quinta-feira, 26 de maio de 2022

A opinião oportuna de Miguel Cruz sobre o nomeado livro "The Many Deaths of Laila Starr" de Filipe Andrade e Inês Amaro para os prémios Eisner Awards

 


Desta vez tive “pontaria” (só desta!?!). Acabei de ler o The Many Deaths of Laila Starr na véspera da sua nomeação para os Eisner Awards. Editado no início deste ano, alguns acidentes e demoras de entrega (uf…) fizeram com que só agora lesse a coletânea em que o argumentista, o desenhador (e colorista) e a co-colorista fossem nomeados. Ok, é verdade, não foi “pontaria”, foi mero acaso…

Confesso, aliás, uma desatenção imperdoável da minha parte: é que só me apercebi da existência deste volume que junta os números 1 a 5 depois de ter sido editado em França e na Bélgica, e devido a um aviso de um amigo português que vive em Bruxelas. 

O Indiano Ram V (Batman, Catwoman, Swamp Thing, …) imaginou uma história surpreendente, estranha, fantasiosa, poética, por vezes dura, mas uplifting. O “nosso” Filipe Andrade apresenta-nos um desenho de grande qualidade, atrativo, animado, e com cores absolutamente magníficas, no que teve a ajuda de Inês Amaro.

Laila é uma jovem que, numa quarta-feira de dezembro, está no parapeito da janela do seu apartamento em Mumbai, a uma distância mortal do solo, justamente no mesmo momento em que a morte – sim, essa – depois de chamada ao gabinete do chefe é enviada “lá para baixo” para viver uma vida mortal…como a jovem Laila Starr.

Ah, é verdade, a Sr.ª Shah, (presa num engarrafamento “monstro”, e já bastante enervada, quase dá à luz antes de chegar ao hospital) torna-se mãe de uma criança que vai ser importante nesta narrativa, e que vai ser intensamente procurada pela Laila Starr… ou pela morte… enfim, pela morte como Laila Starr.

Complicado? Talvez seja relevante assinalar que o grande problema é que a humanidade poderá estar prestes a descobrir o segredo da imortalidade, e a morte consegue passar a ser mortal precisamente na data em que o futuro criador da imortalidade nasce. Cabe à morte evitar essa descoberta (ou não) ou ficará sem emprego… e mortal – na pele de Laila Starr. 

Esta é a história base deste Comics editado pela Boom! Studios.

Trata-se de uma obra que acaba de originar algumas nomeações para Eisner Awards, e isso não é uma coisa pequena. Por isso, não será preciso dizer muito mais, mas se fosse, diria apenas que é uma narrativa extraordinariamente imaginativa e surpreendente, levemente filosófica e um regalo para os olhos. Parabéns aos três nomeados e boa sorte.

E boa sorte também para Filipe Melo e Juan Cavia, nomeados com Balade para Sophie na versão editada no mercado Norte Americano pela Top Shelf. É um achievement importante, testemunho da qualidade do seu trabalho. Thumbs up e boa sorte.

Orgulho.

Miguel Cruz






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