sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Novidade: o Juvebêdê 97 está a chegar com destaque para o Festival de BD de Beja e a entrevista a Alix Garin

 


Está a chegar mais uma edição do Juvebêdê em papel, o número 97.

Para além dos eventos dos primeiros meses do ano, já falados na edição anterior, o final do primeiro semestre de 2024 ainda foi muito bem composto de eventos, com a realização de mais uma edição do Maia BD, do XIX Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja e da Feira do Livro de Lisboa.

Neste número falamos sobre dois destes eventos, destacando-se a nossa ida a Beja, onde tivemos uma participação mais ativa e onde realizámos uma entrevista à simpática autora belga Alix Garin, publicada nesta edição. Ainda o MAIA BD, num artigo escrito por Miguel Coelho.

Claro que, como habitualmente, mantemos nesta edição as várias rubricas, a crónica de Miguel Cruz e a nossa galeria com um esplêndido autógrafo de Gaëtan Brizzi, por ocasião da sua participação no MAIA BD.

Novidade: Sou hipersensível, e agora? - um guia prático ilustrado e editado pela Arte Plural

 


A prova em como se consegue tratar de assuntos sérios a brincar, é este livro acabadinho de publicar pela Arte Plural, da autoria de Caroline Cohen Ring e que pode ajudar muitas pessoas.

«Não se pode dizer-te nada!»

«És tão suscetível!»

«Estás sempre a chorar.»

«Tens de ser mais resiliente.»

«Será que és bipolar?»

As pessoas hipersensíveis conhecem bem estas frases…

Apesar de afetar pelo menos 20% da população mundial, a hipersensibilidade não só é mal vista, como sobretudo mal compreendida. As pessoas hipersensíveis sentem-se muitas vezes diferentes ou excluídas e têm dificuldade em estabelecer relações e gerir situações pessoais ou profissionais. Em contrapartida, têm capacidades acrescidas de empatia, observação e criatividade.

Com humor e perspicácia, este guia prático ilustrado reúne conselhos, explicações, exercícios, anedotas e testemunhos para compreender - e viver - melhor este fenómeno.


quinta-feira, 7 de novembro de 2024

A opinião de Miguel Cruz sobre "Madeleine Résistante - Tome 3", de Morvan, Riffaud e Bertail e "Thorgal Saga 3 - Shaïgan", de Yann e Shurzhenko

 


Madeleine Résistante - Tome 3

Tenho aqui feito questão de acompanhar a série Madeleine Résistante, de que recentemente saiu o tomo 3 (e último?) com o título de Les Nouilles à la Tomate, essencialmente por estar convencido de que se trata, não apenas de uma edição de extraordinária qualidade em cada um dos tomos, mas também de um testemunho que faz desta série, na minha opinião, um dos incontornáveis da BD contemporânea.

A responsabilidade do desenho cabe a Dominique Bertail (bem conhecido, mas creio que em Portugal apenas temos o seu contributo para Go West Young Man). Desenho realista, detalhado, excecional na qualidade do traço e no tratamento narrativo, nas perspetivas, nas emoções, no tratamento do desenho em tons de azul.

Já o argumento é da responsabilidade de Jean-David Morvan (em português já temos “Senda”, “Conan o Cimério”, Spirou e Fantasio), que o preparou como resumo das conversas que foi tendo com Madeleine Riffaud, a própria resistente que dá título à BD. Efetivamente, a série é apresentada como uma autobiografia, relatada pela própria (claro, senão a biografia não era auto…), e isso constitui elemento essencial na sinceridade, pureza e originalidade do trabalho. Madeleine Riffaud, aliás, relatou o seu período de resistência em livros que foi publicando ao longo dos anos.

O tomo 3 da série, aliás, é publicado no ano em que Madeleine fez 100 anos, o que permitiu diversas exposições e conferências em França, e relata o período de detenção e tortura daquela resistente, conduzindo-nos até ao período da libertação.

