segunda-feira, 15 de novembro de 2021

A nossa leitura de "O Fogo Sagrado", de Derradé

 

Outra das novidades da Escorpião Azul apresentada no Amadora BD foi "O Fogo Sagrado", da autoria de Derradé. Começamos pela sinopse: Porque gosto de BD? Porque gosto de fazer BD? Será que a Banda Desenhada faz falta? Num mundo cada vez mais individualista e ignorante por opção, só um cataclismo global poderia mostrar à humanidade a utilidade da cultura e de quem a produz. Ou talvez não. Uma autobiografia fictícia pós-apocalíptica viral.

Esta nova BD de Derradé não é uma BD qualquer. Ainda que com o seu toque de humor habitual, o autor mostra-nos o seu lado um pouco mais sério, mais crítico. O Fogo Sagrado, chega a parecer um enorme desabafo, por vezes a roçar num grito de revolta, com o qual muitos que andam neste mundo aos quadradinhos certamente se poderão identificar. O desejo de viver só de produzir Banda Desenhada e não conseguir, pois financeiramente é inviável; as inúmeras batalhas travadas no mundo editorial; as batalhas interiores de tentar fazer o que mais se gosta, mas a ter que ocupar o tempo a trabalhar naquilo que se gosta menos; e muitas outras frustrações.

No entanto, não pensem que é um livro que nos deprime, muito pelo contrário. Quem conhece o mundo editorial da Banda Desenhada nacional vai divertir-se a reconhecer muitas personagens e vai acima de tudo ver reforçado o amor pela nona arte, paixão partilhada pelo autor.

Sabemos bem o sentir de Derradé, pois também por aqui, extra as nossas actividades profissionais, todos os dias trabalhamos em prol da Banda Desenhada.



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