sábado, 31 de agosto de 2024

Prémios e Concurso de Banda Desenhada da Amadora

Estão a decorrer os prazos de candidaturas para os Prémios de Banda Desenhada da Amadora (até dia 4 de Setembro) e para o Concurso de Banda Desenhada da Amadora (30 de Setembro).

Quanto ao Concurso, o tema é "25 de Abril sempre!".

Não se atrasem e podem ver os regulamentos no site da Câmara Municipal da Amadora.






A nossa leitura de "Nascidas Rebeldes", de vários autores - edição ASA


"Nascidas Rebeldes - Miúdas de punho erguido" foi mais uma das nossas leituras de Verão e quanto a nós, mais uma aposta ganha pela ASA, comprovando grandes mudanças, para melhor.

Este livro traz-nos cinco histórias de seis jovens raparigas que mudaram o mundo. A sua determinação, a sua coragem, o não se conformarem com o estado não só do seu mundo, mas do mundo global, fez com que tivessem alertado consciências, chamado a atenção para diversos problemas e flagelos que existem. Ao nível ambiental, direitos humanos, direitos das mulheres, o direito à educação, os dramas dos refugiados, os portes de armas indiscriminados nos EUA e por aí fora. 

Greta Thunberg, Yusra Mardini, Malala Yousafzai, Emma González, Melati e Isabel Wijsen fazem muitos adultos corarem de vergonha, pelas suas acções, pela sua luta por um futuro melhor. Podem parecer demasiado idealistas ou fundamentalistas, mas a verdade é que não ficaram de braços cruzados, não se conformaram com a realidade e a sua idade e inexperiência não as demoveu de chegarem longe. E chegaram. E conseguiram mudar alguma coisa. Se calhar devíamos pensar nos exemplos que nos mostram.

Portanto, quanto ao argumento só há a dizer bem, é fruto de uma investigação jornalística e revela-nos a história pessoal e desconhecida de seis raparigas incríveis que mudaram o futuro, provando que nem a idade nem o género impedem seja o que for.

A abrilhantar esta obra, a participação de cinco desenhadores, um para cada história: Gijé (França), Vittoria Macioci (Itália), Brett Parson (EUA), Jocelyn Joret (França) e Rebecca Traunig (Suíça).



sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Novidade: Iguana lança "Mafalda para miúdos"


Sessenta anos depois de a Mafalda ter sido publicada pela primeira vez, chegou finalmente uma edição exclusiva para dar a conhecer às crianças a Mafalda e os seus inseparáveis amigos: Filipe, Susanita, Manelito, Liberdade, Gui e Miguelito – personagens carismáticas que irão acompanhar os mais pequenos para o resto das suas vidas.

Todas as alegrias e dificuldades de ser criança se encontram nesta compilação das tiras mais ternas, engraçadas, sonhadoras e inteligentes da Mafalda, que abordam temas como a escola, os amigos, as brincadeiras, o amor, as injustiças, os angustiantes trabalhos de casa e a intragável sopa.

Esta é mais uma edição da Iguana sobre a mais emblemática personagem criada por Quino. O livro encontra-se em Pré-venda, com entrega a partir de segunda-feira, 9 de setembro.

 








Já está disponível o segundo volume de "Napoleão"


Já está disponível o segundo volume de Napoleão, lançado pela Gradiva BD.

Como pôde um pequeno militar corso tornar‑se NAPOLEÃO I, imperador dos Franceses, entre 1804 e 1815? Sucessivamente general, cônsul e imperador, este ambicioso filho do Ancien Régime, formado na República, foi um reformador sem tempo a perder, o fundador do Estado moderno e o génio militar que subjugou, durante algum tempo, as monarquias europeias.

O apogeu da gesta napoleónica encontra‑se no coração deste segundo volume, encravada entre o regresso do Egito e o casamento com a arquiduquesa Maria Luísa da Áustria.

A nossa leitura de "Presas Fáceis - Abutres", de Miguelanxo Prado - edição Ala dos Livros


 
Quando nos preparamos para ler um livro de Miguelanxo Prado já sabemos ao que vamos. É um mestre. Por isso temos a garantia de estarmos perante uma obra de qualidade. Foi o que aconteceu com o segundo volume de Presas Fáceis e tivemos o privilégio de o dizer pessoalmente ao autor, com quem voltámos a estar este ano, em vários momentos (Comic Con, Feira do Livro de Lisboa e Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja).

