Tínhamos dito que esta era uma obra de peso. E assim é em vários sentidos. Porque é uma edição integral contendo quatro volumes, o primeiro ciclo completo das Fábulas das Terras Perdidas, de Jean Dufaux (argumento) e Rosinski (desenho) - edição portuguesa da Arte de Autor. É de facto um grande livro e pesado! Porém, é também uma obra de peso pela qualidade do seu conteúdo, pois a série afirmou-se como uma referência na banda desenhada europeia, especificamente no género de fantasia.
Criada em 1993, a história é um clássico de fantasia que junta a magia das lendas celtas e neste caso o lado bom e o lado mau (negro) da magia. Não estamos perante uma história leve. O argumento é denso com personagens complicadas e a guerra entre o bem e o mal está presente de forma constante, assim como o mistério e o horror, a ambição e a violência, mas também o amor e algum humor.
Sioban é o nome do primeiro ciclo e também o nome do primeiro volume e a versão portuguesa do segundo ciclo será lançada em breve. Ao longo dos quatro volumes (Sioban, Blackmore, Dona Gerfaud e Kyle de Klanach) há uma pergunta sempre presente cuja resposta só obteremos no final: é o amor que está no coração do mal, ou é o mal que está no coração do amor?
Esta saga remete-nos para uma linha tipo "Guerra dos Tronos". A protagonista é Sioban, uma adolescente corajosa, princesa sem reino, que defronta um poderoso feiticeiro maquiavélico. Ela pertence ao clã Sudenne e, alguns anos depois da morte do seu pai, está determinada a reivindicar o seu lugar legítimo e em proteger o seu povo de forças obscuras e ameaçadoras. Porém, a sua coragem não se revela suficiente e vê-se envolvida no meio de traições e de segredos muito antigos, que a fazem descobrir muito mais sobre as suas origens, do que alguma vez imaginava e ser vítima de um feitiço que muda o rumo à história.
Perante um cenário tão negro e sinistro não vemos soluções à vista, mas algo vai acontecer para uma nova reviravolta. Porque mais uma vez o mal substima o poder do amor.
Um trabalho fantástico de Rosinski e Dufaux, um universo muito rico, que também se reflete ao nível visual, desde os cenários interiores, às paisagens, batalhas, armas e vestuário. Tudo isto contribui para uma leitura imersiva e quase compulsiva.
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