Depois de termos lido os seis volumes do Árabe do Futuro, estávamos ansiosos por ler o outro lado da historia, neste caso a história do irmão mais novo do autor, Riad Sattouf, Fadi, que foi raptado pelo pai, tendo ido viver para a Síria. Este primeiro volume de "Eu Fadi, O Irmão Raptado" leva-nos ao período de 1986 a 1994.
E o que dizer sobre esta primeira parte do outro lado da história? Bom, para já Sattouf continua a conseguir de forma exímia, contar-nos a saga da sua família. A realização desta obra parte de entrevistas que Riad realizou ao seu irmão entre 2011 e 2012 e desta vez, o narrador é o próprio irmão Fadi.
Através do seu desenho, embora seja mais caricatural do que realista, o autor transmite muito bem as emoções de todas as personagens, que vão da cólera ao desespero, da tristeza ao entusiasmo. Sendo uma história nada leve, e neste primeiro volume é duro ver o sofrimento pelo qual o irmão passou, Riad Sattouf consegue ainda assim dar um toque de humor a situações mais bizarras.
Fadi foi afastado da mãe, dos irmãos e dos avós maternos, levado de França pelo pai, com destino à Síria, terra Natal paterna. Teve que lidar com o desgosto de se ver longe da família ao mesmo tempo que teve de lidar com diferentes costumes, uma língua que não falava e aprender a conviver com um pai que mal conhecia. E tinha pouco mais de dois anos.
Estamos perante uma história incrível, que resulta de um enorme choque de culturas, que nos confronta com outras realidades e que nos comove profundamente. Ainda que hoje, por termos lido todos os seis livros do Árabe do Futuro, saibamos o desfecho da história, queremos continuar a ler a versão de Fadi. Que venha o próximo!
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