"Mangusto" foi uma das nossas leituras de Verão. As primeiras páginas não nos cativaram por aí além, mas a partir de um certo momento, a história agarrou-nos e página a página a leitura foi crescendo de interesse e ficámos rendidos.
Já conhecíamos alguns trabalhos da Joana Mosi, mas desta vez a autora revelou-se aos nossos olhos de uma forma diferente, até porque este trabalho é muito diferente dos seus trabalhos anteriores. Com esta obra, é-nos permitido apreciar as suas qualidades como autora completa, assinando tanto os desenhos como o argumento.
Dotada de uma criatividade e inovação ao nível não tanto do desenho, mas da composição de cada prancha, atribuindo um movimento e dinâmica muito próprios, Joana Mosi joga também forte na área da escrita. Apresenta-nos uma história envolvente, com uma protagonista a tentar sobreviver a uma depressão, provocada por um acontecimento trágico na sua vida. As suas relações familiares, as suas angústias, as suas tentativas de se manter à tona, quando se sente afundar, deixam-nos a torcer para que consiga ultrapassar o seu desgosto e adaptar-se a viver de forma diferente.
Em boa hora a autora venceu uma das bolsas de Criação Literária da DGLAB, e desenvolveu o livro que viria a ser este "O Mangusto" durante uma residência no estrangeiro. Joana Mosi é artista visual, licenciada em Pintura pelas Belas-Artes e Mestre em Cinema. Das suas obras em banda desenhada destacam-se a série Altemente (2016, ComicHeart), Nem Todos os Cactos têm Picos (2017, Polvo), O Outro Lado de Z (com Nuno Duarte, Comic Heart/Kingpin Books), Both Sides Now (2020, Ao Norte), My Best Friend Lara (2021, auto-edição) e The Apartment (2022, kuš!) É formadora e professora em várias instituições, e colabora regularmente com actividades e iniciativas culturais, a nível nacional e internacional.
A sinopse:
Júlia encontra-se encurralada num
enorme problema: um mangusto destruiu a sua pequena e estimada horta, e ninguém
a consegue ajudar. Como se já não bastasse ter de lidar com esta catástrofe,
Júlia ainda tem de aguentar a teimosia da mãe, que não lhe dá espaço, ou a
infantilidade do irmão mais novo, que passa os dias absorvido em videojogos.
Só lhe resta uma solução: livrar-se do bicho antes que cause mais danos. Mas como? Até que ponto somos responsáveis pelos nossos problemas e de que forma dependerá de nós encontrar a sua solução?
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