Se nunca leram nada da série "Sambre", têm agora oportunidade de ler as novas edições em álbuns duplos, publicados pela Arte de Autor. Neste momento já foi publicado um livro com os volumes I e II (de que agora vos vamos falar) e os volumes V e VI. E neste segundo semestre está a prevista a publicação do III e IV.
Ora, estávamos nós a iniciar a leitura, quando nos lembrámos de um mural que vimos nas ruas de Bruxelas, há nove anos, e que retrata o "Anjo de Sambre". Localiza-se em Rue des Chartreux 19, tem cerca de 22m2 e foi pintado em 1998. Fomos então ao baú das fotografias e cá está a imagem que captámos na altura.
Quanto ao livro, confessamos ter alguma dificuldade em enquadrar a história num género específico, dada a sua originalidade. Sambre tem muito sobre relações humanas, mas muito de fantasia, tem tanto de sombrio como de romântico, fala-nos de ódio, mas também nos fala de amor. Vamos focar-nos no amor, que neste caso é um amor impossível e algo doentio, entre o jovem Bernard Sambre e Julie e que nos remete quase para um Romeu e uma Julieta.
Julie tem os olhos vermelhos, facto que logo à partida é faria com que Bernard se afastasse a léguas. Porém, é precisamente o contrário que acontece e a paixão incendeia os jovens.
Recomendamos a leitura desta série, uma obra-prima de Yslaire, com belíssimos desenhos sempre de cores sombrias (quase a preto e branco), onde o vermelho sobressai para realçar a cor dos olhos, do sangue e da cor dos cabelos dos membros da família Sambre.
Eis as sinopses dos dois volumes deste livro:
Nada mais me importa…
Roquevaire, Novembro de 1847. A segunda geração dos Sambre prostra-se em redor do caixão de Hugo. Mesmo morto, a maldição do patriarca paira sobre todos. Está lá Sarah, a filha mais velha que quer terminar A Guerra dos Olhos, a obra do seu pai. Bernard, o seu irmão mais novo, que sonha partir para outros lugares. A mãe deles, a viúva radiante que seduz o primo Guizot… E também existe a jovem caçadora furtiva de olhos vermelhos, que ronda em torno da Bastide e do último dos seus filhos… Entre Bernard e Julie, a maldita, começa uma paixão funesta… Vermelha como o amor, negra como a morte…
Eu sei que tu virás…
Paris, Janeiro de 1948. Acusada da morte da mãe Sambre, Julie refugia-se em Paris. Torturado pela dúvida e pelos remorsos, Bernard aproveita o primeiro pretexto oferecido pelo primo Guizot para ir para a capital. Ainda não sabe que a sua busca o faz seguir os passos do seu pai e dos fantasmas de A Guerra dos Olhos…
“Eu sei que tu virás…”, sussurrou Julie antes de fugir...
Sem comentários:
Enviar um comentário