sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Os vencedores de Angoulême 2025 - Fauve Jeunesse e Prémios Descobertas

Na quinta-feira à noite, foi a vez de, em Angoulême, serem atribuídos os Prémios relacionados com o público mais jovem. 

O Grande Júri Juvenil premiou com o Fauve Jeunesse 2025 a obra Return to Tomioka de Michael Crouzat, Laurent Galandon, Clara Patiño Bueno e Andrès Garrido Martin (edições Jungle).

Foram ainda atribuídos os seguintes prémios conhecidos como Prix Découvertes:

Prix des Écoles d'Angoulême 2025 - Léonarde T1 - La barbe du Houéran de Anne-Catherine Ott et Isabelle Bauthian, Drakoo

Prix des Collèges 2025 - Mardival de Yann Cozic, Glénat

Prix des Lycées 2025 - Bobigny 72 de Carole Maurel et Marie Bardiaux-Vaïente, Glénat (obra que vai ser agora lançada em Portugal pela ASA BD).





A nossa leitura de "O meu marido dorme no congelador", de Misaki Yazuki e Hyaku Takara - edição A Seita

 


Há séries que gostamos bastante de seguir, mas gostamos muito de histórias one-shot, que nos retiram no final da leitura, aquela sensação de desconsolo de termos de ficar à espera que seja lançada a continuação, o que por vezes só acontece um ou dois anos depois.

Ora, este "O meu marido dorme no congelador" tem princípio, meio e fim e é um dos melhores mangás que temos lido nos últimos tempos. A história tem como protagonista uma mulher que sofre violência doméstica e é um thriller psicológico que nos leva a suster a respiração em vários momentos e damos por nós envolvidos pela mesma angústia, desorientação e desespero que Nana, a personagem principal.

Recordamos a sinopse para se situarem: Nana sofre de violência doméstica, até que um dia decide matar o marido. Sentindo-se finalmente livre, esconde o corpo dele no congelador da arrecadação do seu jardim… Mas, quando na manhã seguinte, ele reaparece como se nada tivesse acontecido, Nana começa a duvidar? O marido dela está mesmo morto? Então porque é que o cadáver dele ainda está lá, por baixo do gelo do congelador? Ela matou a pessoa certa? A não ser que seja ela que esteja a afundar-se… na loucura? 

Ao longo da leitura vivemos todas estas interrogações e é por isso que a leitura acaba por ser compulsiva neste mangá, porque queremos perceber o que é verdade ou não, se ela já está tão louca ao ponto de imaginar tudo ou se a realidade dela é mesmo monstruosa.

O final é inesperado, deixando-nos boquiabertos com a surpresa. Embrenhados no enredo, nem demos muita importância à arte, que também gostámos, sem nada de extraordinário a comentar.

Excelente aposta d' A Seita e excelente adaptação de Hyaku Takara do romance de sucesso da autoria de Misaki Yazuki.







quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

São três as novidades da ASA BD para o mês de Fevereiro

São três as novidades da ASA BD para o mês de Fevereiro e as duas primeiras já estão disponíveis em pré-venda e estarão disponíveis no dia 11. Como sempre, havemos de falar sobre cada uma delas com maior detalhes. Os títulos são:

Bobigny 1972 - de Carole Maurel e Marie Bardiaux-Vaïente

Arena 5 - de Clarity e Chef Otaku

Um Oceano de Amor - de Wilfrid Lupano e Grégory Panaccione






Grande Prémio de Angoulême foi ontem atribuído a Anouk Ricard




A cerimónia de abertura da 52.ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême decorreu ontem ao final da tarde e no decorrer do evento foi entregue o Grande Prémio a Anouk Ricard. Relembramos que este é um prémio onde o vencedor (neste caso vencedora) é a pessoa mais votada pela comunidade de autores profissionais de banda desenhada.

Anouk Ricard, nascida em 1970, é uma autora e ilustradora francesa, com várias obras publicadas por diversas editoras, todas elas ligadas ao humor.

Para nós é uma autora desconhecida e até ficámos com pena da Catherine Meurisse, nomeada pela quarta vez e que ainda não foi desta (ninguém merece!). Porém, ficamos contentes que o Grande Prémio tenha sido atribuído a quem faz humor na BD, género pouco reconhecido.

Agradecemos ao Miguel Cruz a colaboração e o envio das fotografias.

