Lucky Luke – Um Cowboy sob Pressão
Não tendo muito por hábito falar de bandas desenhadas depois da sua edição em Portugal, achei por bem abrir uma exceção sobre este mais recente tomo de Lucky Luke dos já conhecidos Jul (argumento) e Achdé (desenho).
Sendo verdade que apreciei o trabalho de Blutch sobre a personagem, essa obra constitui uma abordagem atípica no universo Lucky Luke. Já o trabalho de Achdé enquadra-se na “coleção clássica” do nosso cowboy que dispara mais rápido que a própria sombra.
Com o presente tomo, em que Lucky Luke e Joly Jumper (e também os Dalton e Rantanplan, entre outros – Billy the Kid não, que a deslocação é para maiores de idade) acabam por visitar uma grande cidade: Milwaukee, confesso que me voltei a divertir bastante com as aventuras da personagem criada por Morris e a quem Goscinny veio conceder uma criatividade marcante.
A aventura concebida por Jul é bem imaginada, a narração é consistente e fluída, o humor está sempre presente e é fino e envolvente, para além dos gags bem conseguidos, existem diversas camadas de leitura com engraçadas referências a personagens reais – devidamente caricaturadas, claro – as personagens são bem tratadas e “humanizadas”, com destaque para Lucky Luke e Joly Jumper. Os Daltons são bem aproveitados em comédias de situação consistentes com a personalidade de cada um, com os extremos Joe e Averell sempre em destaque.
O tradicional conteúdo histórico está presente, com o aflorar do contributo da emigração germânica para a construção dos Estados Unidos da América, e as habituais personagens secundárias têm um bom desenvolvimento.
O melhor álbum de Lucky Luke na coleção “clássica” desde há muitos, muitos anos. O desenho de Achdé (neste seu 11º tomo) é, como sempre, fantástico, e essa qualidade parece tornar-se particularmente evidente com esta história original, despretensiosa, fresca e agradável.
Tempos houve em que assim que saia um álbum de Lucky Luke, eu lá estava, ansioso pela leitura. Há muitos anos que tal não acontecia, razão pela qual demorei mais de um mês para ler este último tomo. E li-o com muito agrado. Boa, boa: Jul e Achdé, há que continuar, apesar das dores nas costas do nosso cowboy!
Editado pela Lucky Comics (da Dargaud) em França e pela Asa em Portugal. Seja em que língua for, vale a pena a leitura!
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