sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

A opinião de Miguel Cruz sobre "Voleur d’Amour", de Yannick Corboz

 



Voleur d’Amour

O desenhador Yannick Corboz já tinha entrado no meu radar com uma série chamada Brigada Verhoeven, mais tarde com “L’Assassin Qu’Elle Mérite” (com Lupano, que conhecemos por ter “Branco ao Redor” publicado em Português). Um excelente desenhador, um bom contador de histórias através dos seus desenhos. Voleur d’Amour é uma BD grande formato com uma belíssima capa que chama a atenção, onde predominam os dourados. Metade do caminho está feito, não sabemos se esta adaptação de uma história original de Richard Malka será boa ou não, mas a atenção está captada!

Folheamos a BD e todas as razões para aderimos estão lá: um desenho belíssimo, páginas que são, só por si, um quadro, cores atraentes, diversidades de texturas, imagens visivelmente retratando séculos distintos em páginas distintas, sentimentos em imagens.

Depois de uma leitura, que é longa, à qualidade e adequação do desenho, somamos uma história interessante, cativante e surpreendente desde as primeiras páginas, com muita narração – a personagem central conta a sua história ao seu amor – mas sempre envolvendo o leitor numa história de vida e tornando a infeliz e destrutiva personagem central num alvo de preocupação quase doentia, até à catarse final.

Leitura marcante, esta BD segue a vida de Adrien Von Goth desde antes do seu nascimento, passando pela sua infância infeliz no século XVIII, e até ao século XXI. Sim, não me enganei, Adrien Van Goth mantém a sua juventude durante vários séculos, sendo que obtém a sua força vital da capacidade de, através de simples beijos, roubar ao outro o seu amor, as suas recordações, a sua força vital. O problema é que, ao fazê-lo, o outro cai num vazio e numa perda de referenciais de vida com consequências drásticas.

Os conflitos interiores de Adrien, desde o seu primeiro beijo, a sua primeira paixão, a descoberta “dos seus poderes” até ao momento, séculos mais tarde, em que encontra a que pensa ser “a reencarnação” do seu amor, a tentativa de a poupar e a estranha relação que daí decorre, conjugam-se com uma interessante história de vida ao longo de vários séculos, com altos e baixos, com reencontros e afastamento das suas origens.

Uma história bem imaginada, em que os momentos chave são muito bem tratados narrativamente, uma BD one shot diferente, de leitura agradável, mas intensa, que não vai deixar ninguém indiferente. Pode não se gostar, mas a leitura é, do meu ponto de vista, absolutamente obrigatória. Uma excelente aposta da Glénat.



Os 15 finalistas na categoria banda desenhada do Prémio Livro do Ano Bertrand



Todos os anos costumamos votar no Prémio Livro do Ano Bertrand: a escolha de leitores e livreiros. Este ano não foi excepção e já lá fomos indicar as nossas preferências.

Destacamos a categoria 7 - Banda desenhada e novela gráfica, onde estão neste momento para votação 15 finalistas. A escolha/votação é exclusiva para livreiros e leitores Bertrand, que podem votar uma única vez e apenas num livro de cada categoria, das seguintes formas:

- A partir do convite enviado, via e-mail, do endereço Leitor Bertrand

ou

- Através da página da votação, após efetuar o login 

Para votar, é necessário que ter um e-mail associado na ficha de cliente da Bertrand. 

Dos 15  finalistas de banda desenhada, lemos 13 e a nossa escolha não foi fácil. Claro que não vamos revelar em qual dos livros votámos, pois muitos deles mereceriam o nosso voto, mas só podemos dizer que a nossa escolha recaiu numa obra de referência e quanto a nós de leitura obrigatória.

O Prémio Livro do Ano Bertrand, uma iniciativa da Livraria Bertrand, distingue, com periodicidade anual, obras literárias de ficção e não ficção. Lançado em 2017, este é o primeiro prémio literário, em Portugal, atribuído pelos livreiros e pelos Leitores Bertrand (titulares de cartão Leitor Bertrand).

