Six - Tome 3: Le Serment de Gabaldon
Mais um western, estilo que confesso, passados os excecionais Blueberry, Comanche, L’Étoile du Désert (A Estrela do Deserto), “não me convence” com facilidade, mesmo reconhecendo que obras como Bouncer ou Hoka Hey acrescentaram valor ao tema.
Convém não ser dogmático e manter uma mente aberta, pelo que decidi “avaliar” o interesse desta BD “Six” de Philippe Pelaez, um prolífico argumentista com várias obras interessantes no “portfolio” (mas creio que nenhuma editada em Portugal), e de Javi Casado, desenhador originário de Barcelona, e de quem muito pouco conhecia.
É verdade que essa “avaliação” só foi feita após a saída do tomo 3 de uma série começada em 2023, o que obrigou a uma leitura longa de 3 vezes 54 páginas. Admito que, como a série é prevista para 4 tomos, teria sido sensato esperar pelo final. Enfim…
Estamos a metade do século XIX nos Estados Unidos da América, e acompanhamos um conjunto alargado de personagens diversos, com muito pouco em comum, desde Quintus Jones, desertor e com vários nativos abatidos no seu currículo, a Tsiishch’ill, nativo e com vários brancos mortos no seu currículo, passando por Elsie, prostituta e Kid, um miúdo sob sua proteção depois de ter perdido um olho, e não esquecendo a Irmã Marie - Carmel, religiosa de ação. Se contaram bem, vamos em 5 personagens. A sexta nesta série “Six” é Royal Whitehead, um escravo evadido.
Em matéria de desenho, realista, nota máxima. O desenho é, efetivamente, muito bom, e vai-se “soltando” ao longo dos episódios. Os rostos são expressivos e marcados pela dureza de vida e de acontecimentos descritos, os ambientes detalhadamente retratados, os animais interessantemente representados. As cenas de ação são bem representadas, e são várias, com seis personagens que fogem, são perseguidas, têm de se bater pela vida.
No tomo 3, estamos essencialmente numa mina herdada por Kid, e acabamos por ter um pouco de superstições e quiçá, sobrenatural. Para a ideia de explorar o espaço, recorrem a muito material, mas também ao apoio de nativo americano. Mas os inimigos aproximam-se.
Pelaez desenvolve a história com mestria, mesmo se a linha base de ligação entre as seis personagens seja muito ténue. Acontecimentos, diálogos e surpresas são muito bem trabalhados, e a leitura é bastante agradável.
Editado pela Dargaud, é uma daquelas leituras que ia “escapando”.
Sem comentários:
Enviar um comentário