terça-feira, 5 de novembro de 2024

A nossa leitura de Corto Maltese - A linha da vida, de Canales e Pellejero - edição Arte de Autor

 

A publicação de um novo Corto Maltese é sempre um acontecimento a registar, pois uma aventura deste herói criado por Hugo Pratt (neste caso a 17.a aventura) e agora realizada pela quinta vez por Juan Díaz Canales (argumento) e Rubén Pellejero (desenho) está sempre a ser escrutinada, não fosse Corto uma das grandes personagens do mundo da banda desenhada.

Mas falemos deste A linha da vida, que leva Corto numa aventura ao México, em 1928 e em plena sublevação dos Cristeros contra as leis anticlericais.

Em primeiro lugar Canales com a sua história e Pellejero com os seus desenhos levam-nos mais uma vez ao universo complexo e fascinante de Corto Maltese, através de uma aventura que se passa em 1928 entre as ruínas maias e o México pós-revolucionário, num clima turbulento, Corto vai entrar num caso complexo, que envolve a pilhagem de sítios arqueológicos e tesouros antigos. Convencido por Bocca Dorata (que reaparece pela quinta vez nas histórias de Corto) a passar-se por um representante de um museu europeu, “Mr. Everett Hale” (Corto) vai entrar num jogo de poder, traições e tesouros escondidos e enfrentará espiões traidores, arqueólogos sem escrúpulos e guerrilheiros Cristeros. Entre a vida e a morte, com a profecia da sua "linha de vida" a marcá-lo, Corto navega entre as suas sombras e enganos, onde encontra velhos amigos, como o “padre“ Rasputine e a corajosa irlandesa Banshee, guiando-se apenas pela sua consciência de justiça, num mundo onde por vezes é difícil tomar as decisões mais certas. Quem o vai acompanhar e descobre a sua verdadeira identidade é o repórter do Paris-Soir, Yann Rêveur que está a fazer uma reportagem sobre a guerra.

Enquanto viaja pela selva mexicana e pela revolução, Corto deve e vai enfrentar o seu passado e suas escolhas, mas tudo terminará a navegar no “La Niña de Gilbraltar” com o seu “amigo” de sempre…

Em jeito de conclusão é em nossa opinião mais um bom livro de Corto Maltese realizado pela dupla Canales e Pellejero.

Não pudemos deixar de reparar num ligeiro pormenor desta edição da Arte de Autor: a página 72 não está numerada.






Sem comentários:

Enviar um comentário