sábado, 30 de novembro de 2024

A nossa leitura de Macho Alfa #3 , de Osvaldo Medina e Filipe Duarte Pina - edição A Seita

 


Há pouco tempo falámos aqui dos dois primeiros volumes. Por isso, quando lemos o terceiro volume ainda estávamos com a história fresquinha na nossa cabeça. Repetimos algumas coisa que escrevemos e acrescentamos mais uns pózinhos.

Esta obra de Filipe Duarte Pina e Osvaldo Medina, que consiste numa história em quatro volumes (já saíram os três primeiros) é bem escrita, bem desenhada e descomplicada. Os livros são divertidos e despretensiosos, cheios de acção e com críticas à sociedade em geral e à portuguesa em particular e que brinca com o mundo dos super-heróis. 

Macho-Alfa dá-nos a perceber que nem tudo é um mar de rosas no que toca à fama ou à vida de um super-herói e que existe sempre um reverso da medalha. Neste caso a sua força é tanta que não a controla e acaba por se transformar em violência e provocar mortes e estragos. E de admirado torna-se odiado. Isto leva-nos a reflectir questões que têm a ver com a fama e que de bestial a besta é uma distância curta.

O que acontece neste terceiro volume é que a história começa a deixar o humor de lado e torna-se mais séria, pois devido aos acontecimentos que Macho-Alfa provocou, ele torna-se um perigo e o seu isolamento leva-o à solidão e à depressão e nessa fase frágil, há quem, com as piores intenções, se queria aproveitar da sua força para cometer crimes.

No final do livro, uma antevisão do próximo e último episódio da história que já nos cativou e nos deixa assim, à espera da conclusão.









Novidade: Fernando Pessoa - O menino que sonhava, de André F. Morgado e Tainan Rocha - edição A Seita

 


A par do "Corvinho", A Seita, com a sua chancela Bicho Carpinteiro, editou este livro ilustrado da autoria de André F. Morgado, com desenhos de Tainan Rocha.

Fernando Pessoa, o Menino que Sonhava é uma obra infantil encantadora que convida os pequenos leitores a conhecerem o mundo poético de um dos maiores ícones da literatura portuguesa. Escrita por André F. Morgado e com ilustrações vibrantes de Tainan Rocha, esta narrativa celebra a imaginação, a criatividade e a poesia, apresentando Fernando Pessoa e os seus heterónimos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, de uma forma acessível e cativante para as crianças. Com uma linguagem terna e simples, este livro oferece um primeiro encontro com o universo imaginativo de Pessoa, mostrando como ele, enquanto menino, sonhava com novos mundos e amigos. As páginas transportam o jovem leitor para uma celebração da imaginação e da poesia, criando uma ponte entre as crianças de hoje e os futuros poetas e sonhadores de amanhã.

Os autores:

André F. Morgado é um contador de histórias e argumentista de BD, é natural da Freineda (Guarda), mas cresceu em Setúbal. Em 2015, lançou a BD A Vida Oculta de Fernando Pessoa, um dos álbuns best-sellers da BD nacional, com já três edições, e que conquistou nomeações e prémios nacionais e internacionais, como o Jabuti e HQMix, no Brasil. Em 2019, foi um dos fundadores da editora A Seita, onde lançou O infeliz pacto de George Walden, que lhe valeu o Prémio Vinhetas D’Ouro de Melhor Argumento. Recentemente, estreou-se na literatura infantil com O Triste Monstro da Caixa (com Bertho Horn, publicado no Brasil) e adaptou vários clássicos portugueses para BD, como a Farsa de Inês Pereira (com Jefferson Costa) e A Carta de Pêro Vaz de Caminha (com Tainan Rocha).

Tainan Rocha é um artista eclético, formado em São Paulo, Brasil. Posteriormente, formou-se quadrinista e ilustrador na Quanta Academia de Artes, onde leccionou vários anos. Em pouco mais de 13 anos de carreira, publicou várias obras de BD, no Brasil e em Portugal. Colaborou, também, em Várias revistas, livros infantis e livros infanto-juvenis. Ao longo desse processo, arrecadou várias nomeações e prémios. Em 2024 foi o artista eleito para representar o Brasil no álbum Joker: The World (DC).






