EDGAR - De LISBOA a PARIS, nos passos do meu sogro REVOLUCIONÁRIO, de Mathieu Sapin, livro editado pela Polvo por ocasião do Festival Amadora BD de 2024, foi uma bela surpresa e temos pena de não termos lido o livro antes do autor ter estado no Festival porque teríamos muito tema de conversa.
À parte do tema central do livro, muitos pontos nos aproximam desta história. Aliás, muitos pontos geográficos, pois a narrativa passa por locais que nos são muito familiares: Ribamar, Ericeira, Marquês de Pombal, vários locais em Lisboa e a cidade de Lagos.
Neste livro, o autor francês Mathieu Sapin conta a história de vida do seu sogro, Edgar, português. A proximidade entre ambos é visível e gostando de contar episódios do seu percurso (muito peculiares, alguns dos quais inverossímeis) Edgar vai respondendo à curiosidade do genro, quando este decide escrever e desenhar precisamente as histórias que o pai da sua esposa lhe conta.
Entre o incrédulo e o genuinamente interessado, e com muito cuidado e atenção, Mathieu vai registando quase como um jornalista de investigação, o que lhe é contado e decide ir também aos lugares indicados pelo seu sogro em busca de respostas e de confirmações.
O resultado é um retrato interessante e ao mesmo tempo divertido, de um português desconhecido que, tendo actualmente uma vida pacata, tem um passado incrível que se vai revelando página a página. Uma vida repleta de aventuras, que passam pela oposição à ditadura de Salazar, à deserção à tropa e à fuga para França e às suas origens e antepassados.
Mathieu Sapin consegue com esta obra repleta de memórias do seu sogro, cumprir o que desejava há muito que era desenhar uma história passada em Portugal.
A par deste relato, uma palavra para os seus desenhos muito caricaturais, que casam com o tom humorístico, mas que nos conseguiram levar a viajar por vários locais que nos são muito próximos e queridos.
Uma bela descoberta para nós, que não conhecíamos nada deste autor francês que já criou bandas desenhadas sobre figuras bem conhecidas como Gérard Depardieu, François Hollande ou Emmanuel Macron.
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