Blacksad é uma série de culto, da qual somos fãs, rendidos tanto ao argumento de Juan Díaz Canales como aos desenhos sublimes de Juanjo Guarnido. Em Portugal os volumes mais recentes têm vindo a ser editados pela Ala dos Livros e a mesma editora tem vindo a reeditar os primeiros volumes em edições cuidadas, de capa dura e com lombada em tecido.
Estamos pois, perante uma dessas reedições, a do terceiro volume da série (originalmente publicada em 2005), que tem por título "Alma Vermelha" e que, para além da história em si, inclui ainda o espectacular "Livro das Aguarelas", inédito até agora em Portugal, o qual reúne vários esboços e estudos de cor do desenhador.
Para quem não conhece a série, adiantamos que a narrativa decorre num universo antropomórfico, passando-se tudo nos Estados Unidos, num ambiente semelhante aos filmes noir americanos dos anos 1950. John Blacksad é o protagonista, um gato detective que se movimenta neste mundo.
Vamos então à "Alma Vermelha", um título com duplo sentido, tendo em conta que é aqui que Blacksad conhece a sua amada Alma Mayer. Recordamos aqui a sinopse: "Com as finanças em baixo e com a moral nas lonas, Blacksad encontra-se em Las Vegas onde trabalha como guarda-costas de um jogador abastado. Mas os tempos estão a mudar: as maiores potências mundiais apostam na corrida ao armamento nuclear e o comunismo torna-se uma ameaça cada vez mais evidente para os Estados Unidos. Durante uma conferência sobre energia nuclear, Blacksad encontra-se inesperadamente com um com um velho amigo, Otto Lieber, que, entretanto, se tornara um cientista de alto gabarito. Otto parece ter uma vida emocionante, apesar da excentricidade de seu "benfeitor", Gotfield. Após esse encontro, durante o qual conhece a bela e perturbadora Alma Mayer, Blacksad vê-se envolvido numa intriga política internacional e a sua vida sofrerá uma reviravolta.
Apesar de não ser o nosso episódio preferido, que continua a ser o Artic Nation, Alma Vermelha continua a ser uma prova do equilíbrio que esta série tem entre a qualidade do argumento e a mestria do desenho. A história recheada de questões políticas e sociais está bem estruturada e as pranchas repletas de desenhos sublimes, com a aplicação de cor perfeita, faz desta série uma referênciana banda desenhada actual.
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