Novidade: Arena, um livro com 20 anos de cartoons de João Fazenda - edição Tinta da China


Arena é um livro que reúne 20 anos de cartoons de João Fazenda  que fixam um retrato do país e do mundo. A edição é da Tinta da China e conta com a apresentação de Ricardo Araújo Pereira, da qual podem ler um excerto, mais abaixo.

Sinopse:

Vinte anos de cartoons nesta arena onde cabe tudo e mais alguma coisa: personagens, episódios e trivialidades do país e do mundo em geral e em particular.

Se o tempo passa a correr, os retratos aqui reunidos são uma revisão possível, incompleta e feita a partir do banco de trás de um dos carros‑vassoura dessa corrida.

«Quando vemos estes desenhos em conjunto, percebemos mais claramente a sua natureza paradoxal: são ao mesmo tempo inocentes e perversos — o que os torna ainda mais perversos. Esperamos que um objecto perigoso, como uma arma, cause problemas, mas é surpreendente que um desenho — e um desenho como os do João, com o seu traço dissimuladamente simples, falsamente infantil — possa ser ameaçador. E, no entanto, falamos destes desenhos com as palavras que costumam descrever as armas: são rápidos, compactos, furtivos, afiados, precisos. Não admira que sejam temidos.»

— Ricardo Araújo Pereira





sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Amanhã, no Porto, não percam as actividades da Bedeteca e da Livraria Mundo Fantasma

(imagem de Daniela Duarte)

Amanhã, são várias as actividades que decorrerão na Bedeteca e na Livraria Galeria Mundo Fantasma, no Porto e que preencherão muitas páginas em branco. A saber:

Das 10h00 às 19h00 - Mercado do Contra, nos corredores do Shopping Center Brasília - O Mercado do Contra (espaço de auto edição e do fanzine) traz muitos daqueles que vão dedicando o seu tempo à produção e edição de BD e que encontram no contacto directo com o público uma forma de preencher outra página em branco, a da dificuldade de distribuir e comercializar o trabalho que fazem.

Das 15h30 às 17h30 - Sessão de autógrafos com António Lima Araújo e conversa com o autor pelas 18h00.

O contacto com autores que se admiram é uma actividade que nenhum bom leitor de BD quer deixar em branco. Neste sábado – além dos autores do Mercado do Contra e da Daniela Duarte – vai haver a oportunidade de participar numa conversa com o André Lima Araújo. Um autor que, a partir do Minho, preenche as suas páginas em branco com vivas cores para a indústria norte americana do comic.

Às 16h00 - Inauguração da exposição "Tinha coisas para te dizer, mas desenhei-as" - a BD de Daniela Duarte, na Galeria Mundo Fantasma.

Aprender passa muitas vezes por experimentar. A Daniela Duarte fez a Licenciatura em BD e Ilustração da Escola Superior Artística em Guimarães. A sua versatilidade cruzou-se com muitas páginas em branco e espraiou-se por algumas publicações dedicadas à BD.

Às 17h00 - Apresentação do projecto e trabalho desenvolvido pelo Colectivo Goteira BD 

Este colectivo tem vindo a desenvolver um intenso trabalho de dinamização e divulgação da Banda Desenhada. É parceiro da Bedeteca no Clube do Livro da BD e editaram recentemente uma coletânea com o interessante tema / título de Quem é que tu pensas que és? (QEQTPQE??). O projecto teve apoio do programa Criatório da Câmara Municipal do Porto e nele treze autores da nova geração – incluindo as três responsáveis do colectivo, a Amargo, a Bia Kosta e a Rita Mota, mas também a Daniela Duarte – publicam as suas páginas que não ficaram em branco.

Além de tudo isto, a partir das 10h decorre na Mundo Fantasma mais um Free Comic Book Day. 

