domingo, 5 de outubro de 2025

Novidade: O sétimo volume de Tokyo Revengers chega na próxima semana! - edição Distrito Manga


Na próxima segunda-feira chega ao mercado o sétimo volume de Tokyo Revengers, edição da Distrito Manga e da autoria de Ken Wakui. Neste episódio acontece a luta definitiva que promete alterar para sempre os destinos dos membros do Toman!

A batalha Toman vs. Valhalla começa, naquele que será o «Halloween Sangrento»! Os principais membros de ambos os gangues entram em combate repentinamente – Mikey x Kazutora, Draken x Hanma! No presente, Takemichi descobre uma verdade chocante: Mikey mata Kazutora nesta luta.

Mas será que desta vez Takemichi conseguirá mudar o passado?!





BDs da estante - 654: Wolverine - Netsuke, de George Pratt - Edição DEVIR

 


Da autoria do Americano George Pratt, vencedor do Prémio Eisner para Melhor Artista de 2003, devido ao trabalho de pintura nesta mini-série. A história decorre quando Logan, o mutante das garras de Adamantium, vai visitar a sepultura da sua esposa Mariko, onde é confrontado com uma estranha presença, uma sobrenatural bruxa das neves e onde encontra uma série de "netsukes", que tem o poder de o transportar para um mundo diferente e outra época. Este livro contém os números 1 a 4 desta série e a edição é da Devir (2003).

sábado, 4 de outubro de 2025

A opinião de Miguel Cruz sobre "Contrapaso - Tome 2: Pour adultes avec réserves", de Teresa Valero

 


Contrapaso - Tome 2: Pour adultes avec réserves

Aqui há alguns anos, não muitos, na Comic Con, esteve presente Teresa Valero, muito simpática, mas creio que sem qualquer livro publicado em português, ao contrário do que se passava com o seu companheiro Juan Díaz Canalès (Blacksad, Corto Maltese, Como viaja a Água – e brevemente Weekly, mas isso é outra conversa). Havia pessoas portadoras de edições em castelhano, sendo que já na altura tinha sido publicada em França a primeira parte de Contrapaso. Não sei se este título é meramente relacionado com a dança, como referência à movimentação oposta dos personagens centrais ou se, numa versão Divina Comédia, é uma referência à punição divina para os pecados. Qualquer das duas versões seria adequada!

Publicado em 2021 pela Dupuis, o primeiro tomo de Contrapaso acompanha um inquérito perigoso durante a ditadura de Franco, e um forte combate entre o entendimento sobre a liberdade de expressão e o papel do jornalismo, entre León Lenoir, jovem repórter e Émilio Sanz, veterano jornalista. Um excelente, mas duro álbum, retrato de uma época, ilustração dos abusos de uma classe dirigente, chamada de atenção para as consequências de restrições à liberdade de imprensa. Os desenhos, num estilo realista, são excelentes, a reconstrução da época é cuidada, e a narrativa é muito bem construída, os diálogos inteligentes. Uma história para adultos, e mesmo assim durinha.

Para adultos, com reservas, é o título do tomo 2, acabado de publicar, quase 4 anos depois do primeiro, novamente editado pela Dupuis e com cerca de 175 páginas, um pouco mais que o primeiro.

Gostei bastante da leitura, prendeu-me a atenção. Os desenhos são excelentes, perspetivas cinematográficas para um novo “inquérito” relacionado com o cinema. A narrativa continua escorreita, os diálogos acutilantes, a caracterização das personagens Sanz, experiente, amargo, desiludido, muito inteligente e León, fogoso, explosivo, perturbador e idealista, é muito boa. Ambos corajosos à sua maneira, curiosamente.

O tema base continua a ser a censura, no período da ditadura franquista, desta vez no cinema. Um morto numa sala de cinema, que se vem a descobrir tratar-se da 17ª morte com os elementos caracterizadores da atividade de um assassino em série investigado há anos por Emílio Sanz, é o ponto de partida para perigos, investigação escondida, sensibilidades políticas, repressão e crítica social.

