que este ano foi o artista Frank Hoppmann. Gostamos sempre muito destas exposições, mas a deste ano encheu-nos as medidas. Quer pela qualidade dos desenhos dos artistas portugueses, quer pelas fantásticas caricaturas de várias personalidades, desenhadas por Hoppmann. Aqui ficam algumas imagens. Podem visitar a dupla exposição até dia 8 de Junho, no Celeiro da Patriarcal, em Vila Franca de Xira (terças a domingos entre as 15h e as 19h). 













Novidade: Essas coisas que nos (pesam) acontecem - um livro que normaliza a necessidade de pedir ajuda

A Casa das Letras, chancela da Leya, lança para a semana esta novidade. Essas coisas que nos (pesam) acontecem, é uma história para normalizar que está tudo bem em pedir ajuda. A obra é da autoria de Pablo R. Coca, psicólogo e criador do universo Occimorons, que nos apresenta aqui um livro necessário que destaca a importância da saúde mental.

Sinopse:

Que não te enganem.
Nem sempre o poder está na nossa mente, nem somos culpados de todo o nosso mal-estar.
Por vezes, os nossos problemas de saúde mental também se devem a vivermos num contexto de m...#"!







A nossa leitura de "Estes dias que desaparecem", de Timothé Le Boucher - edição Devir


 

Ainda agora o livro “Estes dias que desaparecem” ficou disponível nas livrarias e já estamos aqui a dar a nossa opinião! E porquê? Quando a Devir divulgou que ia editar este livro, chamou-nos logo a atenção pela história e a pergunta que fez, “O que farias se, de repente, te apercebesses que só vives dia sim, dia não?”.

Por isso quando recebemos o livro começámos logo a ler, tamanha era a curiosidade de ver como esta história se ia desenvolver. Após a sua leitura, em nossa opinião, podemos dizer já que é um dos melhores livros editados em 2025 até agora.

O livro “Estes dias que desaparecem” (2017), do autor francês Timothé Le Boucher, recebeu um grande reconhecimento crítico tanto em França como noutros países onde foi editado, tendo sido considerado, em França, um dos melhores lançamentos do ano de 2017, tendo ganho vários prémios como o Prix des Libraires de Bande Dessinée 2018, bem como considerado como uma das BDs desse ano, no Canal BD, Télérama, BDGest, entre outros. Não podemos deixar de referir que vários outros leitores elogiaram a sua trama envolvente, o estilo de arte expressivo e a abordagem única do tema de identidade e percepção. 

Existem vários pontos por onde podemos começar a falar sobre a história do livro, entre elas a mistura de ficção científica psicológica com drama emocional e, claro, o dilema existencial do protagonista, que vê o seu dia-a-dia passar a ter dias sem existência própria ou seja na pele do seu outro “eu” ou vice-versa.

A convivência entre os dois “eu” começa na tentativa de entendimento e de se conhecerem, encontrando maneiras de perceber como podem comunicar um com o outro, já que a vida alternada afecta a vida quotidiana de cada um. Mas tudo se vai complicando com a passagem dos dias, meses e anos e as diferenças entre cada um vão aniquilando o entendimento e a entreajuda entre as duas personalidades.

É, pois, uma história intensa que vai aumentando a carga emocional, de uma forma dramática até, e essa crescente intensidade faz com que seja lida quase como um filme, onde a dupla consciência e dias alternados dos dois “eu” transforma tudo à sua volta, tanto as amizades, como as relações familiares ou amorosas e, claro, profissionalmente, pois cada “eu” tem uma vida e uma personalidade próprias.

Em relação ao desenho de Timothé Le Boucher é detalhado, especialmente nos rostos e expressões e que nos vai contando a história num crescendo emocional de cortar a respiração e que por vezes nos deixa na expectativa e na surpresa do que vai acontecer, culminando num final impactante e inesperado.

