terça-feira, 18 de janeiro de 2022

A nossa leitura do livro "O Relatório de Brodeck"


As expectativas estavam altas, mesmo muito altas. Lemos várias críticas e ouvimos falar desta obra ímpar de Manu Larcenet, editada pela Ala dos Livros. Estávamos ansiosos para ler, mas esperámos pelo momento certo, sentindo que não era um livro para se ler a correr. Aconteceu agora no início do ano, num espaço de tempo mais sossegado para nos dedicarmos à leitura.

Passaram-se alguns dias e só agora conseguimos escrever umas linhas sobre "O Relatório de Brodeck". Começamos por fazer nossas as palavras que se encontram na comunicação da editora:

"Há livros que não se descrevem. Não se explicam. Há livros que são como um murro no estômago. Há livros que têm de ser lidos…"

E isto traduz bem o sentir de quem lê este livro. Um verdadeiro murro no estômago. Uma história pesada, violenta, difícil de digerir, que deixa a nu até onde pode ir a crueldade do ser humano. Que nos mostra as piores facetas da Humanidade. Que põe o dedo na ferida e nos toca de uma forma tão profunda, que nos deixa marca. E como é que um livro assim consegue em simultâneo ser de uma beleza surpreendente? A par da história, desenhos absolutamente fantásticos, a preto e branco, conseguem acompanhar de forma exímia, cada momento, o suspense, o avanço lento na história.

Este é sem dúvida um livro de referência, daqueles que nos vamos recordar sempre. Recomendamos a sua leitura, mesmo a quem não é especialmente adepto da nona arte. Se fosse um filme, seria um sério candidato aos óscares de melhor actor, melhor filme, melhor realização, melhor fotografia, entre outros.

"O Relatório de Brodeck" é a adaptação para Banda Desenhada, assinada por Manu Larcenet, da obra prima homónima de Philippe Claudel, vencedora de vários prémios e considerada pela crítica como uma "obra-prima" moderna".

Relata a história de um homem, também ele estrangeiro, a quem é pedida a tarefa de elaborar um relatório sobre um acontecimento terrível na sua aldeia.










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