Anunciado como uma trilogia, Contrapaso conta agora com dois tomos de peso e de qualidade, retrato cuidado de uma época, cardápio de opções e consequências de lidar com uma teia podre de cumplicidades de suporte a um regime ditatorial. Uma boa leitura, uma excelente obra, de consumo recomendado, mas com a nota de que “vem sem açúcar”.






Aniversário Oficial: Parabéns Snoopy! O célebre beagle de Charlie Brown celebra hoje 75 anos!


Os 75 anos dos Peanuts assinalaram-se anteontem, 2 de Outubro, mas foi a 4 de Outubro de 1950, que o Snoopy fez a sua primeira aparição, por isso hoje é o dia dele!

Por esse motivo, a Iguana está a lançar "O Indispensável do Snoopy", um livro de quase 400 páginas dedicado ao beagle que se tornou o mais famoso dos Peanuts.

Snoopy, o beagle mais sonhador, irreverente e adorável da história da banda desenhada, conquistou gerações com a sua imaginação transbordante e o seu charme inigualável.

Criadas pelo mestre Charles M. Schulz, estas vinhetas misturam humor, ternura e um subtil olhar crítico sobre a condição humana — tudo visto a partir da perspectiva única de um cão que vive no seu próprio mundo (e ainda bem!).

Para fãs do Snoopy como nós, recomendamos também mais duas leituras: "Volta, Snoopy!", da mesma editora e Snoopy Cowabunga, da Nuvem de Letras.




sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Amanhã, em Braga! Lançamento do livro "Amável - O Pugilista Gentil, de Ozzy


Para quem está mais a norte, aqui fica uma sugestão para o final de tarde de amanhã, 4 de Outubro. Pelas 18h30, na livraria Centésima Página, decorre o lançamento do álbum de estreia de Ozzy, Amável - O Pugilista Gentil. Esta obra de estreia do português Ozzy, editada pela Iguana, será apresentada pela Filipa Beleza, ilustradora e autora de banda desenhada.

A nossa leitura de A Vida Secreta das Árvores, adaptada de Peter Wohlleben, por Fred Bernard e Benjamin Flao - edição Bertrand


A Vida Secreta das Árvores é um livro que não nos sai da cabeça. Foi uma das leituras deste Verão (publicada em Julho pela Bertrand) e desde aí nunca mais olhámos para as árvores da mesma maneira. Esta é uma novela gráfica adaptada do original de Peter Wohlleben, por Fred Bernard e Benjamin Flao.

É uma obra de não-ficção, que junta o percurso pessoal do autor (engenheiro florestal) com constatações científicas e curiosidades sobre as árvores e a sua importância na nossa vida e na sobrevivência do planeta.

O conteúdo que nos é revelado, a nós que somos leigos na matéria, é absolutamente fascinante e surpreendente, de onde retiramos a questão mais importante de todas: as árvores comunicam entre si. Não são seres vivos isolados e estáticos. Vivem em comunidade, protegem-se mutuamente umas às outras, respondem e defendem-se de agressões ambientais e pragas de insectos, têm memória e sensibilidade. Ora, isto revelou-se espantoso aos nossos olhos e entendimento. E não pensem que isto são delírios do autor, são factos com provas científicas, com descobertas recentes. 

Lemos este livro na altura em que os incêndios em Portugal e noutros países europeus estavam no auge, e ficámos com a certeza de que este livro devia ser lido por todas as pessoas, pois é urgente que todos entendam este mundo da floresta, desconhecido para a maioria. Talvez se conhecessem as coisas fossem diferentes. É um pouco naif este desabafo, mas cabe-nos a nós espalhar a mensagem e aqui estamos a fazer a nossa parte, recomendando a leitura deste livro que pode ajudar a mudar mentalidades.

