Eis que Tintin está de volta a Portugal, isto porque a ASA lançou no passado fim de semana a muito aguardada edição a cores de Tintin no País dos Sovietes, mítica primeira aventura de Tintin. Aqui ficam algumas curiosidades sobre esta aventura tão especial ou não fosse por onde Hergé começou com Tintin e Milu.
Criada em 1929, a preto e branco, como todas as histórias posteriores até os inícios dos anos 1940, esta primeiríssima aventura de Tintin foi a única que Hergé deixou por colorir. Agora, fruto de um meticuloso trabalho sob a direção artística de Michel Bareau, esta edição a cores permite redescobrir a obra inaugural do autor, conferindo-lhe uma nova e moderna legibilidade, em que, entre outras, a dimensão cómica do argumento sai manifestamente reforçada.
Publicada em França em 2017, esta exclusiva edição a cores vem desde então sendo reclamada pelos muitos milhares de fãs do Tintin em Portugal, sendo que, no entanto, dada a natureza especial desta obra, tinham até agora apenas sido autorizadas, para além da edição francesa, as edições em neerlandês (2017) e em dinamarquês (2018). As Edições ASA têm portanto o orgulho de finalmente brindar os leitores portugueses com esta muito aguardada “jóia bibliográfica”, que constitui a terceira edição em língua estrangeira a ser publicada em todo o mundo e cuja publicação coincide com a exposição “Hergé”, na Fundação Gulbenkian, onde será apresentada a 6 de Dezembro.
Com 230 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo, dos quais 2 milhões em Portugal, as aventuras do jovem repórter de poupa levantada e do seu inseparável Milu estão traduzidas em 77 línguas, tendo o português sido a primeira língua em que foi traduzido num país não-francófono.
Aqui ficam as palavras de Charlotte Gallimard e Didier Platteau:
Tintin no País dos Sovietes é um álbum mítico. Inaugura as aventuras de uma personagem que continua a apaixonar centenas de milhões de leitores em todo o mundo. Esta obra, produzida por um jovem desenhador com apenas 21 anos de idade, é hoje apresentada pela primeira vez a cores. É um verdadeiro banho de juventude para esta comédia burlesca. Graças ao primoroso trabalho de Michel Bareau, redescobrimos esta aventura de Tintin com um novo olhar. A sua dimensão cómica sai reforçada e ficamos até espantados por nunca a termos lido com tanto prazer. Deixar-se surpreender por um tal clássico e apreciar a mestria inesperada que ele encerra é um acontecimento raro: a vivacidade do traço e o dinamismo das sequências contradizem a lenda, mantida pelo próprio autor, segundo a qual estaríamos perante um álbum «mal desenhado». Uma vez passadas as primeiras páginas, em que ficamos um pouco desconcertados por ver Tintin e Milu aparecerem com um aspeto físico distinto daquele que os caracterizará mais tarde, como não desatar a rir perante o manifesto descaramento do repórter, e sobretudo a insolência do seu cão? Em nenhuma outra ocasião ele terá comentado os atos e atitudes do seu dono com um tal tom de escárnio e provocação… Esperamos que partilhem desta felicidade da descoberta com tanto entusiasmo e júbilo como os seus editores. Boa leitura! (retirado do dossier de impressa da ASA)
Imagens: © Hergé-Moulinsart 2021
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