A partir de uma pré-seleção de 287 livros, publicados ou reeditados em 2024, conforme indicado no regulamento do Prémio Livro do Ano Bertrand, este Prémio distingue a obra que se tenha destacado em cada uma das seguintes categorias: 1) Ficção lusófona; 2) Ficção estrangeira; 3) Não ficção; 4) Reedição de grandes obras de literatura; 5) Poesia; 6) Infantil; 7) Banda desenhada e novela gráfica.

As obras vencedoras serão anunciadas em Abril de 2025, em data a designar.

Novidade Presença Comics: O Meu Casamento Feliz está de regresso com o volume três - já disponível nas livrarias

 


Está de regresso a série de manga O Meu Casamento Feliz que temos acompanhado e que vê agora editado o o volume três. Editado pela Presença Comics, esta série é da autoria de Akumi Agitogi, Rito Kohsaka e Tsukiho Tsukiok.

Aqui fica a capa e algumas imagens do interior, bem como a sinopse deste volume três.

A sinopse

Misturando cenários deslumbrantes com uma história fascinante, este é o terceiro volume da manga que está a conquistar corações em todo o mundo.

Tudo o que ela queria era um pouco de felicidade…

Miyo não herdou os poderes raros que todos na família Saimori possuem, e foi por isso que a tentaram afastar, para esconder a vergonha, para que fosse um problema de outra pessoa. Mas a doce Miyo, uma cinderela no Japão do século xx, ao contrário do que todos esperavam, é acolhida por Kiyoka e agora - quem havia de dizer! - é amada. 

Porém, quando, pela primeira vez na vida, Miyo se sente feliz, a sua meia-irmã, Kaya, cheia de ciúmes e com a sua maldade habitual, rapta-a e exige ser ela a ­ficar noiva daquele que é visto como um verdadeiro príncipe encantado. Só há uma pessoa que pode salvar Miyo e dar a volta a esta história: o belo, elegante e extraordinário Kiyoka. Mas conseguirá ele, com os seus poderes fora de série, salvar a noiva das garras da malvada Kaya?





quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Novidade DEVIR: terceiro volume de "Boa noite, PUNPUN" está disponível a partir de hoje nas livrarias

 


Já aqui tínhamos destacado este volume três de Boa noite, PUNPUN (edição Devir) e agora voltamos a falar dele para confirmar que está a partir de hoje disponível nas livrarias.

De referir ainda que nos próximos dias vamos dar a nossa opinião sobre o volume um desta série.

Hoje aqui fica a informação recebida da editora, pois diz tudo.

Há livros que têm a capacidade de despertar todo o tipo de emoções. Boa Noite, Punpun é uma série aclamada de Inio Asano e cujo terceiro volume chega às livrarias no dia 27 de fevereiro, tem este efeito no leitor.

Cada volume é uma exploração profunda das complexidades da vida humana, vista através dos olhos de Punpun, um jovem representado como um pássaro estilizado, contrastando com o mundo humano realista e frequentemente cruel ao seu redor. 

Desde o seu lançamento, a série Boa Noite, Punpun tem sido elogiada pela sua abordagem sem medo de temas difíceis como as primeiras paixões, amizades, até questões mais profundas como o amor, a família, a ansiedade e depressão, a alienação e a procura pelo significado da existência, tudo com uma franqueza que cativa e perturba. 

Recomendada para jovens adultos e adultos, aborda, num género literário cada vez mais em voga em Portugal, o Mangá, temas como a saúde mental, desenvolvimento pessoal e a complexidade das relações familiares e sociais.

Estes três primeiros volumes já editados, levam então os leitores numa viagem emocional que é tanto perturbadora quanto esclarecedora, perfeita para fãs de literatura gráfica que procuram algo verdadeiramente diferente e impactante.