É certo que o livro tem muita informação a reter, muitos dados científicos, o que nos levou a uma leitura mais lenta, mas igualmente interessada. Ainda para mais o desenho e as páginas são muito bonitas e dinâmicas, num tom acessível e por vezes humorístico, sem deixar de tratar os assuntos com seriedade. Gostámos também do pormenor do livro estar dividido pelas estações do ano o que acentua as mudanças da coloração das árvores. A Vida Secreta das Árvores leva-nos a compreender melhor a natureza e aumenta a nossa consciência ecológica.

Por tudo isto aconselhamos que não percam A Vida Secreta das Árvores!







quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Este domingo o Juvebêdê fará uma apresentação no Fórum Fantástico

 


Este ano o Fórum Fantástico assinada os seus 20 anos. O evento decorre já a partir de amanhã e até domingo.

O Juvebêdê tem o prazer de estar presente e no domingo, 5 de Outubro, pelas 14h30, fará uma apresentação do seu especial n.º 100, que contou com a presença de muitos autores nacionais e internacionais, com capa de Luís Louro. Apareçam!

Entretanto no evento estarão também presentes outros nomes ligados à banda desenhada, como o João Miguel Lameiras, Filipe Duarte, Fábio Powers, Marco Fraga da Silva, Daniel da Silva Lopes, Miguel Jorge, Pedro Nascimento, Carlos Silva, Filipe Abranches, entre outros.

O evento decorre de 3 a 5 de Outubro, na Biblioteca Orlando Ribeiro, em Lisboa. 

Hoje celebramos os 75 maravilhosos anos dos Peanuts e não só!



A 2 de Outubro de 1950 foi publicada a primeira tira dos Peanuts, pelas mãos do seu genial criador Charles M. Schulz. 

Deste lado somos absolutamente fãs de Charlie Brown, Snoopy e todas as restantes personagens e é com sentimentos mistos de absoluta felicidade e orgulho que vos contamos que este ano a equipa do Juvebêdê é comissária da exposição comemorativa dos Peanuts que irá estar presente no Festival Amadora BD de 23 de outubro a 2 de novembro. 

A exposição intitula-se "PEANUTS: 75 anos a fazer amigos e a conquistar gerações" e este é o seu texto de apresentação:

Foi a 2 de outubro de 1950, que os Peanuts, criados por Charles M. Schulz fizeram a sua estreia, em simultâneo, em sete jornais dos Estados Unidos. Desde esse dia e até hoje, as personagens dos Peanuts atravessaram fronteiras e conquistaram fãs em todo o mundo. De uma forma divertida e ternurenta, personagens como Charlie Brown ou Snoopy ensinaram-nos muito sobre o valor da amizade, a capacidade de superar dificuldades e a importância de ajudar os outros. Celebramos nesta exposição os 75 anos de um grupo de eternas crianças (e do cão Snoopy, claro) com pensamentos adultos e reflexões intemporais.

Em breve daremos mais novidades!

Por agora partilhamos esta frase de Umberto Eco que diz tudo: «A poesia dos Peanuts resulta do facto de encontrarmos nas suas personagens infantis todos os problemas e sofrimentos dos adultos, que só são verbalizados pela boca das crianças após passarem pelo filtro da inocência.»

 


A opinião de Miguel Cruz sobre "Zheng Shi - vol 1: O Rio das Pérolas", de Jean Yves Delitte - edição Arte de Autor



Apesar de em Maio deste ano Miguel Cruz já ter escrito sobre este livro, aqui fica de novo a sua opinião, agora para a edição em português editada pela Arte de Autor.

Zheng Shi - vol 1: O Rio das Pérolas

Estava aqui a pensar sobre se costumo começar muitas vezes estes comentários pela referência ao autor. Não muitas, creio. Mas neste caso tenho de começar pelo nome de Jean-Yves Delitte, autor de muitos e muitos tomos de Banda Desenhada, pintor oficial da marinha belga, referência em páginas e páginas de navios, mar e combates navais. Em Portugal, a Gradiva já publicou “As Grandes Batalhas Navais”, a Asa “Black Crow” e “U-Boot”, e agora é a vez da Arte de Autor. A sua qualidade de desenho realista, detalhado, exigente nas cenas marítimas constitui a base do seu sucesso.

