segunda-feira, 3 de junho de 2024

A nossa leitura de "O Árabe do Futuro" #6, de Riad Sattouf - edição Teorema

 


Somos fãs desta história desde o primeiro volume. Portanto esperávamos com ansiedade o volume seguinte, para continuar a leitura desta história verídica, contada na primeira pessoa, por Riad Sattouf. O facto de termos assistido, em 2015, à Cerimónia de entrega de prémios do Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême e de ter visto Riad Sattouf a ganhar o prémio na categoria de Melhor Álbum com o primeiro volume desta obra, marcou-nos e deixou-nos com as antenas no ar.

Foi com alegria que vimos sair o primeiro volume em Portugal alguns meses depois, pela Teorema. Estamos perante uma novela gráfica de cariz autobiográfico e alcance político em que, com um apurado sentido de humor e uma grande sensibilidade, o autor conta a sua infância e juventude na Líbia do Genral Kadafi e na Síriia de Hafez Al-Assad. 

Filho de pai sírio e mãe francesa, Riad Sattouf cresceu dividido entre duas culturas diferentes e ao longo da leitura dos seis volumes ficamos a conhecer a vida do autor desde a sua infância até à idade adulta (1978 a 2011) e ao início do seu percurso no mundo da Banda Desenhada. Ao todo vendeu mais de 3 milhões de exemplares e foi traduzido para 23 idiomas.

Mas vamos concentra-nos neste sexto e último volume, que cobre os anos 1994-2011. Riad continua em França, com a mãe e um dos irmãos, enquanto que o irmão mais novo, raptado pelo pai, continua na Síria. Os avós estão a envelhecer e ele a entrar na idade adulta e a concluir os seus estudos, relacionados com o que gosta mais de fazer: desenhar. A par da sua luta académica, das suas dúvidas existenciais e do despertar para relações amorosas, Riad tem de se esforçar para se manter financeiramente em Paris, e tem de lidar com a perdas familiares e ao mesmo tempo de confrontar-se com o seu passado ao retomar o contacto com o irmão mais novo.

Para quem gosta de Banda Desenhada este volume tem muitas curiosidades relacionadas com a nona arte, tendo em conta o início do percurso de Riad Sattouf, que se cruza com muitos nomes nossos conhecidos e ficamos a saber quem é que o ajudou a dar os primeiros passos, o que é muito interessante. Hoje o seu nome é um dos grandes e são muitas obras que fazem parte do seu portfolio. Mas nunca nenhuma será tão marcante como a sua própria história.

De referir por fim que amanhã na Feira do Livro de Lisboa vão estar vários volumes como livro do dia ou seja uma boa oportunidade para começar ou completar esta excelente colecção.


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