Temos mais fotografias para mostrar do festival e publicaremos, claro!









quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Joana Mosi, com a obra "O mangusto" é a vencedora do Prémio Jorge Magalhães


Foi anunciado esta semana pela Ala dos Livros que o Prémio Jorge Magalhães de Melhor Argumento para Banda Desenhada 2024 (referentes a obras publicadas em 2023) foi atribuído a "O Mangusto" de Joana Mosi (Edição A Seita). Houve ainda lugar a uma menção honrosa, atribuída a "Mar Negro" de Ana Pessoa (Edição Planeta Tangerina).

Recordamos os vencedores dos anos anteriores:

Vencedor Prémio JM 2023 - Elviro (Paulo J. Mendes - Edição Escorpião Azul)

Vencedor Prémio JM 2022 - O Fogo Sagrado (Derradé - Edição Escorpião Azul)

Vencedor Prémio JM 2021 - Balada para Sophie (Filipe Melo - Edição Tinta da China)

ASA irá editar em Maio "Eu Fadi. O Irmão Desaparecido", de Riad Sattouf e mais outras novidades premiadas em Angoulême


A editora ASA BD irá estar presente na 52.ª edição de Angoulême, que abre portas esta semana e irá editar, nos próximos meses, várias novidades premiadas neste importante Festival Internacional de BD.

Entre muitos, destacamos “Eu, Fadi. O Irmão Desaparecido”, de Riad Sattouf, distinguido em 2023 (50.ª edição) com o Grand Prix du Festival d’Angoulême. Nesta edição, que a ASA publicará em maio, Riad Sattouf retorna com um novo projeto em formato Novela Gráfica, no mesmo mundo da aclamada série “O Árabe do Futuro” e que se baseia nas histórias contadas por Fadi Sattouf ao irmão Riad Sattouf, em 2011 e 2012.

Conforme referido, a ASA BD participará na próxima edição do Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême que decorre, este ano, entre os dias 29 de janeiro e 2 de fevereiro e edita, no primeiro semestre de 2025, vários livros premiados ou finalistas, em edições muito recentes do Festival de BD que atrai, todos os anos, milhares de amantes de BD à cidade com o mesmo nome, considerada por muitos como a capital mundial da banda desenhada.

Mas este não é o único livro premiado ou nomeado para prémio em Angoulême e que será publicado, em breve, pela ASA. Já em fevereiro, sai “BOBIGNY 1972”, de Marie Bardiaux-Vaïente (argumento) e Carole Maurel (desenho), um dos cinco álbuns finalistas da seleção do “Prix des Lycées 2025”, na presente edição do Festival Internacional de Angoulême.

Já em março, chegará às livrarias, a banda desenhada “Hoka Hey!”, de Neyef (texto e desenho), distinguido com o Prémio Livreiros do Canal BD, na edição de 2023 do mesmo festival.

Em maio, a ASA publicará “Slava, nº1”, de Pierre - Henry Gomont, finalista da “La sélection officielle 2024” e, em junho, “Não Eras Tu Que Eu Esperava”, de Fabien Toulmé, um livro autobiográfico sobre a filha do autor que nasceu com Síndrome de Down e cuja publicação em França teve origem num encontro entre autor e editor na edição de 2012 do Festival de Banda Desenhada.





terça-feira, 28 de janeiro de 2025

80 anos da libertação de Auschwitz - homenagem às vítimas

Ontem assinalaram-se 80 anos da libertação de Auschwitz e as cerimónias de homenagem ocorreram em vários locais. Claro que nas redes sociais isso também se fez sentir e no mundo da BD, ilustração e cartoon também não foi excepção.

Aqui ficam algumas imagens que gostámos bastante, pela ordem da autoria: Vasco Gargalo, Daniel Garcia, Patrícia Furtado, Fabrice Erre, Catel Muller (a imagem retrata Ginette Kolinka, uma das sobreviventes do Holocausto) e Maestra di Carta (página de vários ilustradores).








A nossa leitura de Fojo, de Osvaldo Medina - edição de A Seita e Kingpin Books

 


A leitura de Fojo, foi uma bela surpresa que tivemos no final de 2024. Um livro de Osvaldo Medina, com co-edição d'A Seita e da Kingpin Books. Fojo é sem dúvida um dos melhores livros de banda desenhada editados em 2024 no mercado português. 

Em Fojo, Osvaldo Medina demonstra todo o seu talento tanto ao nível do desenho como de argumentista. Estamos perante um romance gráfico poderoso e intenso, com uma história crua e violenta que nos fez recordar O Relatório de Brodeck. 

Somos envolvidos pela narrativa e pelos desenhos do início ao fim, num livro belíssimo, a preto e branco, apenas com apontamentos a vermelho. A história passa-se no Inverno, algures entre as duas Grandes Guerras e o cenário, num ambiente de neve e frio cortante, é uma aldeia de montanha praticamente isolada. Várias pessoas da aldeia são assassinadas e o medo apodera-se dos aldeões, assim como a urgência de descobrirem o misterioso monstro assassino, antes que o número de vítimas aumente. E em situações críticas, há verdades que acabam por ser  reveladas e traumas antigos e passados sombrios vêm à superfície. 