Curiosamente, lembro-me bem da primeira BD que li desenhado por Jean Yves Delitte, publicada há mais de 25 anos, chamada “Mort d’un Ministre” (série “Les Coulisses du Pouvoir”), em que a narrativa era toda passada em terra! Uma bela série, é verdade, mas não é para falar dela que “aqui estou”, mas sim para falar da recém-publicada BD sobre a mulher pirata de uma parte do Mar da China, de nome Zheng Shi, e cuja face se encontra na capa deste tomo 1 das suas aventuras.

Prevista para dois tomos, esta narrativa que se pretende (razoavelmente) real, relata as aventuras de uma mulher que terá comandado mais de 40 mil piratas e frotas de pequenos navios que aterrorizaram o Rio das Pérolas, com mais de 2200 km, e o seu delta com o mesmo nome nos inícios do século XIX, e que terá oferecido “proteção” a diversos armadores e comerciantes, transformando a sua atividade num negócio rentável.

Quanto ao desenho, ele é característico, as faces são semelhantes, as cenas de ação são elegantes, os navios são notáveis. O autor gosta, claramente, das cenas marítimas, e elas são o centro das atenções, às vezes obrigando a uma concisão na restante narrativa que por vezes é muito notória. Mais páginas do que as 46 desta BD seriam um bom contributo para a fluidez narrativa. Uma mulher pirata permitiria uma profundidade interessante na abordagem às personagens. Falta um outro tomo, é verdade, vamos ver como evolui, e provavelmente a leitura das 92 páginas eliminará esta vontade de saber mais, de avançar e conhecer desenlaces. Para os apreciadores de ação, pirataria e combates navais, não poderia haver melhor, desenho e cor são fascinantes, as cenas em página dupla são excelentes!





quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Novidade DEVIR: a série Astra - Lost in Space continua agora com o volume 4

 


Esta é outra das novidades da Devir e que aqui destacamos individualmente, Astra - Lost in Space - volume 4. 

Uma das boas premissas da DEVIR e apesar das muitas séries editadas, é a publicação contínua dos vários volumes das séries. É o caso de Astra - Lost in Space, da autoria e Kenta Shinohara e que vê agora editado o quarto volume e que está já está disponível nas livrarias e locais habituais a partir de 30 de Setembro.

A história

Será que nove adolescentes perdidos no espaço a mais de 5000 anos-luz vão conseguir voltar para casa sozinhos?

Depois do acidente no Planeta Icriss a tripulação da Astra parece ter perdido as esperanças de voltar para casa. A situação altera-se quando eles encontram uma outra nave Astra, aparentemente abandonada nesse planeta.

Será esta nova Astra a salvação da equipa B-5 desta situação desesperante?




Novidade: Arte de Autor lança o primeiro volume de Islander, no Amadora BD

 


Já falada aqui em 19/2/2025 no Juvebêdê pelo Miguel Cruz, (VER aqui https://juvebede.blogspot.com/2025/02/a-opiniao-de-miguel-cruz-sobre-revoir.html ) a série Islander, de Caryl Ferey e Corentin Rouge, vai começar a ser publicada em Portugal pela Arte de Autor. O primeiro volume chegará para o Festival Amadora BD e tem como título, "O Exílio".

A sinopse:

O continente europeu é vítima de múltiplas catástrofes e refugiados de todos os países reúnem-se no porto de Le Havre, local de trânsito para uma hipotética salvação. A Islândia ainda é poupada, mas por quanto tempo? Liam, que já perdeu tudo, tentará a sorte roubando o passaporte de um migrante, sem saber que a Islândia também está dilacerada. Mergulhado no caos do mundo, Liam descobrirá que tomou o lugar duma mulher envolvida num projecto misterioso, “Islander”.