Apesar de uma obra previsivelmente muito boa, o elemento surpresa não deixou de acontecer, uma vez que tínhamos lido o primeiro volume onde as "Presas Fáceis" eram idosos e erradamente pensávamos que voltaríamos ao tema. Porém, as "Presas Fáceis" deste novo livro não são os mais velhos, mas sim uma adolescente que sem saber como, cai num esquema de pornografia infantil e acaba por ser assassinada.

Neste livro, Miguelanxo Prado leva-nos a reflectir sobre perigos escondidos nas novas tecnologias e como estes podem ter efeitos imprevisíveis. O autor não se baseou em factos verídicos, mas criou uma história com pedaços do que vai vendo acontecer na realidade. Dizemos muitas vezes que a realidade supera sempre a ficção e é verdade. Mas esta história não sendo verdadeira pode despertar consciências e levar-nos a reflectir sobre muitos aspectos e aqui temos muitos: a corrupção, os abusos de menores, os abusos a filhos adoptivos, a pedofilia, o negócio da pornografia infantil na internet. O importante é estarmos atentos e também alertar os mais jovens. E atenção aos pormenores é o que não falta aos inspectores de serviço, pois pequenos detalhes podem mudar o curso à investigação e levar a descobrir a verdade.

Os inspectores Tabares e Sotillo vão assumir a investigação da morte da jovem Irina, filha adoptiva de um casal espanhol. O que parece um simples caso de suicídio pode afinal revelar-se muito mais complexo, com ramificações que vão abalar a estrutura da própria sociedade. A investigação vai levá-los a conhecerem a dura realidade do submundo da pornografia infantil cujo alcance pode ir muito para além do esperado.

Um policial com todos os ingredientes certos e que nos fez ler o livro de uma assentada.







quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Têm até 12 de Setembro para visitar a exposição “PREC – Parlamento Revisto em Caricatura | O Parlamento na Caricatura de Imprensa (1974-1976)”

Já tínhamos aqui falado a 13 de Julho sobre esta exposição. É de entrada gratuita (pode ser vista de segunda a sábado entre as 10h00 e as 18h00), está no novíssimo espaço Casa do Parlamento - Centro Interpretativo (Rua de São Bento, em frente ao Parlamento) e encerra no dia 12 de Setembro.

A exposição, integra 50 caricaturas publicadas nos jornais e revistas de âmbito nacional, entre 1974 e 1976, que retratam os acontecimentos que conduziram à aprovação da Constituição e os trabalhos da primeira Assembleia da República.

Nós já lá fomos e ficámos surpreendidos pela cenografia, qualidade e originalidade da exposição. Ficam aqui algumas fotografias.












O oitavo volume de "Tango" já chegou às livrarias - edição Gradiva BD

 


Já chegou às livrarias "O Tesouro do Mar de Sulu", oitavo volume da série "Tango", da autoria de Matz e Philippe Xavier, editada em Portugal pela Gradiva BD. 

Neste volume:

Bornéu, oceano Pacífico. Tango e Mario, agora acompanhados pelo seu amigo filipino Crisanto e pela encantadora Lani, continuam a perseguir o capacete de Magalhães. Um aventureiro inglês fornece-lhes as peças que faltam no puzzle. Vigarista ou verdadeiro caçador de tesouros? É quando atingem o seu objetivo que as coisas se complicam seriamente...

A nossa leitura de "A Corrida do Século", de Munuera e Toussaint - edição Arte de Autor


Foi durante os Jogos Olímpicos deste ano que lemos este "A Corrida do Século", editado pela Arte de Autor. Sendo admiradores dos desenhos de José-Luís Munuera e tendo já lido a opinião do Miguel Cruz sobre o livro, foi com entusiasmo que avançámos a correr para a leitura.

A maratona dos Jogos Olímpicos de 1904, que decorreram em Saint-Louis, nos Estados Unidos, não foi uma prova desportiva como as outras. Sendo a primeira vez que os EUA organizaram os Jogos Olímpicos, a organização quis demonstrar a sua superioridade e como tal, deram tudo por tudo, até com medidas, digamos... pouco éticas. Daí resultaram situações inusitadas, destacando-se a prova rainha, a maratona. Baseada em factos verídicos e em personagens que existiram mesmo, a história é-nos contada de uma forma divertida tanto pelas bizarrices, como pelas reviravoltas que vão acontecendo na prova. A verdade é que nada correu bem e partindo das histórias de cada um dos principais "atletas", que ficamos a conhecer logo no início do livro, percebemos logo que tudo ia correr mal.

