Sinceramente estivemos quase para abandonar esta leitura após meia dúzia de páginas. Mas ainda bem que somos daqueles que gostam de dar uma segunda oportunidade aos livros e não desistimos à primeira, porque afinal este Heartbreak Hotel tem muito mais sumo do que imaginámos.
Estamos perante uma novela gráfica intensa, que demonstra ou relembra como podem ser dolorosos os primeiros desgostos de amor. Quem nunca? O que acontece neste livro é que contem quatro histórias, cada uma dedicada a um protagonista (Maya, Martin, Fiona e Finn), que têm dois pontos em comum: estão a sofrer pela perda do seu amor e foram todos parar, sem saber como, ao Heartbreak Hotel, um espaço que acolhe corações partidos.
Aquela que nos parecia uma leitura light um pouco surreal acabou por se revelar mais profunda e a forma como a argumentista Micol Arianna Beltramini trata as emoções de cada personagem denota uma enorme sensibilidade.
Aos poucos cada um dos jovens adultos que se encontram neste hotel peculiar, vão enfrentando as suas lutas internas, desenrolando o fio à meada e a cada etapa vão-se conhecendo e ajudando, fazendo-nos ver que em fases desesperantes é sempre bom termos alguém com quem desabafar que nos pode fazer ver as coisas em ângulos diferentes.
A par da narrativa temos desenhos bonitos e delicados de cores suaves e com a introdução de elementos alusivos à Alice no País das Maravilhas, reforçando a ideia de que estamos num espaço imaginário, que o hotel para corações partidos. Assim, temos um gato, um coelho e uma lagarta, mas também os quatro naipes de cartas, copas, ouros, paus e espadas, cada um atribuído às quatro personagens principais.
A robustez deste livro, para além do que referimos, é reforçada com a qualidade da edição, de capa dura e muito cuidada.
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