Depois de Sangoma, a dupla explosiva formada por Caryl Férey e Corentin Rouge (conhecido entre nós pela série RIO) está de volta com uma trilogia de alta tensão. Uma história de antecipação mais realista do que nunca, que nos leva a terras congeladas onde coexistem esperança, consciência política e dramas íntimos. Os autores invertem a ordem do mundo tal como o conhecemos hoje, num primeiro volume que é tão impressionante quanto premonitório.





terça-feira, 30 de setembro de 2025

Entrevista com Pierre-henry Gomont, autor de Slava - parte 2



Tivemos o prazer de entrevistar Pierre-Henry Gomont, no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, a 31 de maio deste ano, quando o autor esteve por ocasião do lançamento do primeiro volume da sua obra “Slava”, editada pela ASA. Ao autor e ao editor Luís Saraiva, agradecemos por esta agradável conversa que aqui transcrevemos.

Publicamos aqui hoje a segunda parte da entrevista.

JBD – O humor é importante na construção das tuas histórias, mesmo que estas sejam duras? Achas que é mais fácil, através do humor, fazer as pessoas compreender temas mais sérios?

PHG – O público começa a perceber melhor como são os russos e a distanciá-los dos seus governantes. Mas sim, o humor é um ponto de partida do meu livro. Porque os russos também precisam de humor. Não choram o tempo todo, nem são duros o tempo todo. Precisam do riso para equilibrar a sua montanha-russa de emoções. Precisam de chorar muito e de rir muito. Foi um ponto assente no meu livro, ter as duas componentes. Não para atenuar a tristeza, mas para ter o efeito contrário. O que é triste, com o riso, tornar-se ainda mais triste. Aqui ainda não leram ainda o final da história (Slava tem três volumes), mas não termina bem. Então o que eu pretendo com o humor nesta obra é que, quando rimos, sintam a tristeza de uma forma mais forte.

JBD – O terceiro volume de Slava já saiu. E agora? Já te encontras a trabalhar noutro projecto?

PHG – Sim, estou a trabalhar numa coisa completamente diferente. Uma vez mais a sociologia a trabalhar para mim. Desta vez interessei-me pelo tema dos cavalos que são criados para participarem nas corridas de Palio, que acontecem em Siena, Itália. Todo o universo que envolve as pessoas que participam nestas Palio di Siena, este mundo social, interessou-me. Isto aconteceu porque o meu irmão é cavaleiro, foi cavaleiro profissional, tem cavalos, é esse o seu mundo. Não é o meu, mas fascina-me.

JBD – O mergulho neste universo, para este novo projecto é uma forma de conheceres melhor o mundo do teu irmão?

PHG – Exactamente. E mais ainda. O tema subjacente a esta história tem a ver com a família. Portanto este meu projecto tem um duplo tema.

JBD – Mas é ficção ou tem alguma coisa de verdade?

PHG – Bem, o livro é de ficção, embora tudo seja verdadeiro. Ou seja, a base é verdadeira, mas o que eu ofereço aos leitores é uma história ficcional.

JBD – Voltando ao princípio, como é que uma única pessoa consegue reunir tantas capacidades? Autor de banda desenhada, economista, sociólogo… O teu dia tem 24 horas como o das pessoas normais?

PHG – (risos), a verdade é que a única coisa que faço a 100% é a banda desenhada. Sempre desenhei ao mesmo tempo que desenvolvia outras actividades e acho que os meus estudos foram uma espécie de preparação para os meus trabalhos de banda desenhada. Quando exercia outras profissões sentia-me frustrado por não poder estar o tempo todo a desenhar. Apenas desenhava à noite ou aos fins de semana. Mas agora que posso dedicar-me completamente à banda desenhada, desenho a toda a hora, o mais rápido possível e o melhor possível e espero que o meu trabalho seja apreciado pelos leitores. Porque esse é o melhor prémio que posso receber.