A opinião de Miguel Cruz de "Les Vieux Fourneaux - Tome 8: Graines de Voyous", de Cauuet e Lupano

 



Les Vieux Fourneaux - Tome 8: Graines de Voyous

Les Vieux Fourneaux é uma série de sucesso em França (para além das vendas, há já duas adaptações cinematográficas), por razões compreensíveis. Um desenho agradável, o tom alegre apesar da seriedade de alguns assuntos tratados, a simpatia com que olhamos para as três personagens centrais, todos bem passados dos 70 anos, Pierre (Mayou), dito Pierrot, anarquista, contestatário, impulsivo, quiçá explosivo, um pouco trapalhão, vive em Paris, continuando a “trabalhar” com um grupo de velhos anarquistas; Antoine (Perron), aparentemente mais calmo, aparentemente mais conservador, ex-sindicalista, pouco desenrascado para as coisas do dia a dia, mas contestatário e truculento sempre que a mostarda lhe chega ao nariz; Emile (Carabignac), dito Mimile, muito prático, viajado, ex-sedutor, descontraído, mas sempre com claros problemas com a autoridade, ex-desportista, ex-jogador de rugby (na capa por ordem). Os três têm uma amizade à prova de bala, sempre desentendidos e em discussões, mas sempre solidários e compreensivos dos problemas dos outros. Todos com problemas com uma ou outra personagem da vila de Montcoeur.

Pelo meio, temos uma personagem que, desde o primeiro tomo, desempenha um papel central na pacificação de situações, a neta de Antoine, Sophie, que herdou da sua avó um teatro itinerante de marionetes e o seu espectáculo de sucesso “Le Loup en Slip” (o lobo em cuecas que, já agora, é o título de uma outra série de sucesso do mesmo argumentista, mas para o segmento juvenil). E a combinação resulta muito bem, nesta série centrada sobre a amizade, a solidariedade, a velhice, as mudanças resultantes das mudanças climáticas, entre outros problemas societários recorrentes.

Neste tomo oitavo, publicado no final de 2024, Pierrot tem vários problemas num café em que para pedir uma simples bica tem de “scanar” o QR Code, e encomendar on line, acabando no tribunal, onde lhe comunicam a chegada da sua irmã que não via há quase 70 anos à vila de Montcoeur. Na vila, a chegada da irmã de Pierrot que todos confundem com o problemático ancião, causa forte comoção. Entretanto Sophie prepara uma sessão comemorativa do seu espetáculo de marionetes e do trabalho da sua avó, um pretexto para uma viagem a “memory lane” (o título “sementes de malandros” numa tradução discutível, não é inocente). O mais importante agricultor da região é entrevistado sobre o impacto da seca e do calor, e tem uma epifania quando observa o fundo sem água da ribeira local. E daqui vai nascer o problema central desta história, que termina num pequeno conflito com Antoine.

Divertida, inteligente, bem-disposta, esta BD merece o destaque. Obviamente que há linhas narrativas e estruturas de humor que são baseadas em especificidades francesas, desde as rivalidades e as piadinhas sobre os parisienses, a importância do Rugby no desporto em França, ou as diferenças de sotaque, putaing! Admito, por isso, que uma tradução não seja nada tarefa fácil. Mas que há 10 anos que esta série reúne preferências em França é algo incontornável. Paul Cauuet é dono de um desenho simples e expressivo, e dono de uma composição de página atrativa e que nos impede de abandonar a leitura a meio. Wilfrid Lupano (esteve em Portugal para promover um seu outro livro: Branco ao redor) é um argumentista com capacidade para os diálogos cortantes e imaginativos, para as situações surpreendentes e “descabeladas”, para o tratamento aparentemente com leveza de assuntos muito sérios, para a critica social com elegância. Manter a qualidade de uma série ao longo de 8 tomos não é tarefa fácil, mas é desafio conseguido.