É brilhante este "Fojo" de Osvaldo Medina e recomendamos vivamente a sua leitura.





segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

BDPALOP - Os vencedores de Moçambique - 2.ª colecção/2024

 


No seguimento da nossa publicação de ontem, hoje o nosso destaque vai para os vencedores de Moçambique do projecto BDPALOP, edição de 2023, o que corresponde à segunda colecção, e que é apoiada editorialmente pel' A Seita.

Djodjo - Rosana de Andrade (Argumentista) e Géssica Stagno (Ilustradora)

Djojo, um jovem aventureiro, busca novas experiências para além da sua terra natal. Calua, sua mãe, costumava se sua conselheira, mas parece não o apoiar desta vez. Sem apoio, recorre aos seus amigos Pingo e Tarta, mas também enfrenta resistência. Apesar disso, ele continua a sonhar com uma ilha misteriosa que se ergue no horizonte e acredita que um dia construirá uma ponte para lá chegar. A questão é se a sua determinação será o suficiente para alcançar os seus objectivos ou se algo mais será necessário.

Trincheira - Rui Tauancha (Ilustrador) e Márcia Tauancha (Argumentista)

A história passa-se em 1988, durante a Guerra Civil em Moçambique entre as Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM) e a Renamo. Durante um confronto, um grupo da FPLM persegue guerrilheiros da Renamo, resultando numa batalha intensa. Um guerrilheiro ferido e um soldado das FPLM desarmado defrontam-se no campo de batalha. Ao longo desse encontro, segredos escondidos são revelados.

Marcas de Deus - Alice M. Chemane (Argumentista) e Sundar T. K. Morais (Ilustrador)

Em Maio de 2022, Rajesh, um jornalista, sociólogo e ex-militar, neto de um Antigo Combatente da Luta de Libertação Nacional de Moçambique e filho de um General, desaparece misteriosamente num acampamento militar após um ataque de insurgentes em Cabo Delgado. O que ele não sabe é que Wanga, a sua amada, está grávida de gémeos. A história desvenda um romance que enfrenta preconceitos raciais e sociais, colocando a integridade moral e a ética acima de qualquer julgamento.





JUVEBÊDÊ 98 já está disponivel

 


Já está disponível a edição 98 do Juvebêdê e o nosso destaque vai para a 35.ª edição do Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora. Também não podíamos deixar de falar na 2.ª Exposição Juvebêdê Autógrafos Desenhados, uma exposição dinamizada por nós e que decorreu na Galeria Municipal de Montemor-o-Novo. Além disso e acompanhando o ritmo frenético de entrada no mercado de novas edições de banda desenhada e ilustração, damos conta neste número de muitas edições de banda desenhada publicadas no mercado nacional. Como nos números anteriores, contamos com a colaboração do Miguel Cruz com a sua crónica e mostramos um autógrafo na JuveGaleria de Alfonso Font.
Damos agora destaque à adaptação de O Deus das Moscas e na próxima edição publicaremos a entrevista que realizámos à autora holandesa Aimée de Jongh, por ocasião da sua vinda ao Amadora BD. Depois disso… rumo ao número 100 do Juvebêdê que será seguramente um marco para nós e para os nossos leitores que nos acompanham desde 1997.








domingo, 26 de janeiro de 2025

BDPALOP - Os vencedores de Cabo Verde - 2.ª colecção/2024


Tínhamos prometido mostrar-vos aqueles que foram os vencedores do projecto BDPALOP da segunda colecção, que representam os vencedores do concurso de 2023. Hoje damos destaques aos trabalhos dos participantes de Cabo Verde, que já foram editados em livros que têm o apoio editorial d'A Seita.

14Zinha - Alberto Fortes (Ilustrador) e Cassia Correia (Argumentista)

Jéssica luta contra pensamentos suicidas ao revisitar a sua vida desde a infância, durante a qual traumas de violência, abuso e rejeição a afectaram profundamente. Ao relembrar estes momentos difíceis, um acontecimento acaba por mudar o rumo da sua vida. Jéssica tem de ir buscar forças noutras recordações, e conhecer-se para além dos traumas, para que novas possibilidades surjam na sua vida.