Como tal, esta "Corrida do Século" com desenho de Munuera e argumento de Kid Toussaint, retrata  aquela que é a corrida mais incrível da história do desporto, prova que começou com 32 corredores e terminou com apenas 14. Entre o doping experimental, batota e os trilhos marcados ao acaso, valia tudo. Isto tudo ilustrado de maneira exímia por Munuera, onde até as cores, nos remetem para o local e para a época, como se de um filme se tratasse.

Uma excelente aposta da Arte de Autor para este Verão, que tem ainda umas páginas finais com fotografias e alguns dados sobre essa edição dos Jogos Olímpicos e especificamente sobre essa prova.


 




quarta-feira, 28 de agosto de 2024

A opinião de Miguel Cruz sobre "Silence d’Amour", de Parciboula e "Ciel D’Orages - London Burning", de Warnauts e Raives

 


Silence d’Amour

À medida que vamos entrando no período estival, as novidades editoriais de BD vão-se tornando mais escassas e tendencialmente menos interessantes. Ficamos à espera da rentré, e lá por setembro voltaremos a ter novidades daquelas que merecem leitura, releitura e destaque.

Assim, a BD sobre a qual apresento alguns parágrafos aqui hoje, já não é das mais recentes, foi publicada em maio deste ano e já teve opinião aqui no Juvebêdê pela Alexandra Sosua em 23 de Maio. Trata-se de uma obra que não merecia passar despercebida, tal a sua qualidade, mas que é, fica já o aviso, triste.

A personagem central é Paul, que sabemos habitar em Lyon e estar profundamente triste há 6 meses, na sequência do desaparecimento da sua companheira Sofia. Tristeza e cólera, desânimo e silêncio. 

Paul acaba por realizar uma viagem a Itália, à Sicília e à ilha de Stromboli, sendo que é durante este périplo que acompanhamos a personagem no seu processo de reconstrução, de tentar conviver com a dor, com a morte, com a ausência. 

É muito difícil descrever aqui muito mais da história, uma vez que o essencial é o desenho, agradável, sensível, atraente, e o texto, inteligente, verdadeiro, vivo. A importância da família, a busca interior, pautada de recordações, os contactos com desconhecidos, simples, mas por vezes com uma carga simbólica inesperada.

Não se trata de um tema inexplorado, não há nada de particularmente inovador. Há apenas uma história verdadeira de um homem que procura sobreviver.

Um One shot de Matthieu Parciboula, editado pela Casterman.





Ciel D’Orages – London Burning

Desde há muitos anos – alguns leitores e leitoras lembrar-se-ão de, por exemplo, “A Inocente” editada pela Meribérica, há mais de 30 anos – que sou “fã” do trabalho a 4 mãos de Éric Warnauts e Guy Raives, e que acompanho todas as BD que realizaram (que são muitas) a maior parte delas de grande qualidade.

Já tive a oportunidade de me encontrar com estes dois autores, de personalidades distintas, mas cuja compatibilidade de trabalho no argumento e no desenho é bem conhecida.

Ciel d’Orages saiu nos limites da primeira metade do ano de 2024, e a qualidade do desenho realista, as cores e a capacidade de transmitir ambientes plenos de sentimento e carregados de emoções, bem como de apresentar sequências narrativas movimentadas, mas sempre credíveis, em que as fragilidade e limitações das personagens sobressaem, mantém-se.

Estamos em 1940, em Londres, voltamos ao período do “Blitz” para começar (é o tomo 1 de 3 previstos) uma história em que vamos acompanhar a vida de alguns pilotos e, em particular, de uma personagem feminina que desempenha todas as tarefas de defesa dos céus de Londres como qualquer outro dos seus companheiros.

O ambiente é angustiante, as personagens e, particularmente, Kate Kavendish, às da Air Transport Auxiliary, têm profundidade, uma bagagem emocional que vai sendo desvendada, as cenas de ação são excecionais e pouco heroicas, embora a bravura de Kate e dos restantes pilotos seja evidente e admirável.

Uma história dentro da história. Uma história bem contada. Uma história de seres humanos. Uma história de uma época e uma história para a atualidade.

Claro que as primeiras 60 páginas de uma obra que se aproximará das 200 apenas nos podem abrir o apetite. Veremos como a narrativa se desenvolve, mas para já esta BD editada pela Lombard promete, e dá vontade de ter já na mão a totalidade da obra. 



