Thorgal Saga 4 - De givre et de feu
As aventuras de Thorgal fazem parte de um conjunto de Bandas Desenhadas que me marcaram quando os gostos de leitura se desenvolviam. E Rosinsky claro que marcou a exigência estética na apreciação da Banda Desenhada. E é por isso que, apesar de a série continuar e continuar e continuar, muitas vezes desiludindo, vou mantendo uma atenção à adição de capítulos novos à narrativa do nosso herói Viking (muito especial).
A série Thorgal Saga constituiu, não haja dúvida, desde a sua criação em 2023, uma lufada de ar fresco na “narrativa Thorgal”. O desafio da editora era claro: que artistas apreciadores da série pudessem, num one shot, acrescentar um episódio que permita contribuir com a sua leitura para a “vida” e “lenda de Thorgal” e que seja consistente com os episódios anteriores. O tomo 1 (Adieu Aaricia) foi desenvolvido com bastante sucesso e qualidade por Robin Recht. O Tomo 2 (Wendingo) estava uns furos abaixo, mas era interessante e foi desenvolvido pelo dua Fred Duval + Corentin Rouge. O Tomo 3 (Shaïgan), muito interessante no desenho, mas mais desafiador no argumento foi criado pelo duo Yann e Roman Surzhenko. Este tomo 4 (De givre et de feu) tem dois argumentistas: Olivier Legrand e Jean Blaise Djian e tem desenho (para minha surpresa) de David Etien (chegou a participar em episódios da série publicada cá entre nós de Ideiafix).
Gostei deste tomo 4, talvez quase tanto quanto o primeiro. Argumento clássico, abordagem linear, interessante, sem grandes surpresas, e sem grandes “disparates”. Desenho um pouco diferente do original, mas de grande qualidade, páginas excecionais, com muito detalhe e animais brancos em grande quantidade. David Etien mostra aqui a sua versatilidade, porque quanto à capacidade de composição de página já nada tinha a provar.
Esta é uma aventura em família, num ambiente gelado, com uma imagem simples de contraste entre fogo e gelo, para representar a diferença de caráter entre duas personagens. Thorgal e Ottar enfrentam os elementos para reencontrar Aaricia e as crianças, mas acabam por ser arrastados, por intervenção divina, para um reino do gelo onde se situa a chama que protege Midgard do inverno eterno. A rainha do gelo e a sua filha Vakva, ambas dotadas de capacidades mágicas, tentam convencer Thorgal a apoiar os seus objetivos. A partir daí a aventura tem várias peripécias que permitem a Thorgal mostrar as suas capacidades de aventureiro e combatente, a sua inteligência, e a sua postura ética.
92 páginas interessantes, dinâmicas, uma excelente aventura, várias referências à série original, mas de leitura agradável mesmo para quem não domina todos os contornos da série. Edição Le Lombard e recordamos que o primeiro volume desta saga está editado em Portugal pela editora A Seita.
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