Maia BD já tem cartaz oficial, desenhado pela Kachisou

 


O MAIA BD está de volta para a 3ª edição e já tem cartaz oficial! A ilustração é da autoria de Cátia Sousa aka Kachisou, com design de Nuno Lourenço Rodrigues. Uma imagem que define o tom para três dias dedicados à BD e um conjunto de exposições para descobrir até 15 de junho!

Nos próximos dias a organização irá anunciar mais detalhes sobre programação, convidados e surpresas. 

O festival decorrerá entre 23 e 25 de maio, no Fórum da Maia, mas as exposições ficarão patentes até 15 de junho.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Concurso 2025: As sardinhas estão de volta e já arrancou com o 15.ª edição

 

Já começou a edição de 2025 do Concurso criativo promovido pela EGEAC. 

Estimular a participação de todas as pessoas, no país e além-fronteiras, é o objetivo desta competição que anualmente premeia a originalidade de propostas gráficas em forma de sardinha.

Digitais ou tridimensionais, todos os materiais e técnicas são permitidas – colagem, fotografia, pintura, escultura –, desde que respeitem o formato da silhueta da sardinha, integrada nas condições de participação do concurso.

Entre novas criações e recriações de propostas antigas que ficaram na gaveta, o desafio é (re)inventar sardinhas ‘frescas’:  Faz, Refaz e Envia é, por isso, o mote desta 15.ª edição do concurso destinado a todos/as, sem limites de idades e nacionalidades, individualmente ou em coautoria.

Cada candidato poderá submeter a concurso um limite máximo de três propostas. Sardinhas que, para serem elegíveis, não devem conter qualquer elemento identificativo do/a autor/a, bem como referências a marcas, eventos ou logótipos.

Os interessados podem consultar o regulamento aqui

A nossa leitura de As 5 Terras (volumes 3 e 4), do colectivo Lewelyn e Jérôme Lereculey - edição ASA



É oficial: continuamos viciados nesta série que em muito se assemelha com o estilo da Guerra dos Tronos. As 5 Terras, da autoria do colectivo de argumentistas Lewelyn (David Chauvel, Andoryss et Patrick Wong), com desenhos de Jérôme Lereculey, é uma saga de fantasia, com cenários medievais e repleta de intrigas, estratégias políticas, conspirações, traições, amores e luxúria, violência e sede de poder. O que acontece é que as personagens são todas antropomórficas e as várias espécies animais correspondem aos diferentes reinos.

A série, editada em Portugal pela ASA, está pensada para um total de 30 volumes, divididos em cinco ciclos de seis álbuns, cada ciclo correspondendo aos cinco reinos da história*. Neste momento já saíram 14 desses 30 e por cá já saíram quatro volumes e esperam-se novos volumes lá para meio deste ano. E ainda bem, porque a sensação que temos quando acabámos a leitura do terceiro e do quarto volumes, foi a mesma quando termina uma temporada de uma série televisiva e temos que ficar à espera das seguintes.

Esta série que tem um ritmo muito dinâmico ao nível de acontecimentos e reviravoltas, traz também muitas surpresas nestes volumes "O Amor de um Imbecil" e "A mesma ferocidade" e a maior de todas elas tem a ver com Mederion, o novo ocupante do trono, que com a sua tenra idade e inexperiência se revela afinal um estratega frio e calculista. Claro que não podemos estar aqui a contar pormenores, mas apenas podemos dizer que as manobras políticas estão ao rubro e que a atmosfera está cada vez mais tensa, verificando-se novas ameaças, mas também novas alianças. Há personagens que se deparam com dilemas éticos profundos, num mundo altamente corrupto

Portanto quanto ao argumento, continua brilhante e cativante. No entanto, a complexidade dos jogos de poder, pode parecer demasiado previsível para quem acompanhou a Guerra dos Tronos. Mas a nós isso não é incómodo nem retirou o interesse na série, antes pelo contrário.