JBD – Obrigada por este momento e temos a certeza de que o público português é fã do teu trabalho.

PHG – Muito obrigado, assim espero, e que sejam cá publicados os restantes livros de Slava.


As cinco excelentes novidades da Arte de Autor até ao final do ano

São cinco as propostas editoriais da Arte de Autor até ao final de 2025 (fora as de co-edição com A Seita). Todas elas extraordinárias, algumas delas que estamos ansiosamente à espera.

Começamos pelo primeiro volume de Islander, de Caryl Ferrey e Corentin Rouge, uma série já aqui comentada pelo Miguel Cruz, classificada por ele como "intencionalmente perturbadora". Depois temos "Sou um anjo perdido - Um policial de Barcelona", de Jordi Lafebre, que faz aqui ressurgir a personagem Eva de "Sou o seu silêncio". Ambos os livros estarão disponíveis no Festival Amadora BD. Depois disso, em Novembro, chegará o quarto volume que encerra a excelente série O Castelo dos Animais" e o quarto volume de Bug, de Enki Bilal. Para fechar o ano e a tempo do Natal chegará em Dezembro, mais um livro baseado numa obra de Agatha Christie, neste caso do Hercule Poirot, Pudim de Natal.

Sobre cada uma delas falaremos com maior detalhe, e começamos amanhã com Islander.







segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Entrevista com Pierre-henry Gomont, autor de Slava - parte 1

Tivemos o prazer de entrevistar Pierre-Henry Gomont, no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, a 31 de maio deste ano, quando o autor esteve por ocasião do lançamento do primeiro volume da sua obra “Slava”, editada pela ASA. Ao autor e ao editor Luís Saraiva, agradecemos por esta agradável conversa que aqui transcrevemos.

Publicamos aqui hoje a primeira parte da entrevista e ainda esta semana publicaremos a segunda parte.





Juvebêdê (JBD) - O lançamento do primeiro volume de Slava, em França, aconteceu alguns meses depois do início da Guerra da Ucrânia. Foi uma coincidência?

Pierre-Henry Gomont (PHG) – Não, nada disso. Bem, todos sabíamos que a Guerra não estaria muito longe. A Rússia já tinha invadido a Crimeia e já tinha invadido a Geórgia e, portanto, não foi propriamente uma surpresa. No entanto, quando aconteceu, entrei completamente em stress e questionei-me se valia a pena continuar e concluir o projecto. A guerra foi declarada em fevereiro de 2022 e nessa altura eu já tinha concluído três quartos do livro e encontrava-me a trabalhar nele há 12 meses.

Mas depois compreendi que se calhar era bom que dar a conhecer mais alguma coisa sobre os russos. Em França a percepção que existe dos russos é muito negativa e compreendemos o porquê. Mas a meu ver, essa percepção tem a ver com os políticos e com os dirigentes.  Porque o povo russo não corresponde a essa imagem negativa. É muito diferente, muito díspar e heterogêneo. Portanto eu prefiro primeiro compreender as pessoas, do que julgá-las à priori. Assim, com este livro, é permitido ao leitor compreender um pouco mais este povo e colocar-se no lugar dos russos.

JBD – Permite conhecermos ou outro lado da história

PHG – Isso mesmo! Permite que sintamos empatia, porque há muitos russos que não estão de acordo com esta guerra. E quando eu me dei conta disto, ganhei um novo fôlego para concluir o livro.

JBD – És um homem de muitos ofícios. Sociólogo, economista… Estas duas vertentes permitem-te encontrar temas completamente diferentes para as tuas histórias? Temos “Afirma Pereira”, temos “Slava”, histórias distintas e que se passam em momentos distintos.