O Free Comic Book Day é também uma daquelas iniciativas destinadas ao alargamento e conhecimento do mercado da BD. A prática da indústria norte americana teve inicio no ano 2001 e já há alguns anos que é desenvolvida na livraria Mundo Fantasma.

Marvila Comics é já este fim de semana e junta a cerveja com a participação de vários autores de BD

Este fim de semana decorrerá o evento Marvila Comics, organizado pela Kingpin Books e pela Dois Corvos e Kingpin, que junta banda desenhada e cerveja. Um acontecimento com uma programação variada, entre BD, conversas, lançamentos, DJ e música ao vivo.

No que toca à BD, a organização divulgou a presença destes autores nos dias e horários que se encontram nas respetivas imagens.







Novidade: Muzinga, a nova obra de André Diniz - edição A Seita

 


Já tínhamos saudades de ter nas mãos um novo livro de André Diniz, cujos trabalhos gostamos muito. No Amadora BD foi lançado este "Muzinga", pelas mãos d' A Seita e será uma das nossas próximas leituras.

A sinopse:

Muzinga, que personagem! Brasileiro, algo irrequieto, implicativo, e cheio de conhecimentos naquela cabeça de barba mal amanhada, até dizem que fala mais de cem línguas! Pudera, também dizem que tem quase duzentos anos. Duzentos anos a calcorrear o mundo todo e a viver aventuras surreais, em busca de dialectos extintos, e de segredos que o tempo se esforçou por apagar.. Venham conhecê-las também.

O autor:

André Diniz é argumentista e desenhador de banda desenhada. Tem mais de 30 títulos publicados por diversas editoras brasileiras, muitos dos quais também já editados em França, no Reino Unido, Polónia, Peru, e, claro, em Portugal, país onde vive hoje e onde obteve entretanto a nacionalidade. O seu trabalho foi também tema de exposições em França, na Polónia, Itália, Angola e Portugal. É um dos mais premiados autores brasileiros, tendo recebido desde 2000 mais de 20 prémios atribuídos pelas principais instituições e eventos brasileiros de banda desenhada. Entre os seus trabalhos mais conhecidos podem citar-se Morro da Favela e Malditos Amigos (ed. Polvo) e a adaptação em BD de O Idiota, de Dostoievsky (colecção Novelas Gráficas, ed. Levoir).



quinta-feira, 28 de novembro de 2024

A nossa leitura de "Michel Vaillant 13 - Redenção", de Lapière, Bourgne e Eillam - edição ASA

 


Novo álbum, novas aventuras. 

“Redenção” chega como o décimo terceiro álbum da nova temporada de Michel Vaillant, sendo que as consequências dos acontecimentos do álbum passado “O Alvo” têm um grande efeito no desenrolar desta nova história. Desde a doença de Françoise à tentativa de assassinato de que Steve Warson foi vítima, Michel e a restante equipa Vaillant precisam de estar mais unidos do que nunca para os desafios fora da pista e dentro dela. Para isso contam com novos colegas e velhos conhecidos. 

Até porque as míticas 500 milhas de Indianápolis estão já aí à porta… 

Esta nova aventura tem no argumento Denis Lapière e no desenho Marc Bourgne e Eillam (incluindo a capa) e é editada pela ASA.

Depois de termos lido este Redenção, apenas podemos recomendar que é uma boa história dos tempos modernos desta série criada pelo grande Jean Graton. 

Já o tínhamos referido antes quando apresentámos aqui a novidade, a excelente capa da autoria de Eillam e a ilustração que aparece na página 56 da autoria de Marc Bourgne.

Mais palavras para quê? A não perder!

Tiago Cunha





Passatempo: Último dia do nosso passatempo no Instagram

Queremos lembrar que têm até às 23h59 de hoje para participar no nosso passatempo no Instagram. Visitem a nossa página e participem para se habilitarem a ganhar um destes sete títulos.

Um passatempo em colaboração com A Seita, Devir, Presença Comics, Bertrand Editora, Fábula e Booksmile (Penguin Kids).