A ilustrar tudo isto, desenhos incríveis e de enorme riqueza visual. O que podemos dizer mais? É uma série altamente viciante.


*Angleon é o reino dominador, onde vivem os grandes felinos e é a ilha central. A história começa aqui.

Arnor é uma terra fria, onde habitam os ursos e os lobos. A ela será dedicada o terceiro ciclo.

Erinal é a terra dos herbívoros, ocupada por um povo diverso e tolerante.

Ithara é uma terra desértica, onde vivem os répteis. 

Lys é a terra dos primatas e será o foco do segundo ciclo.


terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Novidade Devir: O quatro volume de Monster estará à venda a partir de 13 de março

 


Está anunciado no site da Devir, a chegada do quarto volume da série Monster, de Naoki Urasawa, a 13 de Março.

A sinopse:

A Johan torna-se o braço direito de Schwald, a pessoa mais influente do Estado da Baviera. Ao mesmo tempo, um detetive contratado por Schwald, pressente que algo misterioso e maléfico se passa em torno de Johan, a sua investigação coloca-o face a um monstro terrível – será que os planos de Johan vão ser revelados? 

Johan por seu lado, leva uma vida tranquila, apesar de saber que Tenma o quer matar, mas o que vê ele de repente num livro infantil, que o faz desatar a chorar? 

A 3.ª edição do LouriBD decorrerá de 17 a 23 de Março

 



LouriBD já tem datas marcadas. De 17 a 23 de Março, decorrerá a 3.ª edição do Festival de Banda Desenhada da Lourinhã, desta vez com As Profundezas como tema.

Este festival surge de uma parceria entre o Município da Lourinhã e a Editora Escorpião Azul, com o apoio da Antena 1. Celebrar-se-á a Nona Arte nas suas mais variadas formas, com o objetivo de tornar a banda desenhada acessível a toda a comunidade.

O tema As Profundezas marca a edição de 2025, um conceito que explora a profundidade, seja da criação artística, do território, do mar ou do ser humano. O festival contará com uma vasta programação de atividades, como exposições, música, performance, oficinas, lançamentos de livros e filmes, sessões de autógrafos, mercado da BD e muito mais. Este tema versátil abrange diferentes géneros da banda desenhada, desde a ficção científica à aventura ou ao humor, com obras que explorarão o universo mais físico e geográfico, mas também o emocional e psicológico.

Destaques do Festival:

- Autores nacionais e internacionais: O evento contará com a presença de renomados autores de banda desenhada, como Paulo J. Mendes, Hugo Teixeira, Susa Monteiro, Inês Fetchónaz, Xico Santos, Paulo Monteiro e André Diniz, além do autor internacional Miguel Ángel Martin, um dos grandes nomes da banda desenhada espanhola;

- Lançamento da obra «Homem de Neandertal»: este livro, da Editora Escorpião Azul, promete marcar um importante momento na cena da banda desenhada nacional;

- Estreia do filme «O Velho e a Espada»: do realizador Fábio Powers, será exibido como parte da programação multidisciplinar do Festival;

- Exposições de pranchas originais: obras de diversos autores portugueses, além de uma exposição especial com marionetas da companhia de teatro A Bolha, que trará um toque único ao evento;

- Atividades para toda a comunidade: o festival oferece uma programação completa, incluindo oficinas, performance, conversas sobre o universo da banda desenhada, mercado da BD e muito mais, proporcionando uma imersão no mundo das histórias aos quadradinhos.




segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

A opinião de Miguel Cruz sobre "Julie Wood 2 - Mortel Rodéo", de Stassi e Pellaez

 



Julie Wood - Temporada 2

Vamos lá a um “quem se lembra”. Quem ainda se lembra, tal como eu, da publicação, no início da década de 80, creio, pela Meribérica, de dois álbuns de uma nova heroína, com uma ligação ao universo Michel Vaillant: Julie Wood? Pois é, Jean Graton, o célebre autor das aventuras de Michel Vaillant veio a publicar 8 tomos (entre 1976 e 1980) desta personagem que se dedicava não às quatro, mas sim às duas rodas. Julie Wood, claro, aparece também nas aventuras de Michel Vaillant (incluindo no filme Michel Vaillant) desde que ambos correm no Paris Dakar, e sendo americana e loura, tem um interlocutor de peso na série mãe: Steve Warson. 

