sábado, 14 de maio de 2022

A nossa leitura de Rattlesnake, o novo livro de João Amaral, editado pela Escorpião Azul



Temos seguido o percurso do João Amaral nos últimos anos, e estávamos curiosos sobre este seu novo projecto, acabadinho de editar pela Escorpião Azul: "Rattlesnake".
Apreciador do género western, o autor concretiza agora o sonho de ter uma história "de cowboys" escrita e desenhada por si. O livro é dedicado a Jorge Magalhães, com quem João Amaral tinha realizado uma curta intitulada "OK Corral". Esta obra é uma grande aposta e um grande desafio pessoal e profissional de João Amaral, que nos apresenta um livro agradável e que se lê num instante. 
Quanto à história, tem vários clichés de um bom western, mas por outro lado dá mais voz às mulheres, o que é raro neste género. Como cenário temos uma pequena cidade do Oeste, que tem à cabeça um homem todo poderoso, que não olha a meio para atingir os seus fins, controlando tudo e todos. Temos depois uma família de negros, que sofre às suas mãos uma grande justiça. E aí entra a Rattlesnake, uma jovem heroína de quem pouco sabemos ao início e que continuamos sem saber no final. Ela combate as injustiças e vai interferir nos acontecimentos da cidade e deitar por terra os planos do poder instalado. Defensora dos fracos e oprimidos, vai ajudá-los, com uma estratégia muito própria. 
Na nossa opinião, a história desta protagonista tem muita margem para evoluir, pois, como já dissemos, chegámos ao final da história sem conhecê-la muito bem, sem saber de onde veio e para onde vai. Ficam algumas pontas soltas que podem ser concluídas no futuro. 
Quanto aos desenhos, é de tirar o chapéu ao autor (pode ser ao estilo dos cowboys como o João gosta), pela opção de terem sido feitos a aguarela. As pranchas vivem muito dos tons de castanho, bem próprios de um western, contrastando com os azuis, das roupas femininas. As pranchas dos acontecimentos nocturnos são as nossas preferidas (em azul, preto e branco) e onde resultam melhor as sombras e os brilhos dos rostos das personagens. Destaque para os cavalos, até mais perfeitos do que as figuras humanas.
Em jeito de conclusão, queremos continuar a acompanhar o percurso do João Amaral e desejamos que dê seguimento a este novo caminho que agora começou, pois tanto a história tem muito para ser contada, como até os desenhos podem também evoluir, nomeadamente com pequenos ajustes ao nível do movimento.
Nasceu uma nova heroína da Banda Desenhada nacional e agora queremos assistir ao seu desenvolvimento!


A sinopse:

O nome ninguém o sabe. Ela é apenas uma mulher conhecida pela alcunha de "rattlesnake" (cobra cascavel) pelo estranho assobio que faz ecoar às suas vítimas, pouco antes de morrerem às suas mãos.

Da sua personalidade, aparentemente algo distante, também pouco se sabe. No entanto e provavelmente devido a algo que ficou escondido lá atrás no passado, ela denota um profundo senso de justiça.  

Sempre pronta para defender os que não têm voz, tem a noção de que vive num mundo onde a ambição e a ganância ditam implacavelmente a lei do mais forte. 

É então contra esse estado de coisas que age, utilizando algumas vezes métodos pouco ortodoxos, para, no fim, voltar a seguir apenas o seu solitário caminho, rumo ao sol que se ergue e se põe todos os dias para lá do horizonte...






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