É verdade que já aqui tínhamos publicado a opinião do Miguel Cruz sobre esta obra, quando leu a sua versão original em francês. Agora fomos nós a ler e o Hercule Poirot e a Miss Marple que nos perdoem, mas o facto de sermos fascinados pela cultura egípcia, fez-nos logo esfregar as mãos de contente com esta adaptação de uma obra de Agatha Christie.
Como esperávamos, entre as 13 histórias da colecção já lançadas pela Arte de Autor esta foi uma das nossas preferidas. Desde logo distingue-se das restantes uma vez que é a única obra de Agatha Christie que não é passada no século XX, mas si, no antigo Egipto. Influenciada pelos seus conhecimentos do Egipto, que adquiriu nas viagens com o seu segundo marido, arqueólogo de profissão, influenciou alguns dos seus mais conhecidos romances, como “A Morte no Nilo” ou neste caso “A Morte não é o Fim”.
Porém, apesar do cenário e a época serem diferentes, encontramos neste livro o estilo da autora. Há crimes para desvendar, intrigas e invejas familiares, traição e ciúmes. No centro da história uma família, vários filhos de um homem já idoso, que lutam entre si para herdar a liderança dos negócios do pai. Regressado de viagem o pai apresenta a sua nova mulher, bem mais nova e a partir daí os problemas sucedem-se, assim como vários assassinatos. Como sempre, o leitor fica "agarrado" à leitura, na ansiedade de tentar descobrir quem é o assassino(s) e o vilão ou vilões da história.
Há ainda a destacar uma outra questão que nos faz gostar mais desta história adaptada por Isabelle Bottiere. É que desta vez, não havendo espaço para o detective, a narrativa ocupa esse espaço dando um pouco mais de substância a cada personagem, ou seja, mesmo não aprofundando muito, e dentro das limitações de uma adaptação, conseguimos ficar a conhecer um pouco mais sobre cada uma das personagens.
Quanto ao desenho, de Callixte, é bonito, simples e eficaz, ao mesmo estilo de "A Morte no Nilo", outra história da colecção em que esta dupla já tinha trabalhado.
Sem comentários:
Enviar um comentário