quarta-feira, 9 de outubro de 2024

A nossa leitura de "O Deus das Moscas", de Aimée de Jongh - edição ASA

 


Aimée de Jongh foi a autora que mais nos surpreendeu este ano e em boa hora a ASA começou a editar obras suas. Depois do magnífico Dias de Areia, lemos recentemente O Deus das Moscas, que é uma adaptação da obra homónima de William Golding, publicada originalmente em 1954.

Uma vez mais a autora holandesa apresenta-nos um livro com ilustrações magníficas, que retratam de forma exímia o perturbador romance do autor que foi Prémio Nobel da Literatura em 1983.

Não conhecíamos o original, portanto foi o nosso primeiro contacto com a obra de Golding. Conforme íamos avançando com a leitura, demos por nós a recordar a série televisiva "Lost" (Perdidos). Não sabemos se os criadores da série se inspiraram no Deus das Moscas, mas as semelhanças são notórias.

Para já tanto na série como na obra literária, há um acidente com um avião sobre uma ilha deserta e isolada, os sobreviventes não há meio de serem resgatados, há um monstro na selva que apavora as personagens e, claro, no meio da desordem, há a luta pela liderança. Só que a diferença é que aqui as personagens são todas crianças. Ainda assim, também há semelhanças de algumas personagens: Ralph faz lembrar o Jack de Lost e Jack do Deus das Moscas recorda-nos ao mesmo tempo John Locke e Sawyer da série televisiva.

Mas vamos focar-nos na história, aqui adaptada pela talentosa Aimée de Jongh e cujos desenhos tão bonitos e expressivos, acompanham a narrativa. Numa primeira fase e depois do choque inicial as crianças sobreviventes vivem dias de alegria pela liberdade que sentem de poderem fazer o que lhes apetece, sem adultos por perto. Conseguem organizar-se e cooperam uns com os outros na procura de alimentos, na construção de abrigos e na manutenção de sinais de fogo. Mas à medida que o tempo vai passando, o cenário vai mudando de figura e a frágil organização começa a ruir. O medo começa a toldar-lhes o discernimento, esquecem-se de quem são e a luta pela sobrevivência leva-os a cometerem loucuras, atrocidades e actos desunamos.




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