Em simultâneo com o Verões Felizes 3 e com Os Olhos do Gato, em parceria com a Seita, a editora Arte de Autor lançou mais dois volumes da colecção Corto Maltese a preto e branco, dando assim continuidade à série. Trata-se do número 9 - A Juventude e do número 10 - Tango.
Começamos pelo livro "A Juventude"
Há duas aparentes contradições em A Juventude de Corto
Maltese, de Hugo Pratt.
A primeira tem que ver com o facto de a série Corto Maltese não
ter começado pela narrativa da juventude do herói. É um facto estranho que uma
juventude se imiscua a meio do caminho no destino de um homem! A segunda é que
Corto Maltese nunca envelheceu e, por isso, não conseguimos acreditar que um
herói tão eterno e sempre tão puro precisasse de se sobrecarregar com uma
passagem pela tenra idade. De que serve ser jovem quando a idade não passa?
No volume 10 "Tango", igual a si
mesmo, Corto não dança no álbum, fica sentado e observa aqueles que dançam. É
pelo olhar que ele participa da força erótica do tango. Enquadramento muito
apertado, brilho no olhar, movimento de salto alto, a saia que abre na parte de
baixo, a nuca de uma mulher que se parece com Louise, a amiga perdida. E é como
se tivéssemos visto Corto dançar.
Corto pode
dançar com a morte, mas não dança sobre sepulturas!
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