Relato absolutamente fantástico não apenas desta resistente, com acontecimentos rocambolescos, situações muito duras (mas em que sabemos à partida que a personagem sobreviveu) – ela própria muitas vezes sem saber bem como – como dos bastidores da resistência, já para não falar da condição humana, dos valores, da empatia, do sofrimento, da resistência.

Editado pela Dupuis, toda a série é consistente na qualidade, lê-se bem embora relate um período particularmente difícil de aceitar da história da humanidade. A sua leitura é absolutamente E-S-S-E-N-C-I-A-L para quem gosta de história, para quem gosta de boa narração, para quem gosta de BD.

A imagem apresentada na capa passa-se já após a libertação de Madeleine e em período de Libertação de Paris.




Thorgal Saga 3 - Shaïgan

Publicado em Francês no mês de agosto deste ano, o terceiro tomo da saga Thorgal – uma série criada fora da coleção principal com o objetivo de permitir total (?) liberdade a autores para darem o seu contributo de “reforço ao mito” através de uma homenagem que deve ser contida num único volume – tem o nome de Shaïgan, o que significa que é passado naquele período pouco explorado em que Thorgal se encontra alheio a quem é (de onde vem e para onde vai), e sob o domínio da terrível Kriss de Valnor.

Depois de Robin Recht com um primeiro tomo muito bom (Adieu Aaricia) e do duo Fred Duval e Corentin Rouge com um interessante segundo tomo (Wendigo), chegou a vez do incansável e omnipresente Yann acompanhado de Roman Shurzhenko.

Os piratas de Shaïgan-sem-Misericórdia (ou seja Thorgal-sem-Memória) espalham o terror por onde passam, mas não só o seu chefe está preso a estranhos estados de alma, e a crescer naquilo que supostamente é “sem” (tanto misericórdia como memória), como a sua equipagem se mostra incomodada pelo fraco lucro obtido nas últimas expedições, bem como pela escolha dos últimos alvos de ataque.  

Thorgal, desculpem, Shaïgan consulta um velho com poderes divinatórios, numa tentativa de recuperar a sua memória, e acaba por levar a cabo uma expedição fortemente destrutiva, não para os outros, mas para os seus homens, para a sua relação com Kriss de Valnor e para a coesão da sua equipagem.
Interessante, agradável de ler, a conclusão desta BD vai desembocar no tomo 22 da série original (e um dos melhores na minha opinião): Géants (Gigantes). O desenho de Shurzenko é bom, embora sempre na busca da mimetização do desenho de Rosinsky, o que por vezes nos leva a comparações que seriam de evitar, e o domínio da sequência narrativa não podia ser melhor. A história é bem conduzida, os diálogos surgem sem surpresa. Não há muita originalidade, explora-se novamente a personagem de Thorgal atormentada e em contradição consigo própria, mas a BD é consistente com as muitas e muitas páginas que a antecederam. 

A capa é muito bem conseguida, numa edição, como sempre, da editora Le Lombard.



Novidade: O Infinito Num Junco - uma obra-prima sobre a história dos livros, agora em Novela Gráfica - edição Bertrand


Já tínhamos falado neste livro, mas o original é tão maravilhoso, que agora que nos chegou às mãos a adaptação para novela gráfica (Bertrand Editora), não resistimos em falar de novo nesta obra, até porque também nos chegaram imagens do seu interior.

O Infinito Num Junco, de Irene Vallejo, é uma obra-prima sobre o amor aos livros e a sua história ao longo dos tempos. A adaptação gráfica para este formato esteve a cargo do desenhador Tyto Alba. As suas ilustrações irão transportar os leitores até aos campos de batalha de Alexandre, o Grande, aos palácios de Cleópatra, às primeiras livrarias e às oficinas de cópias manuscritas, mas também às fogueiras onde se queimavam códices proibidos, à biblioteca bombardeada de Sarajevo e ao labirinto subterrâneo de Oxford no ano 2000.

