segunda-feira, 4 de novembro de 2024

A nosso balanço do Amadora BD 2024

Uma semana depois do seu encerramento, conseguimos finalmente ter um tempinho para falar sobre a 35.ª edição do Amadora BD. E o que dizer desta edição? Para começar, partilhamos aquela que é a opinião da maioria, que é o facto de se notar um esforço grande nos últimos anos, em melhorar a organização e isso vai-se verificando em inúmeros aspectos, principalmente ao nível da comunicação. 

Este ano o programa foi uma vez mais muito preenchido e informado atempadamente. Foram muitos os autores presentes, muitos os lançamentos, muitas as conversas e tudo decorreu da melhor forma. Também é visível vermos novos visitantes, muitos jovens interessados em banda desenhada, a que muito se deve o fenómeno das redes sociais e dos chamados bookstagramers. A verdade é que nunca em tempo algum assistimos a tantas editoras a publicarem BD e a tanta oferta como vemos hoje e o difícil é mesmo escolher. Ora, todo este crescimento leva a outra questão. Os espaço actual é limitado e se o Amadora BD se mantiver no mesmo local, não tem margem por onde crescer e para acompanhar este boom na banda desenhada a que estamos a assistir. 

E para crescer há ainda que limar muitas arestas, por exemplo, fora do núcleo central de exposições, por exemplo na Galeria Artur Bual não havia programas disponíveis e notámos uma diferença enorme na qualidade das exposições entre o primeiro andar e o r/c e isto não tem a ver com a qualidade do trabalho dos autores, mas sim a forma como as coisas estão expostas. (havemos de mostrar imagens noutra publicação).

Por falar em exposições e voltando ao núcleo central, como sempre estavam bem, sem haver nenhuma transcendente, destacando-se a dos 60 anos da Mafalda, muito bem conseguida e a do Elviro do Paulo J. Mendes, divertida como o livro e com uma óptima cenografia.

Ainda uma palavra para a questão dos prémios. Já aqui anunciámos os vencedores e não é sobre isso que vamos falar. Apenas uma referência ao facto do júri ter decidido atribuir um Troféu de Honra, o que já não acontecia há alguns anos. A distinção coube a Luís Louro e foi mais do que merecida e por esse motivo, devia ter sido um pouco mais cuidada e tratada de outra forma. Primeiro porque pareceu mal preparada, falaram nos seus 40 anos de carreira que só para o ano se assinalam e segundo porque um prémio desta categoria deveria ter sido entregue por alguém que não o apresentador, como a Directora do Festival ou mesmo o Presidente da Câmara Municipal da Amadora.

Quanto aos autógrafos, desta vez não vamos bater na mesma tecla, achamos que foi o ano em que correu melhor, se bem que não havia informação relativamente ao horário em que se começavam a dispensar senhas e só mesmo os fanáticos do costume (onde nos incluímos) é que acabavam por ter acesso às mesmas. 

Por último uma palavra para o mundo dos amigos da banda desenhada, um grupo de malta boa muito boa onda que não pára de crescer. Claro que em todos os lugares há boas e más pessoas, mas o que sentimos no mundo da banda desenhada é que as boas prevalecem. Somos bem acolhidos. Nas filas para os autógrafos, nas visitas às exposições, nas bancas dos editores ou mesmo sentados a descansar, convivemos com os autores e uns com os outros, guardamos lugares nas filas para quem precisa, conversamos, rimos e entendemo-nos pois acima de tudo temos uma paixão comum: a banda desenhada.

No segundo fim de semana tivemos o privilégio de conduzir a conversa com Wilfrid Lupano e Stéphane Fert, a convite da Arte de Autor, e também o gosto de ter conhecido a dupla Ana Miralles e Emílio Ruiz e Mikaël, entre outros grandes autores presentes.

Até para o ano Amadora BD!











2 comentários:

  1. Como bem notaram, " Quanto aos autógrafos...não havia informação relativamente ao horário em que se começavam a dispensar senhas e só mesmo os fanáticos do costume (onde nos incluímos) é que acabavam por ter acesso às mesmas.". Exato, o comprador ocasional, ou aquele que não tem tempo nem disponibilidade para madrugar na bicha e voltar umas horas depois fica a arder. Não há solução fácil para isto, mas uma hipótese seria reservar metade das senhas, ou algo assim, para esses compradores, no caso dos autores estrangeiros.

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  2. A solução seria haver reserva por email ou no site do evento e com direito a uma senha por pessoa, coisa que me parece, não foi controlada. Também fiquei altamente decepcionado por não ter arranjado senha para a Aimée e para o Lehmann.

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