A série Tanguy e Laverdure começou hoje a sair com o Público - edição ASA


Começou hoje a sair a nova colecção de BD resultante da parceria ASA/ Público, Tanguy e Laverdure, a fabulosa série de aviação, de Jean-Michel Charlier e Albert Uderzo.

Serão oito títulos em capa dura, completamente restaurada, com aventuras dos inesquecíveis pilotos da Esquadrilha de Cegonhas.

O primeiro volume tem como título "Escola de Pilotos". Eis a sinopse:

Recém-licenciados pela escola de pilotos aéreos, Michel Tanguy e Ernest Laverdure apresentam-se na base de Meknès, em Marrocos, para prosseguirem a sua formação. Entre os exigentes treinos e as trapalhadas provocadas por Laverdure, os dois pilotos acabarão por participar numa missão real mais cedo do que seria expectável, após o desvio de uma ogiva ultra-secreta francesa por um país estrangeiro.

A queda desta nas regiões inóspitas das montanhas marroquinas do Anti-Atlas, originará uma corrida contra o tempo, com Tanguy, Laverdure, Darnier e James de Saint-Helier, considerado pelos demais como covarde e piloto perigoso, a tentarem antecipar-se aos seus inimigos.



A nossa leitura de Saga - volume onze, e Brian K. Vaughan e Fiona Staples - edição G. Floy

 


Continuamos a acompanhar esta série mítica SAGA desde o primeiro volume e que viu editada no passado mês de março o volume onze.

Esta série editada pela G. Floy Portugal é da autoria de Brian K. Vaughan e Fiona Staples e já vendeu mais de 7 milhões de cópias até o momento em vários formatos, foi traduzida para 20 idiomas e já ganhou vários prémios Eisner e Harvey Awards, além de um Hugo Award, British Fantasy Award, Goodreads Choice Award, Shuster Award, Inkwell Award, Ringo Award entre outros e tornou-se num fenómeno da cultura pop a nível mundial. 

Tudo começou originalmente com a publicação da primeira revista, em 14 de Março de 2012, tendo anteriormente o seu autor Brian brincado numa entrevista ao descrever SAGA, como um Star Wars para pessoas pervertidas e mesmo aquando da apresentação da série na Comic Con de San Diego em 2011, a editora descreveu-a também como uma mistura de Star Wars e Guerra dos Tronos. 

SAGA conta-nos a arrebatadora e difícil história de uma menina chamada Hazel e da sua família nos caminhos cruzados com o destino. Neste volume 11, a mãe solteira Alana e os seus filhos que fazem o que podem para sobreviver, enquanto os ricos e poderosos formam novas alianças na infindável guerra do seu universo. 

Quando tudo parece encaminhado ou num sentido que o leitor pode esperar, acontecem sempre umas surpresas e novos acontecimentos inesperados, o que torna a história ainda mais interessante e continua a manter os leitores na expectativa. Porém, confessamos que tantas reviravoltas fazem com que por vezes a história se torne um pouco confusa. No entanto isso não nos inibe de continuarmos a seguir esta SAGA, com desenhos fantasiosos e mundos estranhos. Por tudo isto SAGA é uma série a não perder! 

Este volume 11 reúne as revistas dos números #61-66 de Saga.






terça-feira, 27 de agosto de 2024

Últimos dias para irem ver a exposição do Ciclo Ilustraboom WC/BD - Duelos nas Toalhas de Mesa

 


Esta é a última semana para verem a exposição deste mês do Ciclo Ilustraboom WC/BD. Desta vez temos um "Duelos nas Toalhas de Mesa", uma exposição de Henrique Vogado e Pedro Loureiro e não se trata de Banda Desenhada, mas sim de ilustrações.

Dois amigos que se encontram no "The Fam Kitchen", restaurante na rua de São José, em Lisboa, para falarem sobre desenho, filmes, livros e a Vida. 

Após a refeição, sobre uma toalha de papel, libertam o traço e desenham-se, frente a frente, conforme a disposição, um tema ou uma homenagem a um sketcher amigo.

Depois do café, trocam-se galhardetes e há risos com os resultados.

Para conhecerem melhor os desenhos dos dois podem segui-los no Instagram: vogadosketx e pedromacloureiro.

Mas o melhor mesmo é irem até 31 de Agosto, entre as 13h e as 19h, ver esta exposição.