A história que nos é contada é sobre um artefacto incomparável nascido há cinco milénios, quando os egípcios descobriram o potencial da cana de junco, a que chamaram papiro, tornam-nos participantes na aventura coletiva de quem foi salvaguardando os livros desde aqueles tempos.









A nossa leitura de 7 Senhoras, de Margarida Madeira - edição Ala dos Livros

 


Quando 7 Senhoras recebeu o prémio revelação Amadora BD 2023, não conhecíamos a obra. Ficámos curiosos e no Natal comprámos o livro, uma edição de autor da Margarida Madeira. Um livro de formato pequeno, mas muito cuidado, delicado, com muita qualidade. Lemos as histórias de um só fôlego e ficámos impressionados com a sensibilidade e maturidade da autora, quer ao nível da narrativa quer ao nível dos desenhos.

Meses volvidos, ficámos surpreendidos por ver que a Ala dos Livros, apostava neste livro e na sua autora, anunciando uma reedição da obra, numa versão aumentada e com um extra, uma história adicional. E para culminar, a Alexandra Sousa, da equipa do Juvebêdê foi convidada a integrar um grupo de 7 Mulheres, para apresentar o livro das 7 Senhoras. 

E tal como referiu nessa apresentação, na sua opinião um bom livro tem várias características e algumas delas podem ser quando a história nos abre os horizontes, nos faz viajar no tempo ou no espaço e nos remete para recordações pessoais. No fundo, quando o leitor se identifica com a história. E é isso que acontece com as 7 Senhoras, que embora retrate mulheres que a autora conheceu e que de certa forma a marcaram, quase todos nós conhecemos também, ao longo da nossa vida, figuras femininas com alguns aspectos semelhantes.

As histórias que a Margarida Madeira nos conta são muito simples, tocantes e singelas, mas ao mesmo tempo têm muito dentro delas. E os desenhos casam na perfeição com as histórias, desenhos simples, ternurentos (fofinhos, mesmo) e coloridos com cores suaves. 

Se a edição pequenina já era boa, esta sua versão aumentada ajuda a que as histórias brilhem ainda mais. Aguardamos agora por mais histórias contadas e desenhadas pela autora.





quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Novidade: A Seita lançou "Os Indomados", o novo álbum da colecção Lucky Luke visto por...



Chegou um dos mais esperados lançamentos do ano, o novo álbum da colecção Lucky Luke visto por..., desta vez por Blutch, um dos mais conhecidos autores da BD franco-belga contemporânea, e já galardoado com o Grande Prémio da Cidade de Angoulême. "Lucky Luke: Os Indomados" é o sexto volume da colecção, e talvez o que mais de perto homenageia os autores clássicos do cowboy que dispara mais rápido que a própria sombra, numa aventura divertida, cheia de piscares de olhos aos vilões e personagens e situações dos álbuns mais conhecidos de Morris.

Blutch cultiva uma visão algo alternativa e sonhadora na nona arte. Com este álbum, presta homenagem a uma das suas personagens preferidas, que o ajudou a definir-se como autor, numa história original e invulgar, em que o cowboy que “dispara mais depressa do que a sua própria sombra” é promovido a “cara pálida que atira primeiro e vê depois”!

Como sempre, a edição d' A Seita inclui um extenso caderno de extras, inédito na versão francesa, com esboços, exemplos de planificação, uma biografia e uma entrevista com o autor. Mais ainda, e de especial interesse para os fãs da Blutch (ou para aqueles que acabam de descobrir a sua obra), este livro tem uma história curta de cinco páginas, criada em 1989, de Pecos Jim, uma personagem de western, num episódio em que ele se encontra com um tal de... Luke, o Sortudo! 

Deste álbum fizeram-se duas edições distintas, uma normal, e uma com uma capa exclusiva da Wook, de 200 exemplares, 100 dos quais serão vendidos numa caixa que inclui um ex-libris e dois prints, numerados de 1 a 100.

