Há algumas semanas, vimos nas redes sociais alguém a falar desta obra. Ficámos com curiosidade e contactámos a Livraria Cult (quem ainda não conhece, é um local obrigatório), para saber se teriam algum exemplar disponível para venda. Feita a reserva, dali a algum tempo chegou enfim às nossas mãos. Com a azáfama do dia-a-dia e com as diversas leituras que se atropelam, chegámos enfim a esta maravilha.
A edição não é novidade, data de 2015 e esta é a versão espanhola editada pela Planeta Cómic. A autoria é de Chabouté. Não sendo recente, é obrigatório que falemos dele, pois é mesmo muito bom. Uma obra onde tudo é perfeito. Christophe Chabouté, autor francês de quem muitos de vocês já terão lido Táxi Amarelo ou Moby Dick, apresenta-nos aqui uma história onde o protagonista é um banco de jardim. A passagem do tempo, as relações humanas, as rotinas, tudo à volta de um banco de jardim que pode representar várias coisas para quem por lá passa. Pode ser uma cama para um mendigo, pode ser um lugar de namoro, pode ser um refúgio de paz, pode ser um ouvinte para quem precisa de desabafar, um palco para um cantor, um local para alongamentos para quem pratica desporto.
Apenas um pouco de madeira e aço que dia após dia assiste é espectador de várias relações humanas, de hábitos e tradições, de encontros e reencontros, de zangas e aproximações. Discretamente um banco de jardim torna-se tão importante na vida de muitas pessoas, que quando um dia desaparece, vai alterar as rotinas e deixar essas pessoas desconcertadas.
O livro praticamente não tem palavras escritas, mas tem personagens que se repetem e que ao longo das páginas vamos conhecendo parte da história de cada uma.
Este é um livro que demonstra a força da imagem e que revela a sensibilidade apurada e o poder de observação essencial num artista, neste caso, de Chabouté.
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