Quando a Ala dos Livros reeditou recentemente este livro de Pratt e me veio à memória quando há dezenas de anos tinha lido este excelente livro em versão francesa e depois de novo em 2001 em português editado pela extinta Meribérica/Liber. Passados 22 anos depois da última leitura, os sentimentos foram diferentes, ou seja, a maneira como agora o li e o senti. De facto o tempo e a idade implica sempre uma visão diferente de como olhamos para as coisas. Mas apesar de muitos anos de diferença entre as três leituras, continua a ser um excelente livro e uma marca de Pratt, um livro de aventuras à antiga com suspense, com militares no meio da selva na época colonial, com indígenas, guerreiros e principalmente com a visão real de Pratt da época. Isto tudo porque, com dez anos, o pequeno veneziano foi com a família viver para África em 1937, mais concretamente para a Etiópia, o que lhe proporcionou um conhecimento e uma vivência com muita gente e muitas raças diferentes.
Este livro "Anna na Selva" apareceu e foi publicado na revista Super-Totem em 1959, quando Pratt estava já na Argentina há 10 anos e é considerado como a sua primeira obra inteiramente da sua autoria tanto no desenho como no argumento. Aliás, algumas personagens que aqui são criadas vão aparecer passados vários anos em outros livros de Pratt, mas o destaque vai para o marinheiro Luca Zane, que é nem mais nem menos que o prelúdio do mais famoso herói criado pelo autor, Corto Maltese.
"Anna na Selva" está dividido em 4 histórias e tem como protagonistas dois jovens, Anna Livingstone e Daniele Doria, no ano de 1913, na aldeia de Gombi, na África Oriental, uns meses antes do início da I Guerra Mundial. O resto é pura magia de Pratt, tanto no desenho como no argumento.
Indispensável a sua (re) leitura.
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