A sinopse:

Para Lucky Luke, é o descanso. Uma última missão, e finalmente a paz... Pelo menos é nisso que acredita, antes de uma miúda obstinada o ameaçar com uma arma, gritando "Mãos para cima, coiote!" Lucky Luke vai descobrir que esta menina, Rose, vive sozinha numa cabana isolada com o seu irmão Casper, depois dos seus pais terem desaparecido. Lucky Luke decide levá-los de volta ao xerife da cidade... Mas rapidamente percebe que até lá terá de brincar às "amas" com estas crianças particularmente endiabradas! Um papel totalmente inesperado para ele...

Segundo A Seita este álbum "Os Indomados" é mais uma das homenagens a Lucky Luke, em que a Lucky Comics tem sido pródiga, e talvez uma das mais sensíveis e mais certeiras na sua vontade de reencontrar o espírito de Morris e dos álbuns originais da série, comparando com os outros álbuns da colecção Lucky Luke visto por... Cheia de piscares de olhos aos livros de Morris e de Goscinny, e cheio de personagens divertidos, desde os dois endiabrados miúdos que vão tornar a vida de Lucky Luke infernal, aos xerifes mais preocupados com a burocracia e a papelada, passando pelo índio que rebaptiza o nosso herói e pelo gang de bandidos clássicos, este álbum é talvez o mais próximo dos originais, num desenho ao mesmo tempo clássico, mas subtilmente cheio do traço mais aventuroso de Blutch. Blutch que admite ter colocado em cena os seus próprios filhos, incluindo o seu mais novo, autista, que inspira a desarmante personagem de Casper. Este é talvez um dos mais conseguidos álbuns de homenagem a Lucky Luke, por um dos grandes autores contemporâneos.







Comic Con regressa em força, mas só em 2026



A organização da Comic Con Portugal anunciou hoje as próximas datas do evento e a próxima edição só acontecerá em 2026.

Segundo os responsáveis, 2026 será o grande ano da próxima edição do evento, mas já em 2025 todos os fãs de Cultura Pop terão novidades relacionadas à Comic Con Portugal com novos projetos que prometem conectar e unir gerações!

Agendado para decorrer de 26 a 29 de março de 2026 de novo na Exponor (Matosinhos), o evento promete proporcionar uma experiência incomparável para os fãs de todas as idades, desde crianças até adultos. Fãs de sagas icónicas como Star Wars ou O Senhor dos Anéis serão convidados a participar numa aventura que percorre várias regiões do país, promovendo o envolvimento e a inspiração.

O clímax a Comic Con Portugal 2026, nas datas atrás indicadas e durante quatro dias, a Exponor será transformada num ponto de encontro para geeks.

Os bilhetes para a Comic Con Portugal 2026 ficarão brevemente disponíveis.

A nossa leitura de As 5 Terras (volumes 1 e 2), do colectivo Lewelyn e Jérôme Lereculey - edição ASA

 



A ASA lançou recentemente os dois primeiros volumes da série As 5 Terras, da autoria do colectivo de argumentistas Lewelyn (David Chauvel, Andoryss et Patrick Wong), com desenhos de Jérôme Lereculey. Estão previstos 30 volumes, dos quais 14 foram já editados no mercado francófono até Setembro deste ano. Os 30 volumes serão divididos em cinco ciclos de seis álbuns, cada ciclo correspondendo a um dos cinco reinos da história. Esperemos que a série seja concluída e que por cá a ASA consiga editar a colecção completa porque já lemos os dois volumes e ficámos viciados.