Enfim, coisas da juventude…ou talvez não apenas: é que tal como Michel Vaillant, para o qual os detentores dos direitos criaram uma nova série de aventuras com preocupações de modernidade (e de humanidade, as dificuldades financeiras, os problemas oncológicos de Françoise, etc), também Julie Wood acaba de renascer das cinzas e, nesta segunda temporada, volta aos seus 18 anos, está a começar a sua carreira, utiliza redes sociais para promover a sua imagem e obter financiamento. 

Vamos ser francos: ninguém está à espera, neste tipo de séries ou de revivalismos de séries, de ser muito surpreendido/a. O objetivo é dar algum caráter de “atualidade” a aventuras que são baseadas nos códigos que determinaram o sucesso das aventuras originais, apelando aos bedéfilos saudosos e, ao mesmo tempo, procurando atrair um novo público com a ideia de uma personagem que é famosa, e que tem a vida e os problemas dos jovens como nós (eh ehe eh!).

Julie Wood vive com dois irmãos em caso do tio que os acolheu depois da morte dos pais. Tal como o pai, Chris, o tio, é garagista, e vai acabar por se perceber estar envolvido num tráfico ainda pouco definido de materiais e de informação que acaba por culminar na morte de um motard de nome Mason Green. Julie Wood, os seus irmãos e um conjunto de amigos, todos adeptos do desporto motorizado (apenas o irmão mais velho - penso que o seu nome verdadeiro é Frank - sonha com corridas em 4 rodas), acabam por se ver envolvidos na investigação das estranhas e enigmáticas ocorrências e investigações sequenciais à morte de Green, devido a um papel com uma estranha mensagem que foi encontrada pelos investigadores, e que menciona e envolve a família Wood.

Ao mesmo tempo, vamos acompanhando o desempenho da jovem Julie, quer nas provas quer na procura de financiamento para uma vida profissional no Flat Track, disciplina de Moto Cross.

Responsáveis por este “renascimento”, temos Claudio Stassi (desenho), conhecido desenhador que já passou pelos Dossiers Michel Vaillant, Henry Vaillant, e por Dampyr e Philippe Pellaez (argumento), um profícuo autor, que tem já várias obras publicadas, algumas das quais excelentes (Six ou Automne en Baie de Somme, por exemplo).

Na minha opinião, o desenho pode ser interessante, mas neste primeiro tomo, embora elegante, ainda procura a melhor forma de “entregar” as provas desportivas de forma dinâmica e entusiasmante. Quanto à história “policial” subjacente à narrativa, está em construção, ainda não percebi se banal ou interessante. Para já, o conjunto merece a segunda hipótese: aguardemos o tomo 2 para dar uma opinião mais concreta. Editado pela Dupuis, sob a marca Graton.



Novidades: estas são as três novidades da Devir para 13 de Março, com destaque para Uzumaki

 


São para já três as novidades da Devir para sair no dia 13 de Março, com destaque para o livro Uzumaki, um mangá absolutamente incontornável, obra maior da autoria de Junji Ito, o grande mestre de terror, tendo sido Prémio Eisner em 2022. Foi também selecionado como uma das 10 Melhores Graphic Novels para adolescentes, em 2009, pela Young Adult Library Services Association. 

A história: acontecimentos grotescos têm lugar em Kurouzu, a pequena localidade onde Kirie Goshima nasceu. O vento sopra em curvas, folhas e ramos enrolam-se e o fumo expelido pelo crematório desenha remoinhos funestos. As pessoas também são afetadas pelo fenómeno helicoidal e Kirie tenta escapar da cidade para fugir da maldição da espiral...

