sexta-feira, 21 de junho de 2024

A nossa leitura de "A Estrada", de Manu Larcenet - edição Ala dos Livros



Já andávamos para publicar a crítica deste álbum há bastante tempo. Mas se foi um livro difícil de digerir, também não é fácil escrever sobre ele. Não entendam mal, A Estrada é um álbum extraordinário, mas é duro, mesmo duro, daqueles livros em que no final da leitura parece que levámos um murro no estômago. 

Manu Larcenet é um prodígio do desenho. Já havíamos comprovado na adaptação de "O Relatório de Brodeck" e agora, mais uma vez com esta adaptação de "A Estrada", de Cormac McCarthy. Larcenet também é de uma versatilidade extraordinária, pois quem lê qualquer um destes livros e quem lê um dos álbuns de "O Combate Quotidiano", diria que foram desenhados por pessoas diferentes. 

Mas vamos centrar-nos em "A Estrada", mais uma adaptação concretizada de forma extraordinária e impressionante. A história é passada num cenário pós-apocalíptico e os protagonistas são um pai e um filho, sobreviventes num mundo devastado, coberto de cinzas e cadáveres. Ambos caminham numa estrada com um carrinho de compras carregado de diversos objectos que vão encontrando pelo caminho, que constituem os seus únicos pertences. São diversos os perigos que têm de enfrentar, o frio extremo, a fome, os assaltantes e os canibais selvagens que aterrorizam o que resta da humanidade. O objectivo é chegarem às costas do Sul, onde poderão encontrar um clima melhor e até lá encontrarem alimentos. Porém, os desafios e as dificuldades são muitas, numa viagem e numa luta pela sobrevivência em que só podem confiar um no outro.

Repetimos que a história é impressionante e o mesmo acontece com os desenhos de Manu Larcenet, que traduzem toda a expressividade do sofrimento das personagens e da devastação dos cenários envolventes.

No Coimbra BD, quando falávamos de outra edição da Ala dos Livros, "O Mundo sem Fim", dissemos que se após a leitura deste último não formos impulsionados a agir em prol do nosso planeta, então deveríamos ler A Estrada para ver como tudo pode ficar. Dois livros que dão muito em que pensar e duas grandes apostas da editora.







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