As 5 Terras e o spin-off "Demeus Lor" são histórias que nos fazem mergulhar, através de diferentes ciclos, num mundo antropomórfico onde complexas intrigas políticas e familiares se entrelaçam num argumento brilhantemente construído e cativante. Os desenhos magistrais de Jérôme Lereculey e seu enquadramento ousado, transportam-nos para cenários de enorme riqueza visual.
A inspiração é medieval e acompanha várias dinastias que vivem em países/continentes existentes, cada um com diferentes espécies animais: 

Angleon é o reino dominador, onde vivem os grandes felinos e é a ilha central. A história começa aqui.
Arnor é uma terra fria, onde habitam os ursos e os lobos. A ela será dedicada o terceiro ciclo.
Erinal é a terra dos herbívoros, ocupada por um povo diverso e tolerante.
Ithara é uma terra desértica, onde vivem os répteis. 
Lys é a terra dos primatas e será o foco do segundo ciclo.

O que acontece no início da história é que o rei de Angleon, Cyrus Magneon, da raça Tigre, está às portas da morte e a sua sucessão não é pacífica, uma vez que ele teve apenas duas filhas e decidiu nomear um dos seus três sobrinhos. Claro que isto vai criar instabilidade, acender ódios e fazer com que os reinos vizinhos estejam em estado de alerta, pois ao que tudo indica, o futuro rei é ambicioso e cruel.

Este universo é muito semelhante à conhecida série da Guerra dos Tronos e é igualmente cativante e viciante. Há relações amorosas proibidas, há intrigas, há complicadas relações familiares, há mistério, há assassínios (muitas vezes quando menos se espera), há lutas pelo poder e há um trono que é ambicionado por muitos. Também há conselheiros do rei, também há uma figura que é Mão do Rei (aqui chama-se a Sombra do Rei).

O certo é que a série está mesmo muito bem conseguida e que, como referimos atrás, ficámos viciados e com aquela sensação com que ficávamos, quando terminava uma temporada da Guerra dos Tronos e ficávamos meses à espera da seguinte. Por favor ASA, não nos deixem tanto tempo à espera!







terça-feira, 5 de novembro de 2024

Faleceu Daniel Ceppi (1951-2024)

No mês de Outubro vimos partir Pierre Christin, Giorgio Trevisan, Job e Massimiliano Frezzato. E agora, neste arranque de Novembro, perdemos mais um nome da Banda Desenhada Europeia. Daniel Ceppi faleceu esta segunda-feira, 4 de Novembro aos 73 anos. 

O autor suíço ficou conhecido por cá com a série "Uma aventura de Ernesto" (Une aventure de Stéphane, na versão original), editada pela Meribérica. Na nossa estante temos os dois álbuns "O Vespeiro" e "O refúgio de Kolstov", sendo que a série original contou com 18 volumes.




A editora Sendai cria Sendai Books para edições em inglês

 


A editora Sendai criou a Sendai Books, já online, para comercialização da versão inglesa dos livros já editados na versão portuguesa e outros novos títulos. Com cada vez mais leitores, sentiram essa necessidade de separar os site e este novo tem categorias diferentes e outras novidades.

O site é: https://www.sendaibooks.eu e os custos de envio são gratuitos para países da União Europeia.

Entretanto a editora irá marcar presença em alguns eventos até ao final do ano como:

9 de Novembro - Aniaki, na ESPAV, Lisboa

26 de Novembro a 15 de dezembro - Festa do Livro do Museu do Oriente

6 a 8 Dezembro - Parangona (participação a ser confirmada), no Mercado de Arroios, Lisboa

A nossa leitura de Corto Maltese - A linha da vida, de Canales e Pellejero - edição Arte de Autor

 

A publicação de um novo Corto Maltese é sempre um acontecimento a registar, pois uma aventura deste herói criado por Hugo Pratt (neste caso a 17.a aventura) e agora realizada pela quinta vez por Juan Díaz Canales (argumento) e Rubén Pellejero (desenho) está sempre a ser escrutinada, não fosse Corto uma das grandes personagens do mundo da banda desenhada.

Mas falemos deste A linha da vida, que leva Corto numa aventura ao México, em 1928 e em plena sublevação dos Cristeros contra as leis anticlericais.