PHG – A Sociologia e a Economia agrupam muitos temas, porque as ciências políticas nunca estão muito longe umas das outras. A Sociologia é o meio de entrarmos num mundo que não conhecemos e de passarmos à descoberta.  E do ponto de vista económico, por exemplo, no que diz respeito ao Slava, se eu não tivesse estudado economia, não teria compreendido todos os mecanismos financeiros existentes e interessou-me muito saber como funcionava economicamente a compra das minas, que eram na verdade desmanteladas, revendidas e assim se tornavam numa forma de enriquecimento. Aconteceu em França na década de 1980, faz parte da história e da economia e tudo isso fez parte dos meus estudos.

E mais, quando viajo vou para a Geórgia, a minha maneira de questionar o mundo em que estou inserido vem da sociologia. Uma das minhas maiores referências para Slava é a obra de uma autora bielorussa, Svetlana Alexijevich. A forma como constrói os seus livros é muito interessante do ponto de vista sociológico. Ela coloca as histórias de diferentes pessoas em perspectiva. Num capítulo, é uma pessoa que conta sua história e aí dá o mote para outra pessoa que conta sua história, então a imagem que temos é uma espécie de mosaico como as diferentes visões. Essa leitura para mim foi muito importante, então a sociologia está sempre presente em tudo o faço.





Novidade DEVIR: série Dragon Ball com volume 4 já disponível nas livrarias


Como falámos recentemente, está a sair a um bom ritmo a série Dragon Ball, pois ainda em Julho tivemos editado o volume 3 - "A Perseguição do General Blue! e já está disponível o volume 4 - O 22.º Tenka’Ichi Budokai, todos eles com três volumes incluídos. 

Neste volume triplo podemos encontrar as seguintes histórias: O 22.º Tenka’Ichi Budokai; A superbatalha número um sob os céus!! e ainda O terror de Piccolo, o grande Rei dos demónios!

Está mítica série da autoria de Akira Toriyama (1955-2024) falecido o ano passado, continua a ter uma legião de fãs por todo o mundo e em boa hora a DEVIR a reeditou no mercado nacional.

A história

Son Goku cumpre o seu desejo ao recolher as sete Dragon Balls. Prometendo encontrar-se no próximo Tenka’ Ichi Budokai, ele parte numa viagem de treino.

Anos mais tarde, Goku reúne-se com Krillin e Muten Roshi no Torneio…




domingo, 28 de setembro de 2025

Novidade: Corpo de Cristo, da autora Bea Lema, que estará presente no Amadora BD

 


Corpo de Cristo, editada pela Iguana, é uma obra da autoria de Bea Lema, autora que estará presente na edição desta ano do Festival Amadora BD.

Uma obra um pouco fora da caixa e que prima pela originalidade, que já ganhou inúmeros prémios, como: Prémio Nacional del Cómic, Espanha; Prémio do Público no Festival d’Angoulême, França; Melhor Novela Gráfica Estrangeira na Comic-Con de Nápoles, Itália; Grande Prémio l’Héroïne Madame Figaro, França; Prémio Bédélys do Festival BD de Montréal para melhor obra estrangeira, Canadá e Prémio do Júri do Festival BD en Périgord, França.

A sinopse:

Quando Vera era criança, um demónio assombrava a sua casa e atormentava a sua mãe, fustigando-lhe os nervos até ela ficar de cama durante dias. Entre sessões de exorcismo e consultas com o psiquiatra, a superstição vai-se desvanecendo ano após ano para dar lugar ao diagnóstico. Mas apesar da doença e das excentricidades, o amor entre Vera e a mãe é mais forte do que qualquer outra coisa, capaz de sobreviver à passagem do tempo, às tormentas e ao estigma da sociedade.

Combinando desenhos delicados com bordados feitos à mão pela autora, Corpo de Cristo relata com uma ternura crua o tabu da doença mental e o papel de cuidador sempre imposto às mulheres. É também o retrato trágico e universal de uma mulher presa ao seu papel de filha, mãe e esposa numa sociedade patriarcal, pobre e católica.