Clube das Assombrações - Rogério Rocha (Ilustrador) e Aladyr de Oliveira (Argumentista)

Despertados após anos de sono profundo, criaturas antigas buscam o contador de histórias local para resgatar o seu propósito de amedrontar humanos. A evolução da comunicação alterou a percepção do medo, diminuindo a sua importância. O contador inicialmente relutante, acaba por ajudá-los e criam um vínculo inesperado. Juntos, decidem procurar a bruxa, que os ajuda a ajustarem-se à nova realidade, transformando-os em entusiastas da cultura caboverdiana e da modernidade.

Oxi - Tiago Rendall (Ilustrador) e Marco Brito (Argumentista)

Determinada a salvar a cidade de Delomin da poluição, Reciclana, uma enigmática criatura que habita a atmosfera terrestre, desce à superfície e junta-se à cientista Anabela para enfrentar Pulu, uma terrível criatura nascida no laboratório de uma fábrica de pescado. Pulu controla a cidade, liberta gases tóxicos tendo já contaminado mais de metade da população. Quando atingem um certo nível de infecção respiratória, as pessoas transformam-se em zombies controlados pelo vilão.






BDs da estante - 618: A Conspiração, de Will Eisner - edição Gradiva


A derradeira obra do grande mestre pretende desmascarar um dos maiores embustes do último século: “A História Secreta dos Protocolos dos Sábios de Sião”. Escritos por agentes russos no fim do século XIX, os Protocolos pretendiam forjar uma conspiração judaica para dominar o Mundo, de modo a desviar a atenção das repressões que se faziam sentir na Rússia czarista. Várias vezes desmascarados como sendo fraudulentos, ainda hoje continuam a ser editados no sentido de instigarem o ódio anti-semina, com base numa conspiração que nunca existiu.

Uma edição da Gradiva de 2005.


sábado, 25 de janeiro de 2025

Novidade Casterman: uma edição muito especial de "O Lótus Azul", de Tintin

 


O álbum considerado como a primeira obra-prima de Hergé, é agora apresentado numa versão inédita em termos e cor, uma edição da Casterman com as Éditions Moulinsart, uma verdadeira pérola para os tintinófilos.

Inicialmente publicado no Le Petit Vingtième entre Agosto de 1934 e Outubro de 1935, com o título "As Aventuras de Tintin, repórter no Extremo-Oriente, O Lótus Azul foi publicado em álbum de 124 páginas a preto e branco pelas Casterman em 1936. 

Sequência directa da história "Os Charutos do Faraó, O Lótus Azul é considerado por todos os especialistas como o álbum mais bem realizado de Hergé, tanto a nível do argumento, como a nível visual e documental. Esta aventura é marcada pelo encontro amigável do seu autor com o escultor Tchang Tchong-jen e, para além disso, pela sua vontade de estar aberto à diferença. Esta edição colorida permite-nos redescobrir esta obra-prima de Hergé numa paleta de novas cores, cujas nuances realçam particularmente as cenas noturnas, revelando assim a intensidade da acção e a beleza das vinhetas. Esta adaptação é precedida por um prefácio do hergeólogo Philippe Goddin.








A nossa leitura de Maria - Em cada rosto igualdade, de Henrique Magalhães - edição Polvo

 


Maria - Em cada rosto igualdade", de Henrique Magalhães e editado pela Polvo, foi um dos últimos livros que lemos em 2024. 

A sinopse: Para uns, ter um sonho tornou-se uma legenda. Para outro, viver é melhor que sonhar. A vida não se resume a sonhos. mas viver sem sonhos não dá. Pegando esse mote, Maria, Pombinha e Zefinha refletem sobre a vida de forma poética, mas com certo tom de ironia. Apesar de tudo, vale a máxima que viver é sonhar, ainda que corra o risco de se deparar com uns tantos pesadelos. Nesta edição, parte das tiras é dedicada a festejar os 50 anos da Revolução dos Cravos, um sonho português que se tornou realidade.

Criada por Henrique Magalhães, Maria a protagonista das tiras humorísticas completa em Julho deste ano, meio século de vida. Foi, portanto, a altura ideal para lermos pela primeira vez esta divertida série.

Sendo uma criação brasileira, claro que há piadas ou referências mais distantes de nós, mas no geral, conseguimos identificar-nos e Maria é também intemporal, apesar do conteúdo se adaptar à realidade. Temos alterações climáticas, a inteligência artificial, a ditadura da alimentação saudável, questões de género, guerras e terrorismo e política. Tudo isto cabe na voz de Maria e da sua companheira Pombinha, que são um casal, a quem se junta Zefinha. As reflexões deste curioso trio passa pelos temas que referimos atrás e muitos outros, sempre com pinceladas de ironia. 

Uma série leve e divertida que gostámos de conhecer.