Novidade: 1984 adaptada de novo em novela gráfica agora ilustrada por Matyás Namai - edição Minotauro

 


Esta edição é uma nova interpretação gráfica da obra mais conhecida de George Orwell, com todo o seu horror e conteúdo explícito, captada desta vez pelo artista gráfico checo-japonês Matyáš Namai, de quem falámos esta semana, pelo seu trabalho "Chernobyl - A queda de Atomgrad", editado igualmente pela Minotauro, uma chancela do grupo Almedina.

Sendo a representação clássica de uma futura sociedade totalitária, de esquerda ou de direita, 1984 tornou-se uma das grandes distopias da literatura mundial do século XX. É tão horrivelmente familiar a nações de todo o mundo hoje, como quando foi publicado pela primeira vez, em 1949, nomeadamente na Europa Central e na antiga União Soviética.

O autor: Matyas Namai
Estudou design gráfico na escola secundária Škola Michael e, desde então, concentrou-se na banda desenhada. As suas novelas gráficas destacam-se pelo trabalho sensível que desenvolve no que toca à psicologia das suas personagens, pelo sentido cinematográfico da edição dramática e pelo gosto que tem pelos detalhes.







quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Novidade: Chernobyl - A queda de Atomgrad, uma novela gráfica de Matyás Namai - edição Minotauro



A editora Minotauro acaba de lançar esta novela gráfica "Chernobyl - A queda de Atomgrad", que conta o que levou à catástrofe de Chernobyl, em abril de 1986.  É uma questão complexa: políticas autoritárias rígidas, prazos impossíveis de cumprir, falta de dinheiro e de materiais, burocracia generalizada e corrupção política desempenharam o seu papel na maior catástrofe nuclear da história.

Este angustiante relato gráfico, escrito e desenhado por Matyás Namai, segue as dezenas de histórias humanas cruelmente afetadas pela tragédia. Dos engenheiros e bombeiros aos médicos e soldados, das crianças e famílias das cidades e das aldeias vizinhas aos animais nas florestas - todos compõem a história de Chernobyl, um mosaico de vítimas que pagaram o preço da ambição e da arrogância de políticos que manobravam à distância.





Novidade: Tex está de volta com o vol. 5 – Minstrel Show - edição d' A Seita


Uma das novidades que a Seita apresentou no Amadora BD foi o quinto volume de Tex, com o título Minstrel Show e da autoria de Mauro Boselli e Marco Ghion.

Eis a sinopse:

Entre os artistas com o rosto pintado de negro da companhia dos Minstrels, há um que não precisa de se pintar: Joey Nelson, antigo escravo e amigo de infância de Tex. Quando, após a Guerra Civil, os rebeldes sulistas de Arch Clement e Jesse James atacam a cidade de Lexington, no Missouri, Tex e Carson vão defendê-la. Mas de que lado se posicionarão os artistas nascidos no Sul do Minstrel Show, do lado do seu companheiro Joey, negro livre, ou do lado dos irredentistas Sulistas? Uma aventura de Tex com música para banjo e colt!

Os autores:

Bibliotecário, tradutor, escritor, Mauro Boselli (nascido em 1953) começa a colaborar com a Sergio Bonelli Editore como assistente de Gianluigi Bonelli, o criador de Tex. Tal como o seu mestre, Boselli adopta como estilo o espírito heróico da aventura clássica e os temas épicos do western. Escreveu para inúmeros títulos, assinou uma história de Tex com Gianluigi Bonelli, e é também creditado pelo “renascimento” de Zagor, e em 2000 cria Dampyr com Maurizio Colombo. Em 2011, a editora Mondadori publica o seu Tex Willer – Il Romanzo della mia Vita. uma biografia do herói bonelliano em forma de romance (com ilustrações de Fabio Civitelli). Desde 2012 é o editor-responsável de Tex, personagem que continua a escrever com dedicação e empenho. Até hoje já escreveu mais de trinta e cinco mil páginas de BD!