Em primeiro lugar Canales com a sua história e Pellejero com os seus desenhos levam-nos mais uma vez ao universo complexo e fascinante de Corto Maltese, através de uma aventura que se passa em 1928 entre as ruínas maias e o México pós-revolucionário, num clima turbulento, Corto vai entrar num caso complexo, que envolve a pilhagem de sítios arqueológicos e tesouros antigos. Convencido por Bocca Dorata (que reaparece pela quinta vez nas histórias de Corto) a passar-se por um representante de um museu europeu, “Mr. Everett Hale” (Corto) vai entrar num jogo de poder, traições e tesouros escondidos e enfrentará espiões traidores, arqueólogos sem escrúpulos e guerrilheiros Cristeros. Entre a vida e a morte, com a profecia da sua "linha de vida" a marcá-lo, Corto navega entre as suas sombras e enganos, onde encontra velhos amigos, como o “padre“ Rasputine e a corajosa irlandesa Banshee, guiando-se apenas pela sua consciência de justiça, num mundo onde por vezes é difícil tomar as decisões mais certas. Quem o vai acompanhar e descobre a sua verdadeira identidade é o repórter do Paris-Soir, Yann Rêveur que está a fazer uma reportagem sobre a guerra.

Enquanto viaja pela selva mexicana e pela revolução, Corto deve e vai enfrentar o seu passado e suas escolhas, mas tudo terminará a navegar no “La Niña de Gilbraltar” com o seu “amigo” de sempre…

Em jeito de conclusão é em nossa opinião mais um bom livro de Corto Maltese realizado pela dupla Canales e Pellejero.

Não pudemos deixar de reparar num ligeiro pormenor desta edição da Arte de Autor: a página 72 não está numerada.






segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Novidade: A seita editou o terceiro volume (de cinco) da segunda temporada de Butterfly Beast



Uma das muitas novidades lançadas pel' A Seita no Amadora BD foi o terceiro volume da segunda temporada da série Butterfly Beast, sobre a qual já aqui falámos várias vezes.

A autoria é de Yuka Nagate, uma mangaka cuja carreira se iniciou na revista Weekly Shonen Magazine, continua a saga da sua heroína Ochō, num conto a meio caminho entre o thriller histórico e o conto clássico de vingança, ilustrada pelas suas pranchas magnificamente desenhadas e elegantes.

A sinopse:

1636. Estamos no início do período Edo, e reina uma paz frágil no Japão, depois de anos de guerras feudais.

Ochō, a “Borboleta”, é aparentemente uma cortesã no bairro de Yoshiwara, em Tóquio, mas essa profissão não passa de um disfarce. Na realidade, ela é uma shinobi, e a sua missão é caçar aqueles que anseiam pelo regresso do Japão da era da guerra civil.

Ochō foi capturada e traída por um dos seus companheiros caçadores de Shinobis. Ela está nas mãos dos rebeldes que sonham usurpar o poder ao Clã Tokugawa e restabelecer a velha ordem. Ao mesmo tempo, é confrontada com os seus sentimentos, que oscilam entre a sua obrigação como caçadora, e o apego emocional a alguns dos seus captores. Será que o que parece é? A resolução dos conflitos aproxima-se…





Jorge Rodrigues, Raquel Varela e Robson Vilalba serão os convidados de amanhã, na 467.ª Tertúlia BD Lisboa

 

Amanhã, 5 de Novembro, decorre mais uma edição da Tertúlia BD. O convidado Especial será Jorge Rodrigues que vai mostrar e falar do seu trabalho e do seu livro, Dark Crusade, que editou recentemente e sobre o qual já aqui falámos.

Estará também presente Raquel Varela e Robson Vilalba, autores de Utopia. Uma banda desenhada que retrata através de alguns personagens, Portugal dos anos 60 a 1975.

A Tertúlia tem início às 20h, no restaurante Entre Copos, na rua de Entrecampos 11, junto ao Campo Pequeno.

Preferencialmente confirmem antecipadamente a vossa presença junto da organização.