Não podemos deixar de falar também das outras duas novidades, que são o segundo volume de Dragon Ball - O Grande Final, de Akira Toriyama e o décimo quarto volume da série SpyxFamily, de Tatsuya Endo.

Por isso tudo boas razões a ler no próximo mês de Março!





domingo, 23 de fevereiro de 2025

BDs da estante - 622: Passageiros do Vento #6 - livro 2, de Bourgeon - edição ASA

 


Esta é a segunda parte e final do tomo 6 da série Os Passageiros do Vento, da autoria de Bourgeon. Na Primavera de 1863, a guerra da Secessão, que opôs os estados confederados do sul dos Estados Unidos ao resto do país, continua a devastar o país. Há poucos locais seguros e a quinta Lananette, junto ao Mississípi, é um deles. Ali vive Isa, quase centenária, e a sua bisneta Isabeau (mais conhecida como Miss Zabo). No entanto, graças a Isa, Zabo vai apreendendo progressivamente os segredos do rio Mississípi, da vida nos pântanos e, sobretudo, do passado aventureiro da bisavó, cuja longa vida esconde dramas, vivências e segredos dolorosos... 

Uma edição da ASA de 2010.

sábado, 22 de fevereiro de 2025

Conversa com Xavier Mussat esta segunda-feira

 


O autor francês Xavier Mussat estará esta segunda feira, pelas 16 horas, no Ar.Co para conversar sobre o seu trabalho. Dificilmente conseguiremos estar presentes, mas fica aqui a sugestão para que puder.

Não conhecemos a obra do autor, mas gostamos dos seus desenhos, a avaliar pelo auto-retrato e pelas capas dos seus livros, 





Novidade Devir: Boa noite, Punpun está de regresso com o volume 3 a partir de 27 Fevereiro nas livrarias

 


Apesar de já estar em pre-order no site da Devir desde o dia 5 de Fevereiro, o volume  três da série Boa noite, Punpun vai estar disponível nas livrarias a partir de 27 de Fevereiro.

Esta série da autoria de Inio Asano vai já no terceiro volume e conta-nos uma história dramática sobre o crescimento. Punpun e os membros da sua família são humanos “normais”, mas são retratados por Inio Asano na forma de pássaros, com traços muito simplificados, que quase parecem anedóticos, mas são na realidade uma forma brilhante de tratar temas como a depressão, amor, trauma, isolamento social, morte e família.

Uma história que nos faz chorar e rir, que nos surpreende a cada passo da narrativa.

A sinopse

Preso no corpo de um monstro em que se transformou sem querer, Kaneki é forçado a reexaminar o seu passado enquanto luta para recuperar a consciência.  

Toka consegue localizar o marido no meio do monstro, mas a libertação de Kaneki tem consequências inesperadas...

Boa noite, Punpun 3
426 páginas
Formato: 14,5X21 cm
ISBN: 978-989-559-694-2
PVP: 20,00€






sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Amanhã, nas Caldas da Rainha - Workshop de Desenho para Banda Desenhada

 


Integrado nos Encontros de Artes e Banda Desenhada Jorge Machado-Dias, decorre amanhã, na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha, um Workshop de Desenho para Banda Desenhada, orientado pelo Hugo Teixeira. A organização é em estreita colaboração com as Associação Tentáculo.

Na imagem têm os dados para obter informações.


Novidade: ASA BD lançou o quinto volume da série ARENA


A ASA BD prossegue com a edição desta série de mangá "Arena" e o quinto volume saiu neste início de 2025.

A sinopse:

Enquanto o Gabriel e a equipa dos 666 desfrutam de uma ligeira pausa entre dois combates, os seus futuros adversários aparecem para os provocar, e o choque é incrIvel, pois um deles é o Cédric!

