segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

A nossa leitura de "Crónicas de Jerusalém", de Guy Delisle - edição Devir

 


Já éramos fãs do autor canadiano Guy Delisle e já tínhamos lido "Crónicas da Birmânia", "Pyongyang - Uma viagem à Coreia do Norte" e "Shenzhen - Uma viagem à China" e por isso vibrámos quando soubemos que a Devir ia editar o "Crónicas de Jerusalém".

Mais uma vez Delisle mostra-nos a experiência de viver num país culturalmente diferente. Neste caso, a leitura foi um pouco mais demorada pois é tão complicado entender as divisões, divergências, bizarrias e incongruências que existem entre as várias religiões e povos que vivem o conflito Israelo-Palestino. 

Claro está que as vivências de Guy Delisle remontam a 2008-2009, mas a forma como ele consegue mostrar-nos a realidade local, passando por localidades e regiões que ouvimos nas notícias ou vimos em filmes, como Belém, Jericó, Jerusalém, Cisjordânia, Hebrom ou Gaza, é de tal forma precisa e preciosa, que parece que estamos lá, com ele boquiabertos com tamanhas idiossincrasias que levam a situações limite e surreais e a violência sem tamanho, da qual temos a prova mais uma vez nestes últimos anos.

Uma novela gráfica essencial, que de uma forma simples (que não deixa de ser complicada, devido à realidade) e descomprometida e até com algum humor que é característico do autor, nos dá a conhecer uma realidade que ultrapassa o nosso entendimento e que nos leva a pensar nunca será encontrada uma solução para aquela parte do mundo, cujo conflito já se arrasta por tempo indeterminado.






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