Nascido em 1980, Marco Ghion forma-se em Geometria, mas é o desenho que o atrai, e que o leva à Scuola del Fumetto de Milão, em 2001, onde se diplomou como desenhador realista. Depois de trabalhar uns anos no sector da animação, Ghion conhece em 2009 Bruno Bozzetto, célebre realizador e animador, iniciando a sua colaboração no Studio Bozzetto, desenvolvendo uma forte paixão pela animação. Em 2015, inicia-se na BD, integrando o estúdio de Enea Riboldi, capista de Dampyr. Em Março de 2018, Ghion entra na equipa de desenhadores da Sergio Bonelli, estreando-se no álbum especial da série Tex Willer, lançado em Dezembro de 2019 com o título Fantasmi di Natale, seguido deste Minstrel Show, em Julho de 2023. Actualmente, Ghion está a trabalhar na série regular Tex Willer, desenhando a história I 5 della mano rossa.

A nossa leitura de "O abismo do esquecimento", de Paco Roca e Rodrigo Terrasa - edição Ala dos Livros

 

Rugas, A Casa, Éden, Memórias de um Homem de Pijama, O Inverno do Desenhador, O Tesouro do Cisne Negro, Os Trilhos do Acaso, O Farol e O Jogo Lúgubre, foram já muitos os títulos que lemos de Paco Roca, um dos nossos autores de banda desenhada de eleição com quem já estivemos por duas ocasiões e de quem temos excelentes autógrafos e recordações da sua simpatia. Paco Roca foi também um dos autores estrangeiros que nos ofereceu uma ilustração por ocasião dos nossos 25 anos e que estaremos sempre reconhecidos.

O anúncio desta obra sobre a qual falámos em Janeiro, encheu-nos de curiosidade. Meses depois a notícia da versão portuguesa trazida pela Ala dos Livros e mal tivemos o livro nas mãos, iniciámos a leitura de imediato com expectativas elevadas. Podemos dizer que as expectativas foram superadas porque estamos mesmo perante uma grande história, bem escrita e bem desenhada. 

Desta vez não se trata de uma obra a solo de Paco Roca, uma vez que quem desenterrou o tema (e é mesmo de desenterrar que se trata) foi o jornalista Rodrigo Terrasa, que insistiu e não desistiu de trabalhar nesta obra em parceria com Roca.

A história, baseada em factos verídicos é escrita com uma enorme sensibilidade, a mesma que Paco Roca demonstra com os seus desenhos. Ao mesmo tempo Paco Roca oferece-nos pranchas e vinhetas em que consegue com originalidade dar ainda mais intensidade à narrativa, o que faz com que um tema tão triste e tão duro seja tratado com seriedade, mas também com ternura. Uma comovente viagem ao passado e às atrocidades e injustiças que se cometeram mesmo depois da Guerra Civil Espanhola ter terminado.

Meus amigos, estamos perante um livraço! E talvez fosse ainda mais perfeito se não fosse no formato panorâmico, de que não somos fãs. Ou então não e resulta mesmo assim. A verdade é que subiu ao nosso top 3 dos nossos livros preferidos de Paco Roca. 





terça-feira, 26 de novembro de 2024

A nossa leitura de Senhor Apothéoz, de Julien Frey e Dawid - edição ASA


Depois de termos lido há vários meses, a versão francesa de Monsieur Apothéoz, gostámos muito de reler a história, desta vez em português numa edição da ASA.

Senhor Apothéoz é uma delícia de álbum de banda desenhada. Tem humor, amor e ternura, tudo na medida certa, nem mais, nem menos. A história é fora do comum, sobre uma herança de família pesada demais e que parece querer destruir o futuro do jovem Théo. É sobre vidas fracassadas, desamores e desânimos, derrotas e sonhos. Porém, a narrativa que os autores Julien Frey e Dawid construíram é tão original e tem tantas reviravoltas, que nos agarra e nos diverte da primeira à última página.

Este foi daqueles livros que lemos como se estivéssemos a ver um filme e que podíamos encaixar na categoria de comédia romântica. É leve e não leviano, é inteligente e despretensioso.

Quanto aos desenhos, podemos dizer que gostámos bastante e que acompanham a narrativa na perfeição e ajudam à fluidez da história.