"Sozinho em casa, na noite do seu aniversário, Samuel está pensativo. Ele liga para o único número que sabe de cor: o da sua casa de infância. Para sua surpresa, alguém atende. Alguém que o fará perceber que é hora de assumir o controlo da sua vida..."
Esta é a curta sinopse do livro "Alguém com quem falar", de Grégory Panaccione (segundo o romance de Cyril Massarotto), editado pela ASA e disponível nas livrarias desde 22 de Abril.
Se é possível que alguém se apaixone por um livro, então deste lado assumimos a nossa paixão por "Alguém com quem falar". Já havíamos gostado muito de "Um Oceano de Amor", que conta com desenhos de Panaccione, mas com argumento de Wilfrid Lupano. Mas esta obra a solo do artista italiano, excedeu as nossas expectativas e encheu-nos as medidas.
Não vamos aqui contar muito sobre a história, para não ser desmancha prazeres, mas acreditem que esta é uma leitura obrigatória. Apenas vamos adiantar que a obra centra-se na vida de Samuel, um homem solitário, com muito baixa auto-estima, desencatado com a vida, com o trabalho e que a partir do seu dia de aniversário, que festeja sozinho, vai tomar consciência de que os sonhos que tinha quando era criança, nunca se concretizaram. Estamos perante uma crise existencial e assistimos ao seu percurso de tentar dar a volta por cima, na sua vida. Falhanços, frustrações, angústias, paixão, recordações, amizade, tudo faz parte da história que se revela de enorme intensidade emocional. Apesar do tema não ser leve, antes pelo contrário, a expressividade do desenho de Panaccione, em especial das personagens, e o sentido de humor sempre presente, conseguem criar uma fluidez e uma leveza na leitura, que sem darmos por isso, chega ao fim. Apesar de termos lido o livro num ápice, a sua leitura foi um enorme prazer e de tal forma que agora aguardamos por mais livros deste género de Panaccione.
Quando um livro nos faz rir e chorar, reflectir e viajar, é porque estamos, perdoem a expressão, perante um livro do caraças! É tão bom, é tão francamente bom, que não tarda muito estaremos a lê-lo novamente só para matar saudades. Há livros que lemos e rapidamente nos esquecemos dele, mas este... vai ficar para sempre.
100% de acordo....
ResponderEliminarÉ mesmo bom!
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