Por ser, como referimos no início, um dos melhores lançamentos de 2025, recomendamos vivamente!






terça-feira, 27 de maio de 2025

A nossa leitura de "Un père", de JeanLouis Tripp - edição Casterman


Quase na mesma altura que saiu em Portugal "O meu irmão", editado pela Ala dos Livros, saiu em França, pela Casterman, "Un père", mais uma obra prima de JeanLouis Tripp, novamente uma novela gráfica autobiográfica. 

Tivemos o privilégio de a ler antes mesmo de sair em França e a experiência foi, tal como o livro anterior, extremamente emotiva. O autor começou a escrever esta obra, quando a sua meia-irmã, ao ler "Le petit frère" (O meu irmão, versão portuguesa), ter ficado impressionada com a forma como o autor conseguiu desenhar o olhar triste do seu pai e lhe confessou nunca ter visto o seu pai de outra forma. E então JeanLouis Tripp pôs mãos à obra e mergulhou profundamente na relação complexa que teve com o pai e com isso recuou no tempo.

A história começa na infância de Tripp, quando ele ainda não tinha irmãos e sendo filho único, tinha o amor exclusivo do seu pai e uma excelente relação com ele. Depois nasceram os seus irmãos e a fase de ouro terminou, também porque a relação dos seus pais se tornou muito conflituosa, acabando por se separar uns anos mais tarde.

O clima de tensão vivido em casa veio aumentar muito o desejo de independência que sempre teve e por isso, foi cedo que JeanLouis Tripp saiu de casa. Essa distância, a separação dos pais e as questões de diferenças entre gerações ditou uma distância cada vez maior e o fosso enorme que se cavou na relação paterna.

É uma novela gráfica muito introspectiva e muito comovente, que explora temas como a infância, a família, os conflitos e a reconciliação, mas, acima de tudo, do profundo amor que nunca deixou de existir entre o pai e o filho mais velho.

Tal como em "Le petit frère", esta obra caracteriza-se pelo estilo de desenho muito expressivo, onde podemos sentir todas as emoções de cada uma das personagens. Como parte integrante do estilo visual de Tripp, aqui ele tem variações na paleta de cores para dar destaque a certos pormenores ou para acentuar mudanças emocionais ou situações críticas.

Um livro que novamente mexeu com as nossas emoções, profundamente comovente e em alguns casos também divertido, que para além de nos dar a conhecer melhor a vida do autor, também nos faz reflectir sobre as nossas relações familiares.




Conclusão

"Un père" é uma obra sensível e poderosa que oferece uma visão honesta e tocante sobre a relação entre pai e filho. Jean-Louis Tripp convida o leitor a uma jornada de introspecção, explorando as complexidades dos laços familiares e a busca por compreensão e reconciliação. Para aqueles interessados em narrativas autobiográficas e na exploração das emoções humanas através da arte gráfica, "Un père" é uma leitura essencial.



Novidades ASA - 3 livros em pré-lançamento

A ASA tem mais três novidades em pré-lançamento. São elas: o primeiro volume de "Aether Dreams" (publicação a 3 de Junho), o primeiro volume de "Os Filhos do Império" e para os mais novos, "O meu grande e malcheiroso cocó" (estes dois livros chegam dia 10 de Junho). 








Novidade: A adaptação de Dom Quixote de la Mancha, pelos irmãos Brizzi, foi apresentada no Festival Maia BD



Dom Quixote de la Mancha, foi uma das novidades apresentadas no Festival Maia BD. Trata-se de uma adaptação sumptuosa do clássico da obra homónima, pelas mãos de Paul e Gaëtan Brizzi e co-editada em Portugal pela Arte de Autor e pel' A Seita.

Depois da magnífica adaptação de "O Inferno de Dante", os irmãos Brizzi estão de volta com outro grande clássico da literatura espanhola, Dom Quixote. O Hidalgo, de Miguel de Cervantes, será objeto de uma nova adaptação sob os traços únicos dos talentosos desenhadores.