Airborne 44 - tome 11: M.I.A – Missing in Action
Chega mais um volume da série Airborne 44, arranca mais uma história em dois volumes. Em Portugal, os 10 volumes (as 5 histórias) anteriores já estão publicadas sob a chancela da ASA.
A qualidade do desenho mantém-se, com Jarbinet cada vez mais confiante na abordagem à época, com um desenho realista preciso, muito detalhado.
A história começa em 2015 com a descoberta do capacete de um soldado que se pensava ter sobrevivido à guerra e voltado aos Estados Unidos 70 anos antes – pelo menos era essa a informação formal da administração norte-americana. Já a sua mulher sempre acreditara que ele tinha sido morto na Bélgica, e a descoberta parece dar-lhe razão.
Este é o ponto de partida para mais um díptico que coloca as personagens da imaginação de Jarbinet num contexto histórico real. Como sempre, a história tem uma profundidade humana, a sequência narrativa é interessante, o esforço de documentação histórica é evidente.
No conjunto, uma leitura interessante, muito agradável. Quando se replica a mesma fórmula várias vezes, como Jarbinet tem feito com Airborne 44, é legitimo questionarmo-nos sobre a capacidade de surpreender, de evitar um cansaço do leitor. O autor de Airborne 44 tem conseguido com sucesso introduzir aqui e ali pequenas nuances narrativas, diversificar as perspetivas gráficas, apesar das cenas de guerra terem, por natureza, uma matriz comum e, principalmente, manter a atenção dos leitores com o interesse dos laços que envolvem as personagens. É isso que cada díptico é: uma narrativa sobre pessoas (muitas vezes colocadas em situações extremas) – romanceadas, claro, mas credíveis (e o realismo do contexto histórico assegura isso mesmo), com profundidade.
É-me fácil, e provavelmente constitui um cliché, dizer que os tomos 1 a 4 são os melhores do conjunto. Mesmo isso é discutível, mas não há dúvida de que quando foi criada em 2009, esta série constituiu uma novidade que hoje já não consegue apresentar. Apresenta, no entanto, uma consistência de qualidade que é notável, e que justifica que, passados 16 anos (menos para a edição portuguesa, que penso que começou a ser publicada há cerca de 8 anos), a leitura continue a ser fortemente recomendada.
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