Chegámos ao fim de uma série fabulosa. Spirou - A Esperança nunca Morre, editada pela ASA. Em quatro volumes, Émile Bravo ofereceu aos seus fãs uma história que nos mostrou um lado desconhecido de Spirou, imaginado pelo autor: as suas origens. Origens essas que vão coincidir com os anos da II Guerra Mundial, desde o seu início e até ao fim.
Na conversa que tivemos o privilégio de ter no ano passado, no Amadora BD, o autor explicou que na origem da criação destes álbuns esteve a falta que sentia de conhecer as raízes e o passado de Spirou. Existia uma página em branco na vida da personagem e ele quis preenchê-la e deste modo começou a narrar as aventuras do jovem Spirou, imaginadas por si. Pela qualidade dos desenhos e também pelo argumento que se traduz numa pedagógica crítica à guerra, o autor obteve elogios por parte dos leitores e da crítica.
Neste último álbum a história decorre na reta final da Segunda Guerra Mundial e o leitor vai ter algumas surpresas e respostas, umas mais tristes e outras mais divertidas. Quanto a Spirou, se assistimos ao seu crescimento e amadurecimento, também verificamos que apesar de todas as atrocidades e dificuldades que fizeram parte deste período negro, ele se mantem fiel ao seu altruísmo e aos seus valores e pelo caminho consegue ajudar e salvar muita gente, sem nunca recorrer à violência. Já Fantásio, também igual a ele próprio, se a sua gabarolice e falta de inteligência enervavam os leitores, a sua prestação na história, como membro da resistência à ocupação Nazi, vai acabar por ser compreendida e recompensada, o que para nós foi surpreendente.
Este livro e todos os outros que lhe antecederam, constituem uma obra de referência e que ficará para a história da Banda Desenhada. Bravo, Émile!
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