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terça-feira, 27 de maio de 2025

A nossa leitura de "Un père", de JeanLouis Tripp - edição Casterman


Quase na mesma altura que saiu em Portugal "O meu irmão", editado pela Ala dos Livros, saiu em França, pela Casterman, "Un père", mais uma obra prima de JeanLouis Tripp, novamente uma novela gráfica autobiográfica. 

Tivemos o privilégio de a ler antes mesmo de sair em França e a experiência foi, tal como o livro anterior, extremamente emotiva. O autor começou a escrever esta obra, quando a sua meia-irmã, ao ler "Le petit frère" (O meu irmão, versão portuguesa), ter ficado impressionada com a forma como o autor conseguiu desenhar o olhar triste do seu pai e lhe confessou nunca ter visto o seu pai de outra forma. E então JeanLouis Tripp pôs mãos à obra e mergulhou profundamente na relação complexa que teve com o pai e com isso recuou no tempo.

A história começa na infância de Tripp, quando ele ainda não tinha irmãos e sendo filho único, tinha o amor exclusivo do seu pai e uma excelente relação com ele. Depois nasceram os seus irmãos e a fase de ouro terminou, também porque a relação dos seus pais se tornou muito conflituosa, acabando por se separar uns anos mais tarde.

O clima de tensão vivido em casa veio aumentar muito o desejo de independência que sempre teve e por isso, foi cedo que JeanLouis Tripp saiu de casa. Essa distância, a separação dos pais e as questões de diferenças entre gerações ditou uma distância cada vez maior e o fosso enorme que se cavou na relação paterna.

É uma novela gráfica muito introspectiva e muito comovente, que explora temas como a infância, a família, os conflitos e a reconciliação, mas, acima de tudo, do profundo amor que nunca deixou de existir entre o pai e o filho mais velho.

Tal como em "Le petit frère", esta obra caracteriza-se pelo estilo de desenho muito expressivo, onde podemos sentir todas as emoções de cada uma das personagens. Como parte integrante do estilo visual de Tripp, aqui ele tem variações na paleta de cores para dar destaque a certos pormenores ou para acentuar mudanças emocionais ou situações críticas.

Um livro que novamente mexeu com as nossas emoções, profundamente comovente e em alguns casos também divertido, que para além de nos dar a conhecer melhor a vida do autor, também nos faz reflectir sobre as nossas relações familiares.




Conclusão

"Un père" é uma obra sensível e poderosa que oferece uma visão honesta e tocante sobre a relação entre pai e filho. Jean-Louis Tripp convida o leitor a uma jornada de introspecção, explorando as complexidades dos laços familiares e a busca por compreensão e reconciliação. Para aqueles interessados em narrativas autobiográficas e na exploração das emoções humanas através da arte gráfica, "Un père" é uma leitura essencial.



sábado, 17 de maio de 2025

Novidade: Finalmente chega a tão esperada versão portuguesa da obra prima de JeanLouis Tripp - O meu irmão


É seguramente dos livros mais desejados do ano para fãs de banda desenhada e não é para menos. Lemos, há dois anos, a versão francesa de "Le petit frère", de JeanLouis Tripp e podemos já relembrar que a história (verídica) é avassaladora do ponto de vista emocional. A Ala dos Livros lança agora a versão portuguesa, com o título "O meu irmão" e avisamos já que é preciso fazer esta leitura com lenços de papel a acompanhar. Só a título de curiosidade, terminámos esta semana a leitura do novo livro do mesmo autor, "Un père", que vem um pouco no seguimento deste que aqui falamos. São duas verdadeiras obras primas que não devem perder.

Mas vamos então à sinopse do livro "O meu irmão":

«Não se morre a meio das férias de Verão, quando se tem onze anos e meio.»

A 5 de agosto de 1976, na Bretanha, durante uma viagem nas férias de Verão da família, um condutor atropelou o irmão mais novo de JeanLouis Tripp e fugiu. Gilles não tinha ainda doze anos e não sobreviveria ao acidente. O autor volta atrás no tempo, desde aquele instante em que a sua vida e a dos seus familiares mudou completamente. Ao reconstituir as suas memórias, explora as emoções pessoais provocadas por este drama comovente e testemunha, através desta sua odisseia, a dor e a sua busca por apaziguamento.

A edição portuguesa, agora publicada pela Ala dos Livros, inclui um caderno adicional com o relato do autor, na primeira pessoa, das suas memórias do trágico episódio e do processo de realização de um livro comovente e impressionante que consegue marcar e tocar o leitor.