segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

A nossa leitura de Corto Maltese - Oceano Negro - Arte de Autor


A nossa leitura e opinião deste "novo" Corto Maltese - Oceano Negro (edição da Arte de Autor) já tinha sido feita a partir da versão francesa da Casterman (ver imagem no final) e escrita pelo nosso colaborador Miguel Cruz na sua crónica do JUVEBÊDÊ 85 - Outubro 2021 em papel.

Aqui fica ela.

Um Corto Maltese, sem o seu boné, mais jovem e na nossa época? Que atrevimento, duplo, aliás, pois temos direito a ver uma parcela do seu corpo nú. Desnecessário dirão alguns. Iconoclastas, clamarão outros, dirigindo-se aos autores de “Océan Noir”, a nova aventura (tipo Corto Maltese visto por…) criada por Martin Quenehen e Bastien Vivés (publicado em Portugal na coleção Gráfica com “Uma Irmã” e “Polina”). Acabadinho de sair, li este álbum uma vez e meia. A primeira (meia) vez, levou-me a recomeçar, após aplicar a habitual expressão de “masquequeisto”. Estranhei. Estranhei a ousadia e o desenho, que é mais contraste de sombras do que propriamente a preto e branco. E foi essa ousadia que achei excecional. Para quem, recentemente, tem olhado para as “continuações” de séries por novos autores com a escala de “bah” para baixo, usando uma onamotopeia simples (que para leitores de Achille Talon facilmente pode ser substituído por um belo “Bof”) achei muito refrescante a abordagem. De Bastien Vivès já tinha gostado muito de “le Chemisier”, mas aqui temos uma verdadeira surpresa, que vale a leitura apesar de não ser excecional. No entanto, será importante deixar o aviso: Se o que o leitor procura é reencontrar o Corto Maltese de Hugo Pratt, mantenham-se com Guarnido e Canales (acima da escala de bah, para contrabalançar, por exemplo, o último Blake et Mortimer). O lirismo, uma certa filosofia de encarar a vida, a atração pelo sexo feminino estão por lá. Mas não é o tradicional Corto Maltese.











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