Nada mais nada menos!

Ele, que voltou dos mortos, conta iniciar a luta antes de entrarem na arena! Com um primeiro golpe psicológico cruel, o Cédric revela a todos o segredo da Fiona e do Kévin… nestas condições, como é que os 666 podem preparar-se com serenidade para um combate? É que desta vez, a técnica não será o suficiente para vencerem!

Sobre os autores:

Clarity interessa-se pela arte de contar histórias e decidiu dedicar a vida à banda desenhada, logo na escola primária. Ela começou a sua carreira como desenhadora de BD em 2011, tendo trabalhado diferentes géneros e tipos de grafismo. O seu pai foi quem influenciou o gosto que ela tem pelas histórias de ação.

Le chef Otaku: É apaixonado pela narrativa e pela estética de mangas, além de ser argumentista e cinegrafista autodidata. Le chef Otaku inaugurou o seu canal de YouTube em 2013, e em pouco tempo tornou-se um dos influencers de animé com mais seguidores

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Novidade Iguana: nova edição portuguesa do Snoopy - Volta Snoopy!



A Iguana volta a apostar no famoso cãozinho de Charlie Brown. Snoopy, a personagem de banda desenhada que conquistou várias gerações com as suas tiras repletas de humor está de volta, juntamente com o seu grupo de amigos.

Descubra o mundo de Snoopy enquanto ele luta para salvar a sua estimada casota, se faz de abutre para impor respeito, chuta bolas para aliviar a alma, põe óculos para assumir um estatuto superior… isto quando não está a dançar, a evitar gatos ou a refletir sobre os caprichos da vida.

Este livro reúne uma seleção de tiras dos Peanuts publicadas em diferentes jornais entre 1962 e 1965, criadas com o humor inteligente, irónico e único de Charles M. Schulz.

«A poesia dos Peanuts resulta do facto de encontrarmos nas suas personagens infantis todos os problemas e sofrimentos dos adultos, que só são verbalizados pela boca das crianças após passarem pelo filtro da inocência.» - Umberto Eco






WC/BD - Exposição de Fevereiro é de Inês Garcia e Tiago Cruz


Todos os meses vamos ver a exposição no espaço WCBD. Este mês fomos surpreendidos pelo desaparecimento do cubo, instalação no exterior que anunciava cada exposição. Ao que parece, num dia de tempestade soltou-se e foi pelos ares no jardim. Felizmente não aconteceu nada de grave, mas por precaução, a Junta de Freguesia de Santo António, fez a sua retirada. Esperemos que encontrem uma nova situação da sua fixação, pois o cubo servia de sinalização da exposição (assim parece que nem existe) e dignificava a iniciativa.

Adiante e vamos falar da exposição de Fevereiro que ainda pode ser vista, como de costume, de terça a sábado entre as 13h e as 19h00. Este mês a exposição intitula-se "Quando se apaga a Luz ou Não há um paraíso à tua espera, com trabalhos de Inês Garcia e Tiago Cruz. 

Dizem os artistas: "As noites são mais longas dão origem aos dias mais solarengos. Dia e noite são sempre inseparáveis. E das noites das civilizações sempre surgiram histórias de arrepiar. E queremos arrepiar com elas. Com esta exposição e trabalhos queremos mergulhar neste imaginário e refletir nele a nossa forma de experenciar este mundo. Ou de o tolerar. Se há monstros no nosso universo? Sim. Até mais reais do que estes. Estes são só pedaços deles. E cada fragmento deles conta também uma história tua. Enquanto os outros não chegam até ti, contempla os nossos". 

Deixamos aqui algumas imagens. Entretanto, se quiserem conhecer melhor o trabalho de Inês Garcia e Tiago Cruz, podem ler o livro SINtra, editado pela Escorpião Azul ou visitar as suas páginas no Instagram: inesgarcia_artwork e theriomourne