quinta-feira, 27 de março de 2025

A opinião de Miguel Cruz sobre "Spirou et Fantasio T.57 - La Mémoire du Futur", de Guerrive e Abitan

 


Spirou et Fantasio T.57 - La Mémoire du Futur

Tenho de começar por apelar à memória do/da leitor/a: Este tomo (57) da coleção clássica de Spirou e Fantasio vem terminar uma história começada no tomo anterior cujo título era “A Morte de Spirou”, de que tive oportunidade de “falar”, e no final do qual o nosso querido Spirou desaparece.

Pois é, como seria de esperar, reaparece aqui.

Spirou e Fantasio tinham ido investigar um resort submarino, Korallion, gerido pela filha de John Helena, personagem que conhecemos bem de “O Refúgio da Moreia”. Só que, no final do primeiro tomo descobrem que, usando tecnologia desenvolvida por Zorglub, o ambiente belo, atraente e pacífico do resort é uma mera ilusão.

Os ocupantes do resort são, individualmente ou em grupo, encarcerados numas redomas em que são mergulhados num estado quase inconsciente, em que vão imaginando as férias dos seus sonhos.

Penso já ter dito que o nosso “paquete” desaparecido reaparece. Pois é, só que vai reaparecer em 1958, ano da exposição universal em Bruxelas (donde o atomium na capa), e com a ilusão de que está tudo bem, e de que as suas últimas aventuras nunca existiram. Só que Spirou vai-se apercebendo, desde logo por aparições estranhas de Fantasio, de que alguma coisa está errada, a confusão entre a realidade e a ilusão é grande.

Fantásio e Seccotine tudo fazem para trazer Spirou à realidade, com uma pequena ajuda do Conde de Champignac. Para tal, acabam por ter de provocar o colapso do sistema (de inteligência artificial??) que cria as falsas realidades. Quando tal ocorre torna-se necessário escapar à realidade do encarceramento uns bons metros abaixo do nível do mar.

Os nossos heróis vão-se, naturalmente, salvar – fica já dito. E no decurso desta aventura, vamos presenciar duas festas distintas: uma nas instalações da editora Dupuis, para celebrar o aniversário da revista (onde Spirou, desaparecido, acaba substituído) e outra em 1958, nos jardins do castelo de Champignac. Nestas festas cruzamo-nos com diversas personagens e autores: Gaston, Morris, o Presidente da Câmara, Franquin…

Confusos/as? Pois, é natural. Este argumento de Sophie Guerrive e de Benjamin Abitan não é fácil, não é linear, algo rebuscado, imaginativo, recorre a muita nostalgia. O desenho é, como habitualmente a Olivier Schwartz, excecional, agradável, dinâmico, colorido, divertido, embora o seu estilo seja bastante distinto do de Franquin. Schwartz é um dos meus autores preferidos, mesmo se este díptico não seja das aventuras mais memoráveis de Spirou editadas pela Dupuis.









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